Por que me tornei socialista?
Ingressei no curso de pedagogia não somente porque desejo ser professor de crianças, mas também porque era tremendamente insatisfeito com o mundo em que vivemos e achava que a educação era a via para um outro, melhor, mais justo e igualitário. O curso, porém, logo me sacou da ingenuidade.
Descobri que a educação, além de ser incapaz de reparar a desigualdade social, é armada para reproduzir a divisão da sociedade em classes. Portanto, para manter a desigualdade social, tão necessária à manutenção do sistema capitalista.
De insatisfeito com o mundo, passei então a indignado com a realidade enfrentada pelos trabalhadores de nosso país. O sistema capitalista em que sobrevivemos nos separa de nossos meios de trabalho – ferramentas, fábricas, terra, salas de aulas, livros – e nos obriga a trabalhar para aquela pequena elite, que se apodera dos mesmos meios de trabalho e que pode, justamente por isso, impor, a toda a sociedade, o ritmo e as finalidades do trabalho. A produção material, de que nós todos dependemos, em vez de atender às nossas necessidades mais básicas, está a serviço do lucro privado e garante a dominação dos empregados pelos patrões.
Colocava-se, então, diante de mim, a necessidade de ingressar num coletivo socialista, por meio do qual eu poderia me inteirar das lutas da classe trabalhadora e me associar a pessoas que, assim como eu, batalham pela superação da sociedade de classes.
Fiquei muito satisfeito e feliz com o companheirismo, seriedade e organização do grupo. Concordando com suas posições políticas, decidi me juntar ao coletivo. Logo quis escrever para nosso jornal, porque espero, sinceramente e sem constrangimento algum, que minha experiência sirva de inspiração a novos e promissores militantes, e que estes venham se juntar a nós, na LSR, numa luta democrática e incansável pelo socialismo e pela emancipação da classe trabalhadora.