Oriente Médio: Parem com o catastrófico banho de sangue!

O ataque com assassinatos e bombardeios no Líbano está empurrando todo o Oriente Médio para o abismo de uma guerra regional

O bombardeio maciço em Beirute e o assassinato do secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah significam uma nova escalada na direção de uma guerra total contra o Líbano e podem ser o prenúncio de uma guerra regional. • O “gabinete da morte” de Israel autorizou Netanyahu e Gallant a lançar uma invasão terrestre. • A mobilização para a luta é necessária para impedir mais desastres em escala histórica.

A crise sanguinária e histórica que teve início quase um ano atrás está entrando agora em uma nova fase – mais próxima que nunca de uma guerra regional. O ataque ao quartel-general do Hezbollah em Dahieh, em Beirute – que incluiu a destruição de pelo menos seis prédios residenciais e um massacre horrível com centenas de mortes, segundo alguns relatos -, é o ponto culminante da guerra de “choque e pavor” que o regime israelense lançou há cerca de 10 dias em solo libanês. O objetivo é mudar o equilíbrio de forças em todo o Oriente Médio enfrentando o regime iraniano e seus aliados.

A extensa campanha de terrorismo de Estado, que inclui a morte de mais de 700 pessoas no Líbano nos últimos dias e o bombardeio de prédios residenciais em Beirute, coloca milhões de pessoas daquele país na linha de fogo e não apenas não promove o retorno dos residentes israelenses do norte às suas casas, como também cria uma realidade na qual outros milhões de pessoas do lado israelense da fronteira entram no alcance de tiro do Hezbollah, o que se combina com o aumento dos disparos das milícias do Iraque e do Iêmen.

“Esta é uma guerra total. O que Israel fez nas duas últimas semanas e ontem é suficiente para ‘fechar a porta’ para qualquer tipo de acordo. O Líbano e toda a região entraram em uma nova fase de conflito que levará a uma mudança na organização da região”. Esse trecho foi escrito no sábado no jornal libanês ‘Al-Akhbar’, que é identificado com o Hezbollah.

“Nova Ordem”

O objetivo do ataque em Beirute na noite de sexta-feira, durante o qual vários prédios residenciais foram destruídos com os moradores dentro, com mais de 80 bombas com peso médio de uma tonelada, foi o assassinato de Hassan Nasrallah – o líder militar e político do Hezbollah e de fato do “Eixo de Resistência” pró-iraniano na região. Nasrallah era tanto o rosto público quanto o estrategista do “Eixo” e as consequências de seu assassinato também serão diferentes dos assassinatos provocativos de Fuad Shukr (Haj Mohsein) e Ismail Haniyeh no final de julho.

O New York Times citou no sábado uma autoridade sênior israelense que disse que o ataque em Dahieh tinha a intenção de “quebrar o Hezbollah” assassinando comandantes seniores da organização. O regime israelense está tentando quebrar a milícia do Hezbollah, o elo mais forte da cadeia de milícias do “Eixo de Resistência”, para quebrar todo o eixo. Isso não pode acontecer sem um amplo conflito regional, que será prolongado e destrutivo. Simbolicamente, os militares israelenses decidiram chamar a operação que assassinou Nasrallah de “Nova Ordem”.

O assassinato de Abbas al-Musaw, ex-secretário geral do Hezbollah, em 1992 e de Imad Mughniyeh, ex-chefe da ala militar da organização, em 2008, não impediu que o Hezbollah e o “Eixo de Resistência” continuassem a se fortalecer militarmente ao longo dos anos. Da mesma forma, o assassinato de Nasrallah, por si só, não moldará a região de acordo com os desejos de Netanyahu, Gallant e dos generais do exército israelense.

Antes do assassinato, na noite de quarta-feira, o gabinete da morte autorizou Netanyahu e Gallant a aprovar uma invasão terrestre do Líbano. Isso significa que eles podem legalmente ordenar o início de um ataque por terra a qualquer momento. O oficial sênior israelense citado no New York Times disse que, se o assassinato da liderança do Hezbollah for bem-sucedido, isso “permitirá que Israel evite a entrada por terra no Líbano”. O oposto, no entanto, é verdadeiro. O desequilíbrio causado à milícia do Hezbollah por meio do assassinato de seus comandantes impede qualquer tentativa de se chegar a um acordo na fronteira, incentiva esse grupo a expandir o alcance dos disparos e, de acordo com a lógica do governo e dos chefes do exército de Israel, serve para intensificar a guerra na fronteira e justificar uma invasão terrestre.

