Ajude a fortalecer um jornal a serviço da luta por uma alternativa socialista e revolucionária
O Ofensiva Socialista chegou à sua 50ª edição. O jornal da LSR – Liberdade, Socialismo e Revolução veio à luz no ano de 2009 como porta-voz da nova organização fundada nesse mesmo ano. Seu objetivo foi o de ser uma ferramenta na luta por uma alternativa socialista para a luta dos trabalhadores e setores oprimidos no Brasil e no mundo.
Nosso jornal nasceu na vaga da crise financeira de 2008, que refletia uma profunda crise estrutural do sistema capitalista cujos elementos fundamentais permanecem até os dias de hoje e provocaram uma reconfiguração do capitalismo mundial.
O período da globalização neoliberal hegemonizada pelos EUA, deu lugar a uma nova era da desordem marcada por uma intensa disputa inter-imperialista entre EUA e China, avanço do protecionismo, nacionalismo, autoritarismo, militarização, guerras, revoluções e contrarrevoluções.
A pandemia e a guerra na Ucrânia aprofundaram a dinâmica de uma nova guerra fria internacional entre os dois blocos imperialistas. A gravidade da crise climática e o terrível massacre do povo palestino em Gaza por parte de Israel tornam cada vez mais explícitas as catástrofes que o sistema em crise pode provocar.
Um jornal na linha de frente das lutas de massas
Desde 2008/2009, o aprofundamento da crise social e política levou à explosão de grandes movimentos potencialmente revolucionários.
As revoluções da chamada ‘primavera árabe’ e as grandes mobilizações do movimento ‘ocupe’ e a resistência contra as políticas de austeridade no sul da Europa, nos EUA e outras partes do mundo a partir de 2010, foram marcas desse ascenso de lutas. Artigos de camaradas na linha de frente dessas mobilizações foram reproduzidos nas páginas de nosso jornal.
Entre balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, o ‘Ofensiva Socialista’ foi vendido nas manifestações das jornadas de junho de 2013 no Brasil.
No nosso jornal defendemos um programa que vinculasse as demandas por reforma urbana, serviços públicos e direitos sociais a uma alternativa socialista.
Defendemos uma estratégia que unificasse as lutas envolvendo a ação organizada da classe trabalhadora através da greve geral com ações de massas. Através da organização democrática do movimento pela base, teria sido possível um caminho que poderia barrar as tentativas da direita de se aproveitar das enormes contradições do governo Dilma e do PT na época.
Uma segunda onda internacional de ascenso de massas se deu a partir de 2019 com os levantes revolucionários na América Latina (Equador, Chile, Bolívia, Colômbia, Peru etc.), as mobilizações multitudinárias em Hong Kong, no Sri Lanka e outros exemplos. O papel da classe trabalhadora com seus métodos de luta, como a greve geral, foi uma das marcas desse processo, refletindo-se também em um ascenso de lutas sindicais em muitos países, incluindo os EUA e a Europa, com destaque para a França e Grã Bretanha.
Nas páginas do ‘Ofensiva Socialista’ apoiamos e defendemos esses movimentos de massas, analisamos seu potencial e suas contradições a partir da intervenção direta nessas lutas através da Alternativa Socialista Internacional – ASI.
Na luta contra as opressões
O Ofensiva Socialista também foi nesse período marcado pela ênfase dada às lutas da mulheres, população LGBTQIA+, negros e negras, povos originários e demais setores oprimidos em nossa sociedade.
Abordamos o papel decisivo jogado pelo movimento feminista em lutas como a mobilização que conquistou o direito ao aborto na Irlanda em 2018 e na Argentina em 2020/21 e outros exemplos no mundo.
Foi assim também na luta de massas potencialmente revolucionária no Irã sob a bandeira de “Mulheres, vida e liberdade” e em mobilizações e protestos contra o feminicídio e violência contra as mulheres em muitos países.
O protagonismo das mulheres nas lutas em curso podem ser exemplificados pelo seu papel nas manifestações contra o massacre em Gaza, contra os efeitos da crise climática e contra a extrema direita em muitos países.
No Brasil, o Ofensiva Socialista foi vendido na grande marcha do “Ele Não” contra Bolsonaro em 2018, sempre defendendo o feminismo socialista e da classe trabalhadora. Nas páginas de nosso jornal insistimos na defesa do direito ao aborto, mesmo quando muito setores da esquerda institucional abriram mão dessa bandeira na prática, recuando diante da ascensão da extrema direita.
