Por que me tornei socialista?

Meu nome é Bernardo, tenho 24 anos, sou estudante de pedagogia da Unicamp e militante da corrente Liberdade, Socialismo e Revolução, coisa que, um ano atrás, jamais teria pensado que seria. Opa! Como assim?

Ingressei no curso de pedagogia não somente porque desejo ser professor de crianças, mas também porque era tremendamente insatisfeito com o mundo em que vivemos e achava que a educação era a via para um outro, melhor, mais justo e igualitário. O curso, porém, logo me sacou da ingenuidade.

Descobri que a educação, além de ser incapaz de reparar a desigualdade social, é armada para reproduzir a divisão da sociedade em classes. Portanto, para manter a desigualdade social, tão necessária à manutenção do sistema capitalista.

De insatisfeito com o mundo, passei então a indignado com a realidade enfrentada pelos trabalhadores de nosso país. O sistema capitalista em que sobrevivemos nos separa de nossos meios de trabalho – ferramentas, fábricas, terra, salas de aulas, livros – e nos obriga a trabalhar para aquela pequena elite, que se apodera dos mesmos meios de trabalho e que pode, justamente por isso, impor, a toda a sociedade, o ritmo e as finalidades do trabalho. A produção material, de que nós todos dependemos, em vez de atender às nossas necessidades mais básicas, está a serviço do lucro privado e garante a dominação dos empregados pelos patrões.

Colocava-se, então, diante de mim, a necessidade de ingressar num coletivo socialista, por meio do qual eu poderia me inteirar das lutas da classe trabalhadora e me associar a pessoas que, assim como eu, batalham pela superação da sociedade de classes.

Fiquei muito satisfeito e feliz com o companheirismo, seriedade e organização do grupo. Concordando com suas posições políticas, decidi me juntar ao coletivo. Logo quis escrever para nosso jornal, porque espero, sinceramente e sem constrangimento algum, que minha experiência sirva de inspiração a novos e promissores militantes, e que estes venham se juntar a nós, na LSR, numa luta democrática e incansável pelo socialismo e pela emancipação da classe trabalhadora.