Duas brigadas de reserva foram recrutadas e enviadas para a fronteira norte, juntamente com vários outros batalhões. Há um perigo imediato de que o governo implemente planos para uma invasão terrestre também em áreas próximo à fronteira e, depois, no interior do Líbano. Outro perigo é um cenário de implementação da “doutrina Dahieh” em todo o país, ou seja, grandes bombardeios aéreos e a demolição de prédios altos sobre seus habitantes em cidades e vilas desse país, matando milhares de moradores. Esses cenários também aumentam o perigo de uma expansão dramática da guerra para a Síria, o Iraque, o Iêmen e, possivelmente, também para o Irã nos próximos meses.

Nos dias que antecederam o assassinato de Nasrallah, com medo de uma convulsão regional e global que também prejudicaria seus interesses, os representantes do imperialismo norte-americano e francês tentaram conter a fúria militar (que eles continuam a armar e financiar) do governo de Netanyahu e dos chefes das forças armadas por meio de uma pausa de três semanas para fins de negociações entre Israel e o Hezbollah. O governo de Netanyahu e a extrema direita recusaram a oferta e deixaram claro que estavam determinados a continuar com força total. O Ministro da Guerra Gallant se referiu à guerra no Líbano ontem (sexta-feira, 27.09): “Estamos esperando por essa oportunidade há muito tempo, eu pessoalmente também, não apenas no ano passado, mas há muitos anos.”

O pico anterior do sangrento ataque ao Líbano ocorreu na última segunda-feira (23 de setembro), quando 558 pessoas, incluindo 50 crianças, pereceram no massacre realizado pelo braço armado do capitalismo israelense. Em alguns dos bombardeios, famílias inteiras foram dizimadas. Mais de mil ficaram feridos. Foi o dia mais sangrento no Líbano em pelo menos 40 anos, desde o massacre de Sabra e Shatila. Essa é uma ação de terrorismo generalizado de Estado criada para restaurar o prestígio do regime israelense e “marcar com ferro quente a consciência”, o que acontece no contexto de uma crise estratégica em que o governo se encontra sem saída duas semanas antes do aniversário de 7 de outubro.

O Ministério da Saúde do Líbano estima que pelo menos 1.640 pessoas tenham sido mortas no Líbano desde 8 de outubro, incluindo 104 crianças e 194 mulheres, a maioria em ataques israelenses nas últimas duas semanas. Esse terrível número de mortes já é maior do que durante toda a guerra de 2006 no Líbano, quando cerca de 1.400 habitantes foram mortos.

Nos últimos dias, centenas de milhares de pessoas foram deslocadas de suas casas sob a ameaça de bombardeios e ficaram presas por longas horas em enormes engarrafamentos, às vezes sem comida ou água. Eles se juntaram aos cem mil residentes do sul do país que foram deslocados desde outubro de 2023, antes mesmo da fase atual. Não há abrigos para todos. Escolas e campi em todo o Líbano se tornaram centros de recepção de refugiados, mas muitos deles já estão lotados.

“Retorno dos residentes do norte para as suas casas em segurança?”

Após quase um ano de guerra de extermínio em Gaza, com mais de 41 mil mortos em um massacre histórico, o governo de Israel não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos declarados de guerra. A crise dos reféns não foi resolvida e o Hamas não só não desapareceu como seus combatentes continuam a operar mesmo em territórios que as forças de ocupação israelenses já tomaram por determinados períodos. O governo não conseguiu impor condições de rendição à liderança do Hamas por meios militares e não há horizonte para o fim do banho de sangue.