Nosso jornal difundiu inúmeros artigos sobre a luta antirracista internacionalmente e no Brasil, cobrindo o Black Lives Matter, o maior movimento de massas da história dos EUA, mas também o genocídio da juventude negra nas periferias do Brasil. O mesmo se dá com a resistência do povo Yanomami e as lutas dos povos indígenas em geral.
As páginas do Ofensiva Socialista também se colocaram a serviço da construção das Feministas Antirracistas Socialistas como instrumento de luta contra as opressões e por uma alternativa socialista.
Entendendo as razões das frustrações e derrotas
Os desfechos desfavoráveis de muitos desses processos abriram espaço para as tentativas de recomposição reacionária das classes dominantes diante da crise de seu sistema. Isso inclui a ascensão da extrema direita em muitos países.
A derrota de muitos dos movimentos de massas foi resultado principalmente da crise do fator subjetivo, ou seja, os limites e contradições na organização e consciência dos trabalhadores e oprimidos e nas estratégias e programas adotados por suas direções.
A falta de um projeto político consequente das novas formações de esquerda que surgiram no período foi um fator central para que se perdessem oportunidades históricas. Foi assim com os erros e traições de partidos e dirigentes como o Syriza na Grécia, Podemos no Estado Espanhol, Bernie Sanders nos EUA, Corbyn na Grã Bretanha e outros.
Os novos governos “progressistas”, como no caso do México, Colômbia, Chile e Peru, também não aprenderam as lições das derrotas anteriores na região, o que abriu caminho para a emergência de uma nova extrema direita na região refletida na figura de Javier Milei na Argentina.
O Ofensiva Socialista apoiou a luta contra a extrema direita nas ruas e nas eleições, rejeitando a ideia de frentes amplas com setores burgueses e sempre defendendo a construção de ferramentas de luta política independente da classe trabalhadora com programas socialistas.
Lutar contra Bolsonaro sem abrir mão da independência de classe e o socialismo
No Brasil, o Ofensiva Socialista foi vendido nas manifestações contra o golpe de 2016. Fez isso sem apoiar o governo Dilma e suas políticas de cortes e ataques e apontando para que o PSOL encabeçasse uma frente da esquerda socialista e dos trabalhadores como alternativa política aos limites do PT e suas políticas de conciliação de classe.
Em 2017, o ‘Ofensiva Socialista’ se colocou na luta pelo ‘Fora Temer’ e a serviço da construção da grande greve geral de abril deste ano. DEdefendemos que poderíamos derrotar as contrarreformas e derrubar o governo Temer, desde que uma nova greve geral fosse convocada e a luta continuasse.
Repudiamos a postura da direção do PT, da CUT e outras entidades, de recuar e apostar tudo nas eleições de 2018. O resultado foi um fiasco com a prisão de Lula e a eleição de Bolsonaro.
Tanto em 2018 como em 2022, defendemos em nossas páginas a construção, no primeiro turno, de uma candidatura da esquerda socialista em torno do PSOL contra Bolsonaro e diferenciando-se dos limites do PT. Apoiamos a candidatura de Boulos do PSOL em 2018 e uma candidatura do PSOL em 2022, que acabou não acontecendo.
O PSOL nesse período passou a secundarizar a tarefa de construção de uma alternativa de esquerda socialista no país. Tornou-se uma força auxiliar do PT, colocando seu futuro em sério risco da mesma forma que outras novas formações de esquerda de outros países.
O Ofensiva Socialista combateu esse retrocesso no PSOL. Mesmo rejeitando posições sectárias, como as que viram na queda de Dilma em 2016 um passo adiante, rejeitou também, por outro lado, a defesa da frente ampla de conciliação de classes para combater Bolsonaro.
Nadando contra a corrente em muitos momentos. Não capitulamos às pressões das ilusões massivas em um novo governo de Lula e na suposta necessidade de alianças com o centro e a direita na luta contra Bolsonaro.
O Ofensiva Socialista se mantém como um instrumento a serviço da construção de uma alternativa de esquerda no Brasil e, em colaboração com camaradas de mais de 30 países como parte da ASI, em todo o mundo.
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