Pezão ladrão, devolve o meu cartão!

Alerj vota as pressas aumento do Bilhete Único intermunicipal para agradar empresários do transporte!

A Alerj aprovou nessa quinta-feira, 08/12, as pressas as medidas do pacote de maldades do Pezão referentes ao Bilhete único Intermunicipal, em resposta as pressões da Fetransport, federação dos transportes que representa as concessionárias, que não aceitaram perder um centavo de seu lucro. As medidas aprovadas obrigam os trabalhadores a pagarem pela crise do estado,  aumentando o valor da passagem intermunicipal de 6,50 para 8 reais. Também limita o Bilhete Único para quem ganha até 3 mil reais.  Isso deixa claro quem é que manda no nosso estado e a serviço de quem estão os nossos governantes, das grandes corporações que financiam as suas campanhas eleitorais.

Mediante a falta de repasse  do governo para as empresas de ônibus referente ao subsidio na passagem no Bilhete Único intermunicipal as mesmas tentaram impor o fim do “desconto”, sem nenhum compromisso ou preocupação com os usuários, mas foram barradas pela justiça. O fim do bilhete único iria prejudicar 5 milhões de usuários, gerar milhares de desempregos e cercear o direito de ir e vir das pessoas. Além de aumentar a população em situação de rua, pois em situações de crise econômica acentuada muitos trabalhadores são forçados a dormirem próximos ao trabalho, na rua, por não terem dinheiro para a passagem de ônibus.

Com o fim do Bilhete Único Intermunicipal para fazer o mesmo trajeto que hoje se gasta 6,50 reais, uma pessoa que mora na baixada, ou outros municípios, iria pagar o valor integral do ônibus intermunicipal (que pode ir de 7,50 a perder de vista) e mais um ônibus no Rio de 3,80, pois o cartão não irá mais zerar no segundo ônibus e nem contar o valor com desconto. Isso ainda não se concretizou, mas sabemos que esses são os planos de Pezão, dos deputados e empresários do transporte, tudo farinha do mesmo saco. Originalmente no pacote de maldades estava previsto o fim do Bilhete único intermunicipal.

As concessionárias CCR, SuperVia, Metrô Rio, estão reclamando da dívida do estado que acumulada em apenas uma semana chegou a soma de 10 milhões. Há 6 anos que tais concessionárias nadam nessa fortuna, enquanto o valor da passagem para os trabalhos e trabalhadoras não para de aumentar. O subsídio que o estado da de presente  paras as concessionárias se trata de transferência de dinheiro público para empresas privadas. Elas ameaçaram cortar linhas de ônibus e até não pagar o 13 salário dos trabalhadores. Qual compromisso que tais empresas possuem com seu dever de prestar um serviço público? Nenhum! A falácia que privatizar é melhor está caindo por terra.

Essa crise econômica do Estado é reflexo de anos da política do PMDB favorecendo as grandes corporações com isenções ficais milionários.    Para que poucos enriquecessem esvaziaram os cofres públicos. Os empresários do transporte foram mal acostumados e agora não aceitam abrir mão de seus privilégios que valem milhões.

Os empregadores também garantiram aumento de lucros com o bilhete único, pois antes eram obrigados a pagar mais de uma passagem para o trabalhador que mora longe chegar ao trabalho, com o bilhete único passaram a pagar uma só. No caso de suspensão do Bilhete Único os empregadores tem a obrigação de manterem os empregos e pagarem quantas passagens forem necessárias para o trabalhador chegar ao seu trabalho. Para garantirem seus lucros, tudo…para o trabalhador, nada…não aceitaremos mais isso.