Imediatamente após o dia 7 de outubro, o choque em massa na sociedade israelense foi usado por todos os partidos políticos do establishment para estimular a reação nacionalista e mobilizar o apoio público israelense ao ataque genocida em Gaza. As vozes de oposição à guerra foram silenciadas, inclusive com violência. Entretanto, à medida que o choque diminuiu e os objetivos de guerra do governo se mostraram inatingíveis por meios militares, aumentaram as dúvidas e as críticas entre amplos setores da sociedade israelense. Nesse contexto, a demanda pelo fim da guerra em Gaza como parte de um acordo de troca que devolveria os reféns que permaneciam vivos ganhou amplo apoio em Israel. Até mesmo o chamado líder da “oposição”, Yair Lapid, que reconheceu a mudança de humor e discordou de Netanyahu quanto à forma como a guerra de extermínio estava sendo conduzida, pediu o fim da guerra em Gaza e atacou Netanyahu por querer uma “guerra eterna”.

Agora, o governo consegue mobilizar um apoio relativamente amplo do público israelense para uma guerra total contra o Líbano, principalmente em torno da demagogia da segurança e da promessa de que essa guerra sangrenta aparentemente resolveria a crise das dezenas de milhares de pessoas evacuadas das cidades do norte e permitiria que elas voltassem para casa em segurança. Aqueles que ajudam o governo sanguinário nisso são os líderes da “oposição” parlamentar israelense: Yair Lapid, Gidon Sa’ar, Avigodor Lieberman e também Yair Golan, que estão competindo com os ministros de extrema-direita Smotrich e Ben Gvir com apelos para ocupar o sul do Líbano e promovem uma tentativa de encurralar Netanyahu pela direita.

Uma guerra total no Líbano ameaça não apenas a segurança, a vida e o bem-estar das massas nesse país e na região, mas também de milhões de pessoas em Israel. Em resposta ao massacre generalizado no Líbano, o Hezbollah de fato expandiu o alcance dos disparos, incluindo um míssil na área de Tel Aviv, e seus foguetes também causaram vários feridos, incluindo trabalhadores árabes-palestinos de empreiteiras na área de Nahariya e um trabalhador que foi atingido em Tiberíades, mas, nesse estágio, trata-se de uma resposta limitada e contida. Apesar da atmosfera de euforia nacionalista presunçosa nos estúdios de notícias israelenses e nos vídeos de Netanyahu e dos generais, as autoridades do exército e do governo admitem que “ainda não vimos nada”. A “figura política sênior” de Israel, que foi entrevistada pelo N12 na quinta-feira, disse: “O público em Israel deve saber que não vimos nem um oitavo das capacidades do Hezbollah, que, por alguma razão, está se contendo neste momento. Mas, se chegarmos a uma guerra total, os preços serão altos. O ponto de parada será o acordo [de cessar-fogo] porque Israel não tem intenção de destruir o Hezbollah ou desmantelá-lo ou o Estado libanês”.

Os lançamentos de drones do Iraque, alguns dos quais também chegaram ao porto de Eilat, e os mísseis balísticos que foram disparados do Iêmen em direção à área de Tel Aviv, estão se tornando parte da nova realidade: uma guerra regional de fato, de baixa intensidade, com ataques e contra-ataques não apenas no Líbano, mas também na Síria, no Iraque, no Iêmen e, potencialmente, no Irã.

O ataque militar ao Líbano lançado pelo gabinete da morte israelense não promoverá a segurança dos residentes da Galileia, do norte ou dos habitantes de Israel em geral; pelo contrário, espera-se que traga novos desastres. Outras cidades do norte já estão se juntando à rotina diária de alarmes. A rotina da vida em Haifa, e talvez em breve também na área de Tel Aviv, começará a parecer diferente. Ninguém garante que isso não continuará assim por muitos meses. Uma escalada mais dramática também poderia incluir dezenas e centenas de mortes em Israel.

Essa não é uma guerra pela proteção pública e pelo retorno dos moradores às suas casas, mas uma guerra pela reorganização da subjugação nacional e da opressão dos palestinos e pela preservação da hegemonia do regime israelense e do imperialismo norte-americano no Oriente Médio contra o Irã e seus aliados. Esses são os verdadeiros objetivos do regime israelense nesse ataque sangrento e, por eles, ele também está pronto para sacrificar os reféns israelenses restantes, colocar em risco a vida de dezenas de milhares de pessoas em Israel e na região e trazer desastres para milhões.

