Eleições do Sintaema em São Paulo – Por um sindicato democrático e de luta!
Nos dias 25 a 27 de outubro haverá eleições para o Sintaema, o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. É um sindicato importante que abrange empresas como Sabesp, CETESB, Fundação Florestal, SANED, etc. O Ofensiva Socialista falou com Abdon e Marzeni da Verdadeira Oposição Alternativa de Luta (chapa 4), que faz parte da CSP-Conlutas.
Abdon: É a chance de ganhar um sindicato importante para uma linha democrática e combativa. O PCdoB (CTB) dirige o sindicato há quase 30 anos. Nos últimos 10 anos, perdemos muitos direitos como o Adicional por Tempo de Serviço, o adicional de turno, a instauração de salários regionais, etc. As privatizações avançaram e agora a maioria dos trabalhadores da Sabesp é terceirizada. Houve muitas demissões, já que está inscrito no acordo salarial que temos 98% de estabilidade, que significa que a empresa pode demitir 2% dos trabalhadores ao ano à vontade. Na CETESB 5% podem ser demitidos por ano. E não é uma categoria fraca. Tem tradição de lutas e 70% são sindicalizados.
Marzeni: Vimos isso na última campanha salarial. A direção estava preparada para assinar um acordo rebaixado para os trabalhadores da Sabesp, mas após nossa intervenção a esmagadora maioria da assembleia votou a favor de greve. Com só um dia de greve conseguimos um acordo melhor. Mas na CETESB a direção já tinha assinado o mesmo acordo rebaixado. Nem dentro da base do sindicato eles fazem campanha salarial unificada e nunca tentaram fazer greves com os terceirizados!
Abdon: Por isso há uma grande vontade de mudança na categoria. Desde 2002 a Oposição Alternativa de Luta participa nas eleições. E em cada eleição aumentamos o nosso voto. Na última eleição conseguimos 50% dos votos. Na verdade ganhamos a votação. Foi só por via de fraude que a atual direção conseguiu se manter. Oficialmente perdemos por 14 votos!
Marzeni: A vitória da esquerda nos metroviários de São Paulo, onde o PCdoB dirigia, também é uma inspiração. Dessa vez nós vamos levar! Será uma vitória importante para fortalecer a esquerda sindical.
Com está o quadro para as eleições?
Abdon: O quadro está mais complicado do que antes. Ao invés de duas chapas haverá 5 chapas. Dois grupos que sempre estiveram com o PCdoB, a CUT e a ASS, sentindo que o barco estava afundando, romperam com a diretoria. Agora todos querem ser “oposição”!
Marzeni: Nessa situação, nós tentamos conversar com as outras forças para montar uma chapa de oposição unificada. Isso se daria ao redor de um programa para mudar o sindicato, torná-lo democrático e de luta, em prol da categoria. Queríamos que os grupos que romperam com a direção se tornassem oposição pra valer. Para fazer isso, eles teriam que tirar as lições de todo esse período que participaram e apoiaram a direção, que hoje está totalmente desgastada.
Abdon: Infelizmente as negociações não avançaram. Os outros grupos estavam mais interessados em garantir cargos e ter o controle da chapa. Justo eles que sempre aceitaram ser pequena minoria numa direção pelega, agora queriam maioria para conquistar cargos.
Nas eleições passadas vocês tiveram que enfrentar fraudes e manobras burocráticas. Como será dessa vez?
Marzeni: Não será diferente. Na verdade as manobras começaram já na inscrição de chapas. Nós sempre fomos “Chapa 2” e Oposição Alternativa de Luta. Mas na inscrição de chapa o presidente ignorou a fila deu o número 2, e o nosso nome para aqueles que tinham chegado por último para a inscrição!
Abdon: O PCdoB sabe a força da nossa história. Por isso queriam uma chapa laranja como chapa 2. Infelizmente o grupo que presta esse serviço ao PCdoB eram alguns que participaram na Oposição Alternativa de Luta por um tempo, mas romperam por que não queriam nem abrir conversa com os outros grupos. Não querem a vitória da Oposição, querem marcar posição sectária.
Marzeni: Eles saíram nos acusando de ladrões e traidores. Agora eles fazem o trabalho sujo do PCdoB, montando uma chapa laranja incompleta. Agora vamos ter que explicar para todos que a verdadeira oposição essa vez não será a chapa 2 e vai ter outro nome: Verdadeira Oposição Alternativa de Luta – Chapa 4. Eles podem ter roubado nosso número e nome. Mas não roubam a nossa história. A categoria nos conhece pela nossa linha coerente e de luta.
Abdon: Vai ser complicado ganhar as eleições no primeiro turno, mas estamos confiantes que vamos levar no segundo turno, que vai ser no começo de novembro. Mas para isso vamos precisar de ajuda de todos os ativistas de luta!