Capitalismo é fome, devastação, guerra e morte!
Por uma alternativa socialista contra Bolsonaro e o sistema que o criou!
A Liberdade, Socialismo e Revolução retoma a publicação do Ofensiva Socialista em um momento decisivo para a classe trabalhadora e todos os oprimidos do Brasil e do mundo.
A pandemia e a crise climática desnudaram o terrível papel jogado pelas classes dominantes em todo o mundo. Até agora, foram seis milhões de mortos na pandemia. Embora tenhamos hoje uma situação menos terrível em vários países, ainda há populações inteiras, em geral pobres, negros e negras, sem acesso à vacina e à mercê do vírus.
A desigualdade e a crise econômica e social se aprofundaram com a pandemia e não há perspectiva de efetiva recuperação e melhora nas condições de vida para grande parte da população mundial. O Brasil está entre os piores cenários econômicos e sociais do mundo, com recessão, inflação alta, desemprego, fome e desigualdade crescente.
A crise climática e ambiental em geral se aprofunda a olhos vistos. É flagrante o contraste entre o agravamento dos desastres ambientais e dos eventos climáticos extremos, como os que estamos vivendo no Brasil em Petrópolis e outras regiões, e a inação criminosa de governos e das elites dominantes.
Para completar o cenário, os conflitos e rivalidades interimperialistas estão provocando uma guerra na Europa Oriental, com a intervenção militar da Rússia na Ucrânia e com desdobramentos potencialmente dramáticos. O conflito se dá no contexto mais amplo da disputa geopolítica, econômica e crescentemente militar entre os EUA e a China e os aliados de ambos os imperialismos.
Todos esses processos demonstram que o sistema capitalista só pode levar a humanidade ao sofrimento e à dor sem fim. Essas conclusões estão sendo tiradas por camadas cada vez mais amplas de jovens e trabalhadores em vários países. A explosão de lutas radicalizadas em vários países, como na América Latina recentemente, tem o potencial de abrir caminho para a construção de uma alternativa socialista consequente no próximo período.
O Brasil está plenamente inserido nesse contexto de crise, polarização social e política e busca desesperada por alternativas. Bolsonaro é a cara mais repugnante e imunda desse sistema. Mesmo mais fraco e com a burguesia dividida em relação a apoiá-lo, continua sendo uma ameaça perigosa e um inimigo a se combater e derrotar já.
O retorno da retórica golpista de Bolsonaro, ameaçando não reconhecer um resultado eleitoral desfavorável, é apenas mais uma demonstração de que não se pode apostar unicamente em uma saída eleitoral para derrubar esse governo. Somente a luta organizada nas ruas, nos locais de trabalho, estudo e moradia, no campo e na cidade, vinculando nossas reivindicações imediatas com a luta pelo Fora Bolsonaro e por uma alternativa global dos trabalhadores às políticas neoliberais, poderá derrotá-lo efetivamente.
A ilusão pregada pela direção do PT e Lula de que a reconciliação com a classe dominante e os políticos de direita que promoveram o golpe institucional de 2016 é a única opção apenas pavimenta o caminho para novas derrotas. Uma candidatura Lula/Alckmin que não se comprometacom a ruptura total com as políticas neoliberais, contrarreformas e ataques dos últimos anos não é a saída que os trabalhadores precisam.
É tarefa da esquerda socialista brasileira defender nas lutas e nas urnas um programa anticapitalista e socialista como saída para a crise profunda que vivemos. Essa bandeira precisa ser levantada por uma candidatura que o PSOL tem o dever de apresentar em unidade com outros setores da esquerda socialista e dos movimentos sociais combativos. Se não fizer isso, o partido corre um sério risco de perder qualquer referência com seu projeto original de construção de uma alternativa de esquerda e socialista consequente no país.
A defesa dessas posições não elimina um voto crítico em Lula no segundo turno e ainda serve para fortalecer um campo político de esquerda que não vai capitular às políticas de conciliação de classes do lulismo.
Esse campo de esquerda socialista será fundamental na continuidade da luta contra o bolsonarismo e a extrema-direita hoje e no futuro. O bolsonarismo seguramente tentará uma contraofensiva apoiando-se nas contradições, limites e moderação do lulismo e da atual direção do PT e dos movimentos sociais majoritários, como a CUT.
Com o Ofensiva Socialista nas mãos, estaremos nas ruas e nas lutas combatendo Bolsonaro e suas políticas. Faremos isso em unidade com petistas e outros setores que apoiam Lula e que estejam dispostos a lutar. Mas, faremos isso levantando nossas bandeiras e nossa alternativa classista e socialista.
É assim neste 8 de março, quando milhares de mulheres ocupam as ruas contra Bolsonaro, contra a violência e o feminicídio, contra a fome, o desemprego, os baixos salários e por mais direitos. A conquista do direito ao aborto tornou-se uma realidade em vários países da América Latina, como na Colômbia mais recentemente. As mulheres brasileiras, em sua luta como parte da classe trabalhadora, saberão travar também essa batalha e conquistar vitórias.
Estaremos nas lutas contra as privatizações da Eletrobras, Correios, Porto de Santos, Sabesp etc., denunciando a contrarreforma administrativa, contra o novo ‘marco temporal’ e em defesa dos direitos dos povos indígenas, por salário, emprego, moradia, educação, saúde e melhores condições de vida. Também estaremos com a juventude em defesa do direito a um futuro que nos é negado pelo extermínio da juventude negra, pelo sucateamento da educação, pelo desemprego e precarização do trabalho, além da destruição do meio ambiente.
Para os socialistas revolucionários – inseridos nas lutas dos trabalhadores, jovens, mulheres, negros e negras, povos indígenas e todos os explorados e oprimidos – a tarefa central é derrotar Bolsonaro e ao mesmo tempo fazer avançar a construção de uma alternativa socialista da classe trabalhadora contra a extrema direita e o sistema que a criou e a estimula.
O Ofensiva Socialista é mais uma arma para essa batalha!