Rumo a uma guerra entre Israel e Irã?

O líder supremo iraniano, Khamenei, e também o presidente Pezeshkian, do campo reformista, sinalizaram, pelo menos até o assassinato de Nasrallah, que o Irã não está interessado em participar de uma guerra em grande escala. No entanto, o ataque de retaliação iraniano promovido em abril em resposta ao assassinato de seus generais no complexo do consulado iraniano em Damasco mostrou que, quando os interesses diretos do regime são ameaçados, ele está pronto para traçar uma linha vermelha e responder militarmente. Após o bombardeio em Beirute na noite de sexta-feira, Khamenei convocou uma reunião de emergência do Conselho Nacional Supremo do Irã.

Em seu discurso na ONU, na momento do assassinato e do bombardeio dos prédios residenciais em Beirute, Netanyahu ameaçou o regime de Teerã: “Se vocês nos atacarem, nós os atacaremos. Não há lugar que o longo braço de Israel não alcance”. A arrogância do governo de Netanyahu pode levá-lo, após a escalada dramática que iniciou, a realizar um “ataque preventivo” contra o Irã e, especificamente, a aproveitar uma oportunidade para atacar as instalações nucleares do país.

O ministro da Guerra de Israel, Gallant, conversou por telefone com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, durante o ataque a Dahieh que assassinou Nasrallah. O secretário afirmou que “os Estados Unidos não estavam envolvidos na operação de Israel. Não recebemos nenhum aviso prévio”. Parece que a suposição que orienta Gallant, Netanyahu e os chefes do exército nesse estágio é que Washington terá que apoiar qualquer ação que eles iniciem ex post facto – por mais provocativa e sangrenta que seja.

Embora Washington não esteja interessado em entrar em uma guerra direta com o Irã, se o governo de Netanyahu e a extrema direita arrastarem o regime iraniano para uma intervenção militar, os EUA poderão ser empurrados para o confronto para proteger seu prestígio e seus interesses na região.

O conflito no Oriente Médio alimenta e influencia o conflito interimperialista entre o campo liderado pelo imperialismo dos EUA e o campo liderado pelo imperialismo russo e chinês. O governo Biden não apenas continua a armar e financiar a máquina de guerra israelense com bilhões de dólares, mas também interveio militarmente de forma direta no Iêmen, no Iraque e na Síria nos últimos meses e ameaça atacar o Hezbollah ou o Irã em um cenário de guerra total. Os diplomatas russos e chineses condenaram veementemente Israel, mas, em um futuro próximo, a Rússia e a China não pretendem intervir diretamente como os EUA. Por outro lado, relatórios recentes indicam que a Rússia está mantendo diálogos, com mediação iraniana, com a milícia Ansar Allah dos Houthis no Iêmen. Esses diálogos envolvem a possibilidade de fornecer-lhes armas avançadas como vingança pela transferência de armas dos EUA e das potências ocidentais para a Ucrânia.

É necessária uma luta para deter o inferno

Há uma necessidade urgente de organizar manifestações e até mesmo greves em toda a região e globalmente para forçar um cessar-fogo no regime israelense. A intervenção das massas no Oriente Médio e também nos países imperialistas que armam e financiam a máquina de guerra israelense pode influenciar o curso dos acontecimentos e, potencialmente, até mesmo inclinar a balança contra uma guerra regional.

Ontem (27 de setembro), uma série de sindicatos do Estado espanhol realizou uma greve de 24 horas contra a guerra de extermínio em Gaza. Até o momento, uma iniciativa internacional de ativistas solidários reuniu cerca de 116 mil “compromissos” para participar de um dia de greve e protesto contra o banho de sangue em Gaza e no Líbano em 1º de outubro, mas, no momento, não parece que sindicatos ou outras grandes organizações tenham aderido à convocação.

