Bloco de Resistência Socialista luta pela recomposição da esquerda classista
Formado há quase um ano, o Bloco Resistência Socialista atua em importantes frentes de lutas da classe trabalhadora brasileira, participa da Conlutas, de movimentos de trabalhadores do campo e tem batalhado por um PSOL com independência de classes e conseqüentemente socialista.
No final de maio, militantes do Bloco, que também integram o movimento Terra Livre, participaram da ocupação do Incra e do Ibama, em Goiânia. A ocupação foi para cobrar do governo agilidade na implementação da reforma agrária. Para Zelito da Silva, da coordenação nacional do Terra Livre, o Bloco Resistência Socialista tem a importante tarefa de buscar unificar as lutas dos trabalhadores do campo e da cidade.
No Rio Grande do Sul, o CPERS (sindicato dos trabalhadores da educação) participa de lutas constantes contra o autoritarismo e a corrupção do governo tucano de Yeda Crusius. Para a diretora do Sindicato e integrante da Direção Nacional do PSOL, Neida Oliveira, o Bloco de Resistência Socialista tem cumprindo uma tarefa importante ao procurar organizar uma parte da vanguarda socialista e revolucionária do PSOL para intervir coletivamente nas lutas. “Precisamos transformar o PSOL em um instrumento para organizar a classe trabalhadora. Só assim impediremos o rumo eleitoreiro do partido.”
Em São Paulo, militantes do Bloco enfrentaram o governo do estado e a direção do sindicato Sintaema, ligada ao PCdoB, participando de recente greve dos trabalhadores do Saneamento Básico do Estado (Sabesp).
Ainda em São Paulo, os professores estaduais realizaram paralisações contra as atuais condições de trabalho. “O governo tucano de Serra só aprofundou o descaso no trato com os professores da rede pública, diz Miguel Leme, diretor estadual da Apeoesp, dirigente da regional do sindicato em Taboão da Serra e militante do Bloco.
Diretor do Sindicato do Judiciário Estadual do Pará e membro da Executiva do PSOL daquele estado, Raimundo do Carmo, o Rai, diz que o Bloco de Resistência Socialista procura ser uma ferramenta a serviço da luta dos trabalhadores neste momento de crise aguda do capitalismo. “A intervenção direta na luta da classe trabalhadora, exigindo mais empregos, readmissão dos demitidos, além de organizar oposições sindicais fortes e capazes de derrotar pelegos e burocratas, que transformaram sindicatos em extensão de interesses de suas organizações políticas, tem definido a atuação do Bloco.”
Rai diz ainda que o Bloco procura construir alianças com setores dispostos a organizar a resistência dos trabalhadores em cada local de trabalho. “O papel do Bloco de Resistência Socialista é colaborar com a construção de uma alternativa viável, conseqüente e socialista para atuar firme nos processos de lutas que questionam o sistema capitalista.”
Para o dirigente do PSOL de Belo Horizonte, José Raimundo da Costa, a participação do Bloco no processo que resultará no Congresso do PSOL é importante para transformar o partido em uma ferramenta de luta dos trabalhadores, classista e socialista, “diferentemente da condução dada pela direção majoritária do PSOL à organização no último período”. Segundo ele, “a atual política implementada pela maioria da direção do PSOL conduz o partido para um rumo eleitoreiro sem um perfil classista claro.”
José Raimundo avalia que, neste momento de crise aguda do capitalismo, infelizmente, o PSOL não tem ocupado o espaço necessário para defender um programa socialista e alternativo ao capitalismo.
Integram o Bloco Resistência Socialista as seguintes organizações: Alternativa Revolucionária Socialista (ARS), Alternativa Socialista (AS), o coletivo Reage Socialista (RS) e a corrente Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR). O Bloco atua na organização e mobilização da classe trabalhadora em mais de 10 Estados brasileiros.