Trabalhadores da AmBev enfrentam repressão e derrotam mais uma vez os patrões

No dia 18 de outubro a gerência da AmBev de Jacareí (SP), uma das maiores unidades da maior empresa cervejeira do mundo, penalizou o membro mais votado pelos trabalhadores para a CIPA da fábrica, Joaquim “Boca” Aristeu, aplicando um dia de suspensão por intervir contra a proposta da empresa numa Assembleia.

A resposta dos trabalhadores na Assembleia foi rejeitar a tentativa da empresa de enfiar goela abaixo dos trabalhadores um reajuste de 6,76%, bem abaixo do que outras empresas do setor e de outros setores estão concedendo. Além disso, a empresa pretendia mais uma vez fazer com que os trabalhadores vinculassem essa proposta salarial ao reconhecimento do chamado PEF (Programa de Excelência Fabril) como sendo o programa de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) da empresa.

Mesmo assim, a empresa veio pra cima. Acrescentaram algumas migalhas à proposta original e contaram com as vacilações da diretoria do Sindicato que convocou nova Assembleia para colocar mais uma vez em discussão o reconhecimento do PEF como PLR. Dessa vez a pressão e intimidação sobre os trabalhadores na fábrica foram reforçadas. Novas ameaças foram feitas contra Joaquim e até polícia na porta da fábrica teve. Na Assembleia o que se viu foram gritos, empurra-empurra e assédio dos chefetes.

Assembleias rejeitam o PEF

Mesmo assim, nas Assembleias dos vários turnos realizadas nos dias 23 e 24 de novembro os trabalhadores deram uma prova de combatividade e rejeitaram o acordo salarial proposto e principalmente o reconhecimento da PEF como PLR.

A proposta de substituir o PLR pelo PEF é uma forma da AmBev burlar direitos legais dos trabalhadores (que teriam que ser respeitados no caso do PLR) e fomentar uma política de competitividade selvagem e alienada entre os trabalhadores para aumentar a produtividade e os lucros. Se o PLR já é uma forma de engabelar os trabalhadores, criando a ilusão de que seu esforço é recompensado, o PEF representa um PLR mil vezes piorado.

Graças ao sindicalismo combativo feito no chão de fábrica da AmBev-Jacareí, a empresa é referência internacional do sindicalismo internacional da AmBev na luta contra o reconhecimento do PEF. Essa combatividade demonstrada na AmBev-Jacareí é que deveria estar presente da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de São José dos Campos e região. 

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