Contra a direita tradicional e o bolsonarismo no Rio Grande do Sul!
O Rio Grande do Sul é hoje um estado que enfrenta duros ataques promovidos pelo bolsonarismo e pela direita tradicional, representada pelo último governador eleito e líder das pesquisas, Eduardo Leite (PSDB).
Seu governo foi marcado pela má gestão da pandemia e por ataques aos serviços públicos. Leite tentou transferir a responsabilidade do combate à pandemia aos prefeitos dos municípios. Esta estratégia foi elaborada para ocultar o fato de que as 40 mil mortes por Covid-19 no RS foram resultado direto da péssima gestão dos serviços públicos que poderiam salvar vidas durante a pandemia. Isto é revelado pela forma como os servidores públicos foram tratados por Leite: além de conceder um pífio aumento de 6% para uma categoria que passou mais de 6 anos sem receber qualquer reajuste, Leite retirou diversos direitos das e dos trabalhadores da educação.
Política de privatizações
Junto com isso, Leite apostou na privatização do Jardim Botânico, Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia de Abastecimento de Água (CORSAN), Companhia de Gás (SULGÁS) etc. Também deu inúmeras concessões à iniciativa privada, em especial de trechos de vias públicas, aumentando o número de pedágios que castigam caminhoneiros e pequenos prestadores de serviços.
O governo Leite, ao invés de priorizar a agricultura familiar responsável pela produção de alimentos, concedeu mais de R$12 bilhões em isenções fiscais ao agronegócio que, além de produzir apenas para exportação, é responsável pela devastação ambiental que assola o RS. A ausência de qualquer incentivo para pequenos e médios produtores é agravada pelo fato de não ter existido qualquer política real de enfrentamento à estiagem no RS (os investimentos na área ficaram apenas na casa dos R$150 milhões).
A saúde, que já sofria com a precariedade dos equipamentos, sofreu durante o governo de Leite, com um aumento de quase 40% no tamanho das filas de espera para consultas. Situação semelhante é encontrada nas escolas e nos centros de referência de assistência social. Nem mesmo no campo da infraestrutura houve qualquer avanço, pois em 4 anos de governo não houve a inauguração de uma única obra.
Leite apresentou uma proposta de lei orçamentária com um déficit de R$3,2 bilhões, ao mesmo tempo em que seu governo protegeu os grandes empresários que devem somas bilionárias ao estado. Esta proteção de super-ricos que sonegam impostos foi acompanhada pela homologação, em 8 de agosto de 2022, de um Plano de Recuperação Fiscal para que o governo do Rio Grande do Sul comece a pagar sua dívida com a União.
O plano prevê inúmeras medidas de ajuste fiscal que resultarão em mais perdas de direitos para os servidores públicos, mais privatizações e piores serviços públicos em setores estratégicos como a assistência social, a educação e a saúde.
Candidato bolsonarista
Onyx Lorenzoni (PL), candidato de Bolsonaro e principal rival de Eduardo Leite na disputa ao governo do estado, afirmou que também cumprirá o acordo realizado com o governo federal. Isto significa que Onyx e Leite estão comprometidos com o mesmo projeto.
Seguindo a mesma cartilha, o atual prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), vem implementando uma política de arrocho salarial contra os servidores municipais. Atualmente, a prefeitura deve quase 40% de reposição dos salários por perdas inflacionárias e aumentou o desconto do salário que vai para contribuição previdenciária.
Melo agora luta para acabar com a licença-prêmio e retirar outros direitos. A privatização também é a tônica de seu governo, 87% dos serviços dos postos de saúde foram terceirizados – o que significa piora na atenção à saúde durante a mais grave crise sanitária de nossa história.
Neste cenário, a decisão do PSOL-RS de desistir de apresentar o nome de Pedro Ruas como candidato ao governo do estado, custará caro para a classe trabalhadora e a juventude no RS. A decisão tomada pelo bloco formado por MES e Fortalecer atropelou o que a Convenção Eleitoral do PSOL-RS tinha decidido alguns dias antes. A decisão foi acompanhada pela equivocada tática de compor chapa com o PT.
O PSOL perdeu a chance de aparecer como uma alternativa política independente capaz de canalizar a insatisfação do povo trabalhador no Rio Grande do Sul. Para a LSR, a principal tarefa é usar as eleições para explicar a necessidade de uma ruptura com o sistema capitalista e apontar a centralidade da organização da classe trabalhadora para derrotarmos o bolsonarismo nas urnas e nas ruas. É este o sentido de nossa candidatura (John Elvis, 50012) para deputado estadual.