Fora Bolsonaro,Mourão e a agenda neoliberal e autoritária

Fortalecer as lutas e uma alternativa socialista

Cada dia vemos novas razões para a urgência de derrotar Bolsonaro: o aumento dos preços e da fome, a corrupção na educação, a sabotagem da vacinação contra a Covid, novos casos de racismo e violência policial, privatizações, cortes sociais e a destruição ambiental com liberação de agrotóxicos e garimpo. Junto com isso, constantes ataques a direitos sindicais, democráticos e ameaça golpista, fomentando uma agenda autoritária, machista, racista e lgbt-fóbica. 

Apesar de inúmeras crises e protestos, o governo Bolsonaro sobreviveu até agora e o debate está cada vez mais centrado nas eleições. Porém, a derrota de Bolsonaro e do neoliberalismo não se resume ao que acontece nas urnas. 

Atacar as raízes do bolsonarismo 

Não tem como vencer essa guerra sem fortalecer as lutas e atacar as causas que levaram ao surgimento do monstro Bolsonaro. Se não, corremos o risco de que a extrema direita não só sobreviverá, mas tenha possibilidade de se fortalecer no próximo período. 

Todos nós queremos nos livrar desse pesadelo que é o governo Bolsonaro, mas isso não se resolverá somente com a vitória eleitoral. 

Bolsonaro não surgiu do nada. Essa direita reacionária que vem crescido no mundo inteiro é um sintoma da crise desse sistema, que, apesar de riquezas jamais vistas na história da humanidade, não consegue resolver as necessidades mais básicas do povo trabalhador, de segurança alimentar, moradia, educação, saúde e harmonia com a natureza. 

Por isso, a nossa política tem que ir além de tentar repetir a receita dos governos do PT, que não conseguiram evitar a crise profunda de hoje e o crescimento do bolsonarismo, justamente por não romper com os limites desse sistema. 

O PSOL tem tido um papel importante em mostrar um outro caminho. Primeiro como oposição de esquerda aos governos do PT e depois aos governos de Temer e Bolsonaro, combatendo a direita e impulsionando as lutas. Por isso, não concordamos com a linha de aderir acriticamente à candidatura de Lula no primeiro turno. O PT governou o país por 13 anos sem qualquer ruptura com o sistema político e econômico e repete agora a mesma receita. 

A política de alianças com o centro e a direita, que impediu mudanças estruturais e abriu espaço para o golpismo, permanece, agora coroada com o acordo de colocar Geraldo Alckmin como vice de Lula. Votaremos em Lula no segundo turno para derrotar Bolsonaro, como já fizemos em relação a Haddad em 2018, mesmo o PSOL tendo lançado uma candidatura de esquerda. 

Se existir algum risco de termos apenas a direita no segundo turno, cabe também um apoio no primeiro turno, mas, hoje, isso parece muito improvável. Mas, é fundamental que a esquerda socialista tenha uma expressão política nesse processo, defendendo políticas anticapitalistas e socialistas. 

É preciso apresentar o programa necessário para derrotar a direita, o bolsonarismo e a agenda neoliberal, que sabemos que Lula não apresentará. 

Apostar nas lutas 

É um erro esperar passivamente pelas eleições. É fundamental construir as lutas. Primeiramente, porque temos batalhas importantes que não podem esperar. Temos as lutas salariais e contra o aumento dos preços, para combater o aumento da fome. 

Há muitos ataques que precisam ser barrados desde já, como a ameaça de passar o “marco temporal”, que colo caria as terras indígenas em um risco ainda maior. 

A pandemia ainda não acabou e o sistema de saúde permanece sem os recursos mínimos necessários. O mesmo vale para a educação e assistência social, que têm urgência. 

O 1° de Maio nos faz resgatar a organização independente de trabalhadores, nesse contexto em que fica demonstrado, a cada luta, a incompatibilidade entre os interesses dos patrões e os nossos. Nesse período histórico dramático em que o capital se mostra totalmente incapaz de dar qualquer saída para a sociedade e o povo, a independência da nossa classe deve ser a prioridade. 

