Construir a greve unitária em SP
No dia 29 de janeiro, milhares de professores reunidos em frente à Secretaria Estadual de Educação de São Paulo aprovaram o indicativo de greve da categoria. No dia 13 de março, começou a paralisação na rede estadual de ensino.
Motivos não faltam para esta greve. No orçamento do Estado para este ano, não há qualquer previsão de reajuste no salário dos professores. Houve também corte de verbas para a manutenção das escolas, demissão de parte dos coordenadores pedagógicos, fechamento de milhares de salas de aula, provocando desemprego e superlotação de outras salas. Na escola Veridiana Camacho de Carvalho, na zona norte de São Paulo, há sala de aula com 85 alunos, conforme foi noticiado pelo jornal O Estado de São Paulo na edição de 11/02/2015.
Professores sem reajuste
Os professores que passaram na prova de mérito não receberam até agora o seu reajuste. As nossas condições de trabalho pioraram nos últimos anos em virtude da precarização dos contratos dos professores categoria “O” (docentes que ingressaram na rede a partir de 2007, contratados por prazo determinado), da superlotação das aulas, da falta de materiais didáticos pedagógicos e da intensificação do assédio moral dos gestores, como consequência da meritocracia que tem sido implementada na rede estadual de ensino.
Além disso, o governador Geraldo Alckmin não cumpre a Lei do Piso Nacional do Magistério, que determina que 1/3 da jornada de trabalho seja destinada para as atividades extra-classe.
Como miséria pouca é bobagem, não está descartado que as aulas sejam interrompidas no primeiro semestre, em virtude da falta de água.
Construir unidade com outras categorias!
Entretanto, para que esta greve seja vitoriosa, é necessário que ela seja construída em todas as escolas, dialogando com pais e alunos. É tarefa da Diretoria do Sindicato construir a unidade com as outras categorias do Estado que estarão em luta neste primeiro semestre, como é o caso dos trabalhadores da saúde, das universidades públicas paulistas, da Sabesp e dos metroviários.
Em relação ao eixo da nossa campanha, entendemos que ele deve expressar a hierarquia da nossa luta que, ao nosso ver, passa pela defesa do salário, emprego, melhores condições de trabalho e água para todos; e, em particular, para todas as escolas.