Barrar os ataques! Fora Temer! Reorganizar a esquerda socialista!
Michel Temer encabeça um governo de corruptos e lacaios dos bancos e grandes empresas. Seu objetivo é garantir a impunidade da alta cúpula do poder político ao mesmo tempo em que promove a maior onda de ataques contra os direitos sociais desde FHC.
As denúncias envolvendo Geddel Vieira Lima e o próprio Temer, feitas por um ex-colega de ministério, são gravíssimas. Mas, isso é apenas a ponta do iceberg. Esse governo está podre por dentro e por fora.
Temer não tem nenhuma legitimidade. Mantém-se na presidência porque a elite dos endinheirados quer que faça o trabalho sujo do ajuste antipopular que Dilma, mesmo esforçando-se, não tinha condições de fazer.
Diante dos enormes retrocessos representados pela PEC 55, em tramitação no Senado, e as contrarreformas da previdência, trabalhista, do ensino médio, além de várias outras medidas de ataque, a LSR entende que a resistência em defesa dos direitos é a prioridade número um das organizações dos trabalhadores, da juventude e do povo brasileiro.
Organizar a resistência!
As ocupações de escolas e universidades em todo o país, com destaque para o Paraná, mostraram um caminho fundamental para essa luta. Também as manifestações dos trabalhadores do setor público no Rio de Janeiro e em outros estados contra os cortes deixaram claro que é possível resistir.
As várias tentativas de unidade de ação, como em 11 e 25 de novembro, cumpriram um papel positivo. Mas, precisamos de mais, muito mais, para derrotar Temer e sua política de ataques.
O caminho da vitória passa pela unidade na luta de todos os setores dispostos a enfrentar Temer e os governos estaduais e municipais. Porém, passa também por uma profunda reformulação e reorganização dos movimentos sociais e da esquerda.
É preciso romper a letargia de boa parte das cúpulas sindicais que durante anos acomodaram-se à conciliação com o governo federal e setores burgueses vistos como aliados. É preciso também superar os métodos burocráticos na atuação da própria esquerda socialista no movimento sindical.
A força e a radicalidade da juventude desde junho de 2013, refletida também nas ocupações de escolas e mobilizações recentes, mas também de movimentos sociais combativos, como o MTST, devem servir de exemplo.
É correto que se faça um chamado às Centrais sindicais para que convoquem ações unitárias e assumam o compromisso de construir uma grande greve geral em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Mas, cada vez fica mais claro que isso não irá acontecer por uma decisão burocrática da cúpula. É preciso que se invista na força explosiva que só poderá vir da base dos trabalhadores e da juventude, das mulheres e negros e negras, sem os limites impostos pela burocracia sindical.
Superar o lulismo
Conseguir isso significa também desvincular completamente a resistência contra os ataques de Temer dos planos eleitorais do campo Lulista para 2018.
O pior crime que as direções sindicais e populares podem cometer nesse momento, depois de tantos já cometidos nos últimos anos de subserviência ao governo anterior, é manipular a luta de vida ou morte dos trabalhadores em defesa de seus direitos visando retomar o controle do aparelho de Estado para continuar um projeto falido de conciliação de classes.
Por isso, é preciso muito cuidado com a forma como alguns movimentos sociais estão usando a figura de Lula nas atividades de mobilização contra Temer e seus ataques.
Em recente Congresso da Apeoesp, Lula usou quase uma hora desse importante espaço dos trabalhadores para deixar claro que não aprendeu nada da enorme crise do PT e de seus governos.
Lula continua defendendo a conciliação de classes e uma saída por dentro do sistema político e econômico dos capitalistas. Esse caminho só poderá conduzir nossa luta para novas derrotas.
A LSR se coloca de forma firme e clara contra a criminalização dos movimentos sociais e da esquerda. Rechaçamos as ações recentes das forças de repressão na Escola Florestan Fernandes do MST e em inúmeros outros espaços de luta.
Nós não subestimamos a gravidade das ações da Lava Jato, da Justiça e dos demais poderes do Estado burguês contra a esquerda e os trabalhadores. Não faremos coro com Sérgio Moro em sua política de seletividade punitiva claramente orientada por uma visão política conservadora.
Ao mesmo tempo, não podemos concordar que se coloque a defesa de Lula como centro da luta da esquerda e dos movimentos sociais. Lula, o lulismo e seu projeto de conciliação de classes representam obstáculos para o avanço da esquerda e não saídas milagrosas como pensam os ex-governistas.
Reiteramos nossa defesa da ampla unidade de ação contra os ataques de Temer e contra a criminalização dos movimentos sociais. Mas, não abrimos mão da luta por uma nova esquerda socialista e revolucionária que supere o Lulo-petismo e sua traição histórica.
Frente de Esquerda Socialista
Na construção de uma alternativa de esquerda e socialista consequente no Brasil, é preciso estimular e saudar todos aqueles que demonstram aprender com as lições do fracasso do projeto petista de colaboração de classes.
Mas, é preciso cuidado. Nem todos os que rompem hoje com o PT o fazem pelos motivos corretos. Muitos somente querem uma bandeira limpa para continuar a defender o mesmo projeto, apenas com uma maior preocupação ética.
O fracasso do PT não foi apenas um problema ético. Mesmo os desvios gravíssimos no campo da ética são resultados de um projeto político que não rompe com o atual sistema estruturalmente corrupto e injusto.
Trata-se aqui essencialmente de um debate sobre estratégia e programa, incluindo a composição de classe do projeto político a ser defendido. Os princípios éticos são um componente essencial de tudo isso, mas não podem sustentar-se se o projeto político não for claramente anticapitalista e socialista.
Qualquer projeto “ético” que se mantenha nos limites do atual sistema político, econômico e social está fadado a degenerar e repetir fracassos anteriores.
O que precisamos é tornar majoritário na classe trabalhadora um projeto socialista consequente e não passar um verniz nos modelos fracassados do Lulismo e petismo.
Por isso, defendemos:
- Fora Temer! Eleições gerais!
- Derrotar com luta a PEC 55 e as contrarreformas da previdência, trabalhista e do ensino médio!
- Não à criminalização dos movimentos sociais e da esquerda!
- Unir as lutas, greves e ocupações e construir pela base uma greve geral contra os ataques do governo!
- Por uma Frente de Esquerda Socialista que levante um autentico programa socialista como alternativa para o país!