Sabemos que o que irá ocorrer na realidade será milhares de trabalhadores perdendo seus empregos por não  terem como chegarem ao trabalho. Hoje a exclusão e desigualdade da cidade, faz com que a baixada e áreas mais pauperizadas e longínquas  do centro do Rio de Janeiro, se tornem  “cidades dormitórios”. Os trabalhadores trabalham nas áreas centrais e só voltam para as suas casas para dormirem. Passam por horas dentro do transporte público para poderem chegar ao trabalho. Com o fim do bilhete único intermunicipal esses trabalhadores gastarão muito mais tempo para chegar ao trabalho, na busca por alternativas mais baratas, como pegar um ônibus a menos, que demora mais para passar e e da muitas voltas, andar por quilômetros para economizar uma passagem, etc. As mulheres ficarão ainda mais vulneráveis a violência urbana, no caso de precisar fazer trajetos longos andando, ou menos pegar ônibus lotados, com a possibilidade de serem sarradas.

Discutir a crise do transporte é por em debate onde será investido o dinheiro público e o projeto de cidade. O acesso ao transporte público implica em discutir o direito a cidade: como podemos ter acesso à educação, lazer, saúde (ainda que serviços precários) se a tarifa é mais uma catraca? Hoje, nós temos 37 milhões de brasileiros que deixam de usar o transporte coletivo regularmente por não poderem pagar a tarifa, segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos.

Com uma das passagens mais caras do pais, a cidade carioca segue com um sistema de transporte rodoviário que não consegue atender a demanda local. Apesar da implantação dos consórcios as linhas ainda são maus divididas, com a maioria das linhas na zona sul e com poucas na zona oeste, fora que esta região ainda tem os piores ônibus e horários. Além disto, apesar da promessa de transparência as contas das empresas de ônibus ainda são obscuras.

Os aumentos abusivos das passagens de ônibus, se seguiram nos outros modais de transporte da cidade, como nos trens, barcas e metrô ao mesmo tempo que os serviços oferecidos se mantem péssimos. A Supervia é um exemplo a se registrar, os atrasos e quebras são recorrentes, e mesmo assim a empresa ganhou a renovação da concessão, além de que todos os novos trens são dados pelo Governo e não são custeados pela empresa ou até mesmo pela passagem. Da mesma forma, as barcas tem apresentado sucessivos acidentes e panes, além dos atrasos constantes.

O BRT também acumula acidentes pela cidade, as reclamações pelo atraso, pelos ônibus lotados e pelo aumento do tempo e distância para algumas viagens, são as grandes reclamações dos usuários. As obras de implementação do BRT-Transbrasil vem infernizando a vida da população com o fechamento parcial da principal via da cidade, além disto esta obra deve seguir o modelo das outras, pagando indenizações irrisórias pelas desapropriações. O Rio é a cidade que se perde mais tempo em trânsito, 33 dias por ano, tempo este que deveria ser destinado ao lazer, descanso, etc..

A solução para a cidade passa pelos transporte de massa, trens e metrô são a saída mais eficiente para transportar uma população do tamanho da nossa. Mas para isso o lucro não deve vir em primeiro lugar, mas sim o direito a cidade da população, o que será possível com a estatização do transporte público, sob controle democrático dos usuários.

Mais do que nunca precisamos ir para as ruas e resistir contra esses graves ataques aos nossos direitos. Devemos seguir o exemplo dos milhares de estudantes que por todo país ocuparam escolas e universidades, dos servidores públicos do Rio que em baixo de bombas e porradas do Estado mantem a luta por direitos, da primavera das mulheres, que ocupam as ruas dizendo um basta ao patriarcado e as opressões; Vamos unir as lutas e dizer em alto e bom tom que nós trabalhadores não iremos pagar pela crise.

  • Que o subsídio do desconto da passagem do Bilhete Único intermunicipal saia do lucro das empresas de ônibus.
  • Nenhum emprego a menos devido a dificuldade de chegar ao trabalho. Que os patrões paguem quantas passagens forem necessárias para o trabalhador chegar ao trabalho.
  • Auditória e transparência nas contas das concessionárias!
  • Transporte de qualidade para toda a população! Chega de ficar apertado feito sardinha!
  • Pelo fim da dupla função do motorista, que hoje também exerce a função de cobrador.
  • Tarifa zero nos transportes públicos! O transporte é um direito, não mercadoria!
  • Estatização dos transportes, sob controle democrático dos trabalhadores e usuários!

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