2º turno em São Paulo: Votar em Boulos para barrar Nunes e sua corja de direita
É preciso construir um programa radical e de luta, com mobilização nas ruas para enfrentar a direita e conquistar mais direitos
Guilherme Boulos (PSOL) chega ao segundo turno contra o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Foi uma eleição apertada, em que Nunes obteve 29,48%, Boulos 29,07% e Pablo Marçal (PRTB), 28,14%. São poucos dias para enfrentar a máquina de Nunes, que conta com o apoio do atual governador, Tarcísio de Freitas, e o apoio tímido de Jair Bolsonaro.
Ricardo Nunes, junto com Tarcísio de Freitas, querem vender São Paulo para as empresas. Diante do apagão em meio à campanha eleitoral, que atingiu 1,35 milhão de pessoas, abre-se ainda mais espaço para pautar as privatizações e os efeitos nefastos. Agora, todos, mesmo os da direita, fazem críticas a ENEL, tentando transformar em bode expiatório. Mas a população vivencia no dia a dia os problemas da privatização na saúde, com o caso da contaminação por HIV em transplantados no Rio de Janeiro, o caos nas linhas privatizadas do metrô de São Paulo, além dos apagões da ENEL. Em debate, Guilherme Boulos falou como a “SABESP pode virar a ENEL da água”.
Esse tom deve ser estendido enfrentando as OSs da saúde, a rede conveniada na educação e outros serviços que hoje estão administrados de forma direta ou indireta por empresários. Por isso, é necessário falar da reestatização da ENEL, mas também desses outros serviços, colocando também a necessidade de terem controle dos trabalhadores.
A estratégia de Guilherme Boulos tem sido, desde o primeiro discurso após o resultado do primeiro turno, apostar na vontade de mudança: “quem quer mudança, vota em mim, quem quer que continue como está, vote em Nunes”. Além disso, tenta capitanear os votos da eleição de Lula em 2022, fazendo uma série de aparições com o presidente.
Guilherme Boulos também tem priorizado se apresentar como um “bom gestor”, que escuta especialistas, conversa com prefeitos de Nova York, Paris e outras cidades de outros países desenvolvidos e que, portanto, tem as melhores propostas e condições de governar a maior cidade da América Latina.
Ganhar os votos da camada mais pobre não será colando com Lula ou como “bom gestor”, mas mostrando um programa que aponte para onde vai essa mudança, e por que é preciso não só votar no 50, mas mobilizar e lutar para que essas propostas se materializem. Nem rebaixar programa, nem vender ilusões e promessas “palpáveis”: é preciso reforçar um perfil classista, orientado para os interesses da maioria.
Estamos nessa reta final nas ruas, nos locais de trabalho e estudo, de moradia, mobilizando não apenas para o voto mas para para construir as lutas que serão necessárias para realizar as mudanças que precisamos.