Mulheres do PSOL se organizam para dizer um basta à opressão!

De 14 a 16 de outubro acontecerá, no Rio de Janeiro, o II Encontro Nacional de Mulheres do PSOL

O Encontro vem em boa hora. Ao contrário da falsa ideia de que a mulher chegou ao poder e que alcançamos o fim da opressão de gênero, a dura realidade é que a mulher trabalhadora continua acumulando a dupla jornada de trabalho, ocupando os postos mais precarizados no mercado de trabalho e sendo refém de um serviço público sucateado (transporte, escolas, hospitais). A pobreza aumenta no mundo e as mulheres já compõem 70% dos mais pobres.

O índice de violência contra a mulher no Brasil continua um dos maiores do mundo. Há um espancamento a cada 24 segundos e 80% dos casos de violência contra a mulher são cometidos dentro de casa, por parceiros e familiares.

Estes dados revelam que a mulher continua subjugada ao homem e aprisionada ao espaço privado, ou seja, em casa. Isto por conta da sua responsabilidade com a família e devido à cultura patriarcal de que o homem tem o direito sobre a mulher e seu corpo, usando-o para a sua única satisfação sexual como bem entender, incluindo agressões físicas, sexuais e psicológicas.

Este encontro precisa dar respostas a esta realidade de exploração e opressão constante da mulher. Precisa representar as demandas das mulheres dentro do partido com o objetivo de construir um plano de lutas unificado para fora, que seja capaz de mobilizar o conjunto dos militantes para as bandeiras e lutas das mulheres trabalhadoras.

O debate e a construção do Encontro nacional estão fortes nos estados. Estão ocorrendo Encontros estaduais em quase todos os estados, sendo que em alguns também estão sendo realizados Encontros regionais, como no caso do Pará. Esta organização permite preparar as mulheres para qualificar e potencializar os debates do Encontro nacional, mas também pensar as especificidades da opressão da mulher localmente.

Avançar na questão de construção partidária das mulheres para além de preencher a cota eleitoral de 30% de candidatas é tarefa que temos para agora, neste Encontro, buscando avançar rumo à paridade plena entre homens e mulheres.

Precisamos discutir sobre ações afirmativas que incentivem a participação política das mulheres no PSOL, que viabilizem a formação efetiva de quadros e dirigentes mulheres. Um partido não conseguirá representar a classe trabalhadora se não for capaz de incentivar a organização autônoma e a formação das mulheres.

Atuar nas lutas cotidianas

Vamos nos preparar para atuar nas eleições 2012 e nas lutas cotidianas que levantem as demandas da mulher trabalhadora, desenvolvendo bandeiras específicas que visem combater a opressão e suas consequências para a mulher trabalhadora.

Temos que avançar organizativamente para suprir estas demandas e dificuldades, sem retroceder em conquistas já alcançadas como a resolução congressual favorável a legalização do aborto, contextualizada num rol de medidas preventivas, para que esta seja a última opção das mulheres e não uma obrigação (ao contrário do que dizem os detratores da luta pela legalização do aborto). Devemos reafirmar esta bandeira avançando na defesa de milhares de mulheres, em sua maioria jovens, negras e pobres, que morrem em decorrência de abortos clandestinos.

Para dar conta dessas tarefas precisamos eleger uma Coordenação Nacional que seja referência para as mulheres dentro do partido, que construa a luta feminista agregando mulheres que estão fora dos coletivos organizados. Vamos fortalecer nosso trabalho contra as opressões, fortalecer as mulheres como quadros de direção e fortalecer o PSOL, como um partido de luta, combativo e feminista. Avante companheiras!

As mulheres da LSR contribuem para o debate com a tese:

Avançar sempre, retroceder jamais!
A luta das mulheres é a luta da classe trabalhadora