Nas ruas construindo um 8M forte para defender nossas vidas

No Brasil existem formas de acessar o aborto que já é legalizado, mas na prática não é garantido. Isso acontece porque não é tratado como um assunto de escolha e de saúde pública e sim disputa moral da base conservadora, de políticos de direita e extrema direita. Nós vivemos em uma sociedade que quer controlar nossos corpos, violentá-los. Só nas ruas de forma organizada vamos dizer: já basta de tanta violência! Respeitem nossos corpos, nossas vidas! 

Em 2023 vimos o crescimento da luta pela descriminalização do aborto por causa da ADPF442 que entrou em votação no STF. Para isso será necessário lutarmos juntas por sua aprovação, sabendo que sem ela muitas vidas continuarão colocadas em risco. Legalizar o aborto é salvar vidas! 

Não às privatizações

Além da onda de lutas pela descriminalização e legalização do aborto, o ano de 2023 também foi marcado pelo combate às privatizações do metrô de São Paulo, da CPTM e da Sabesp. O Plebiscito Popular, organizado por sindicatos e movimentos populares, contou com quase 900 mil votos e confirmou que a população paulista rejeita as propostas de privatização dos serviços públicos lideradas pelo governador Tarcísio de Freitas! 

A última pesquisa realizada pela Gerência de Operações do Metrô de São Paulo constatou que as mulheres correspondem a 58% do número de passageiros. Sabemos que o sucateamento dos serviços públicos afeta ainda mais as mulheres trabalhadoras, que além de dependerem do metrô e trem para trabalhar, precisam voltar às suas casas a tempo de começar a segunda jornada de trabalho, o trabalho do cuidado.

Mas as barreiras para as mulheres no acesso ao transporte não param por aí. Pelo quinto ano consecutivo, a pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que o transporte público continua sendo o local mais inseguro para as mulheres, ainda mais que as ruas. Apesar de tentativas institucionais, como a Lei Nº 16.490, que decreta que mulheres e idosos podem optar pelo local de desembarque entre às 22h e 5h, continuamos vivendo diariamente os efeitos da desigualdade e violência de gênero nos ônibus e vagões.

As privatizações desses serviços vão intensificar as dificuldades que já enfrentamos. Um transporte sucateado afeta também o acesso à educação, saúde e outros serviços essenciais. Por isso, exigimos transporte público gratuito e seguro, com linhas de metrô e ônibus que cheguem nas periferias de forma eficiente e que sejam acessíveis e iluminadas

Não podemos deixar essa lógica privatista avançar, precisamos lutar contra todas as privatizações junto com os sindicatos e movimentos sociais que estão travando essa luta.

Pelo fim do feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio!

O número de feminicídios segue aumentando a cada ano. Somos nós as notícias diárias do jornal, mas mesmo assim não temos resposta dos governos. O governador de SP investiu apenas 3% do valor previsto na lei orçamentária anual (LOA) para implantação de delegacias de defesa da mulher 24 horas (DDM) em 2023, ano que tivemos o maior número da série histórica de assassinatos e a Central de Atendimento à Mulher registrou 75 mil denúncias. Isso reflete a falta de investimento e de uma política que combata de fato a violência de gênero. Em 2024 já foram 4 mulheres vítimas de feminicídio no distrito federal, que fica do lado de Goiás que é o estado com maior índice de violência contra a mulher. 

Em dezembro de 2023, Carol Campêlo, jovem lésbica de 21 anos, foi morta e torturada de forma cruel no Maranhão. No mesmo mês, o país se choca novamente com mais um caso de feminicídio, o da artista venezuelana Julieta Hernández, que foi brutalmente assassinada no Amazonas na véspera de Natal enquanto fazia uma viagem com destino à casa da sua família, gerando atos em todo o país e até em outros países da América Latina. Ainda em dezembro, ao sair do banheiro feminino de um restaurante na Zona Norte do Recife, uma mulher cis foi agredida por um homem ao ser “confundida” com uma mulher trans. Essa sequência de casos violentos só reforça que ainda precisamos lutar muito em unidade para acabar com todo tipo de opressão contra nossos corpos e identidades. 

Em defesa dos povos indígenas, do povo negro e quilombola

Neste ano a luta em defesa das demarcações de terras continua, mas as violências e genocídio que vem ocorrendo contra os povos indígenas, quilombolas e negros é histórica, vivendo em uma guerra invisível no Brasil. A crise na TI Yanomami não foi resolvida, as crianças, idosos e mulheres continuam morrendo, passando fome, sofrendo violências, alimentação contaminada, e são sujeitos a exploração sexual, entre outras barbaridades.

Ano passado o governo Lula interviu, mas isso não foi o suficiente para acaba com a situação de calamidade e a invasão dos seus territórios, isso tudo gerado pelo garimpo ilegal. Em 2023 as mortes continuaram no Território Indígena, foram 363 mortes, número superior aos 343 do ano anterior. Mais da metade são crianças de 0 a 4 anos. Isso nos mostra que a situação realmente está longe de ser resolvida. Precisamos lutar e nos solidarizar com o povo Yanomami e construir uma saída real para todos os povos indígenas.

O garimpo ilegal e outras atividades estão a serviço dos interesses econômicos capitalistas que devastam o meio ambiente e atacam quilombolas e povos da floresta. O povo negro vem resistindo há anos contra a violência policial, mas continuam morrendo e sofrendo por um racismo sistemático. Se não é a polícia que mata é a fome! Não ao marco temporal! Demarcação de terras indígenas e quilombolas já! Não à guerra às drogas, pela desmilitarização da polícia!

Pelas vidas palestinas!

Devemos lutar contra a guerra genocida do regime israelense em Gaza! Dados revelaram que 70% das mortes foram de crianças e mulheres. Nós feministas antirracistas socialistas somos contra a guerra, o imperialismo e o capitalismo e pela libertação nacional para todos!

Pelo fim do capitalismo por uma alternativa socialista

Nossas demandas só serão plenamente conquistadas nos marcos de uma luta de toda a classe trabalhadora contra o sistema capitalista. Por isso somos Feministas Antirracistas Socialistas. Por isso nos organizamos e lutamos. Venha organizar-se conosco para preparar uma luta socialista, feminista e antirracista para além do dia 8 de Março!

  • Pela legalização do aborto, contra as violências de gênero e o racismo, contra as privatizações, pelo fim do capitalismo e não do planeta!
  • Por uma alternativa Feminista Antirracista e Socialista!

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