Na mesma data, na próxima terça-feira (01 de outubro), está prevista uma greve iniciada pelo Comitê de Acompanhamento Superior para Cidadãos Árabes de Israel, juntamente com o Comitê Nacional dos Chefes de Localidades Árabes (NCALC) no aniversário dos eventos de outubro de 2000 e em memória dos manifestantes que foram mortos a tiros durante os protestos. A greve foi anunciada antes do ataque sangrento ao Líbano, exigindo o fim da guerra de extermínio em Gaza, dos ataques aos palestinos na Cisjordânia, da epidemia de assassinatos liderada pelas organizações criminosas dentro da fronteira de 1948 (que recebem incentivo das condições criadas pelo Estado e pela polícia racista), da demolição de casas e do abuso de prisioneiros palestinos. A direção do comitê de acompanhamento foi de fato pressionada, depois de muitos meses, a anunciar uma greve, mas infelizmente até agora não liderou uma campanha pública com o objetivo de construir uma mobilização para uma greve forte, ativa e eficaz, enquanto também se prepara para lidar com medidas de repressão e perseguição política nacionalista.

O que é necessário agora, diante do novo e perigoso estágio da guerra, é transformar a greve em um ponto de partida para uma nova fase da luta contra o governo sanguinário. Essa fase deve incluir assembleias (inclusive virtuais) para discutir e planejar os próximos passos da luta em cada local de trabalho, instituição educacional, bairro ou localidade, onde isso for possível e seguro. Essas medidas poderiam incluir a construção de uma greve contínua nas comunidades árabe-palestinas, mas também medidas de protesto transnacionais exigindo o fim da guerra no Líbano, o fim do banho de sangue em Gaza, a libertação de “todos por todos” [todos os reféns por todos presos políticos palestinos] e a luta pela reconstrução e pelo bem-estar.

Embora o direção oficial das famílias dos reféns tenha se apressado em cancelar a principal manifestação em Tel Aviv após o início da guerra no Líbano, sem que as autoridades impusessem restrições às reuniões, algumas das famílias fizeram um apelo para que houvesse manifestações no sábado à noite e não parassem a luta. Apesar de que muitos dos participantes dos protestos do “Acordo Agora” possam ter ilusões sobre a guerra no Líbano e até mesmo apoiá-la, é preciso esclarecer que aqueles que sabotaram o cessar-fogo nesse país (e aqueles que os encorajaram da “oposição”) são os mesmos que sabotaram um acordo para libertar reféns em Gaza.

A eclosão da indignação em massa na sociedade israelense em resposta à decisão do gabinete da morte de perpetuar a ocupação da “Rota Filadélfia” em Gaza e a notícia da morte de seis reféns como resultado da “pressão militar” exerceram pressão de baixo para cima sobre a direção do Histadrut [central sindical], o que levou ao anúncio da greve geral em 2 de setembro, da qual participaram trabalhadores judeus e árabes. A greve indicou o potencial, que ainda não foi totalmente realizado, de intervenção na crise sangrenta por parte da classe trabalhadora no interesse das pessoas comuns e em oposição ao interesse da máquina de guerra do regime israelense. Diante da liderança nacionalista de direita do presidente do Histadrut Bar-David e de sua laia, a esquerda socialista também deve promover nas organizações de trabalhadores uma posição que esteja de acordo com os interesses das pessoas comuns de todas as comunidades nacionais – contra os ataques sangrentos no Líbano e a guerra de extermínio em Gaza, contra uma guerra regional e pela liberação de “todos para todos”, reconstrução e bem-estar.

Não haverá solução real para a crise sangrenta sem uma luta contra a opressão nacional, a ocupação, a expropriação, a pobreza e o imperialismo. Essa luta deve começar com o fortalecimento do apelo para acabar com o inferno no Líbano e em Gaza, parar os ataques do exército e dos colonos na Cisjordânia, uma luta para derrubar o governo sanguinário e continuar a construir uma alternativa a toda a sua agenda e à agenda dos partidos de “oposição” que prometem um futuro de guerras e sangue sob o domínio do capital e da ocupação. Uma alternativa em nível regional e internacional que promoverá uma luta pela mudança socialista e pela paz diante do sistema capitalista baseado na agressão imperialista e no domínio do capital.

Artigo publicado originalmente em hebreu dia 28 de setembro 2024

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