Lutar não é crime! Toda solidariedade ao companheiro Guilherme Boulos!
“Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violenta as margens que o comprimem”.
– Bertolt Brecht
O companheiro Guilherme Boulos, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo, está na mira dos poderosos que têm nojo do povo e pavor diante da luta popular.
Um editorial do Estadão (26/03/16) clama por sua prisão por incitação à violência. Os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA), entraram com representação na Procuradoria Geral da República exigindo o mesmo. Alegam que Guilherme promoveu incitação ao crime ao dizer que haverá resistência popular no caso de uma ruptura do processo democrático.
Acusam o companheiro Guilherme de dizer o óbvio: que o povo brasileiro não aceitará calado e quieto mais ataques sobre seus direitos. Ao repetir em alto e bom som essa verdade pura e critalina, Guilherme Boulos fere os ouvidos de uma elite acostumada a acumular privilégios, a dar ordens e punir quem questiona ou desobedece.
Não são Guilherme Boulos ou o MTST os que incitam à violência. Quem fomenta o caos, a incerteza e a ira popular é a deterioração terrível das condições de vida junto com uma expectativa de que as coisas só irão piorar se os planos de Aleluia e Imbassahy forem levados a efeito.
A política de ajuste, contrarreformas e retirada de direitos do governo Dilma (PT), assim como os planos ainda mais terríveis do vice-presidente Michel Temer (PMDB) e da oposição de direita (encabeçada pelo DEM e PSDB), tem tudo para aprofundar a crise e o caos. Só servem para aumentar a desigualdade social e, com ela, a violência.
Por isso, é legítima e urgente toda luta contra o ajuste e a retirada de direitos sociais assim como contra os planos de impeachment da direita reacionária que visam exclusivamente aprofundar esses ataques.
As ameaças ao companheiro Guilherme Boulos são tentativas de intimidação sobre todos e todas que legitimamente lutam e resistem. Elas fazem parte de uma tentativa de ofensiva contra os direitos democráticos representados por medidas como a nova lei antiterrorismo, apoiada conjuntamente tanto por Dilma como pela oposição de direita.
Demissões e perseguição sobre dirigentes sindicais (como no caso dos metroviários, garis, Sabesp), ameaças e prisão de ativistas como no caso do MPL ou dos 23 do Rio de Janeiro, são parte desse processo.
Por isso, o ataque a Guilherme deve ser respondido com firmeza e de forma unitária por parte dos movimentos sociais, da esquerda e de todos e todas que defendam os direitos democráticos mais básicos como o direito à livre expressão.
A defesa de Guilherme Boulos deve ser parte importante da luta contra a criminalização dos movimentos sociais e os ataques ao direito de organização e luta dos trabalhadores, da juventude e do povo.
A corrente Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR), assim como o Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores (CIT), nossa organização socialista internacional presente em 45 países, não pouparão esforços para levar essa luta adiante.
Nossa mais irrestrita solidariedade ao companheiro Guilherme Boulos e a todos os lutadores e lutadoras perseguidos.
Comitê Nacional da LSR