A luta contra a extrema-direita e o neoliberalismo aqui no Brasil e no mundo é uma luta social e política que se dá nas ruas, nos bairros, nos locais de trabalho e estudo e seguirá, seja quem for que ganhe as eleições. 

Nessa situação, o PSOL, junto com o resto da esquerda socialista e movimentos sociais combativos, tem um papel fundamental para apontar uma alternativa socialista que possa derrotar Bolsonaro nas ruas, nas urnas e após as eleições. 

Construir a vitória nas ruas 

Os exemplos históricos e atuais de outros países mostram que as lutas têm o poder de mudar a correlação de forças a favor de uma alternativa de esquerda e de trabalhadores. As vitórias eleitorais da esquerda que vimos na América Latina, como Bolívia, Argentina, Peru e Chile, são fruto de grandes lutas. 

Outro fator importante é que corremos o risco de Bolsonaro não aceitar uma derrota e a mobilização das ruas será decisiva para barrar tentativas golpistas. 

Mesmo as promessas – tímidas em nossa opinião – de Lula para revogar medidas implementadas pelos governos Temer e Bolsonaro não serão garantidas sem mobilização popular, que enfrente o sistema político corrupto e os grandes interesses do capital. 

Programa radical que levanta a esperança 

Outra lição das eleições recentes em outros países é que um programa baseado em mudanças radicais é a melhor receita para mobilizar apoio eleitoral, especialmente da juventude. Foi isso que levou ao crescimento de apoio nos exemplos de Bernie Sanders nos EUA, Jeremy Corbyn na Grã Bretanha e agora Jean-Luc Mélenchon na França. 

Foi um programa radical de redução da jornada de trabalho, da idade da aposentadoria, de garantia estatal de emprego para desempregados, de proibição de despejos e investimento em moradia pública e medidas ambientas concretas que explica o crescimento de Mélenchon, que por muito pouco não foi para o segundo turno. 

Revogar as medidas de Temer e Bolsonaro é um primeiro passo importante. Não pode haver qualquer vacilação sobre isso de quem se diz de esquerda. Mas, mesmo isso, é insuficiente. Para garantir essas medidas e realmente melhorar a situação da classe trabalhadora e dos pobres é preciso romper com a lógica neoliberal e as estruturas de poder do capitalismo.

Construir uma alternativa socialista 

Apenas a criação de uma sociedade socialista – uma sociedade baseada nas necessidades das pessoas e não no lucro – pode ver o fim das guerras, das opressões e da pobreza. Se você concorda, junte-se a nós para unificar e ampliar as lutas e construir uma alternativa socialista no Brasil e no mundo! 

  • Fora Bolsonaro, Mourão e a agenda neoliberal e autoritária!
  • Unir as lutas contra Bolsonaro e por direitos, empregos, salário, terra, liberdades democráticas e pela vida!
  • Investimentos públicos massivos para sair da crise, em especial para saúde, vacina, educação, emprego, moradia e transporte. 
  • Controle de preços de alimentos, energia e combustível e auxílio emergencial de um salário mínimo.
  • Por 1% do PIB para combater a violência contra a mulher e população LGBTQIA+. Contra o genocídio do povo negro: contra a guerra às drogas, pela desmilitarização e controle social das polícias.
  • Desmatamento zero, não à exploração em terras indígenas e quilombolas e populações tradicionais. Reforma agrária já! Estatização das mineradoras e Petrobrás 100% estatal. Investir em energias alternativas e transporte de massas público e gratuito não baseado em combustíveis fósseis.
  • Romper com a política neoliberal! Revogar as reformas da previdência e trabalhista. Reestatizar as empresas privatizadas. Revogar o teto de gastos, Lei de Responsabilidade fiscal e Desvinculação das Receitas da União.
  • Taxar os super-ricos e grandes fortunas! Fim das exonerações fiscais para grandes empresas. Cancelamento e auditoria da dívida pública.
  • Romper o poder econômico sobre a sociedade: estatização dos bancos e sistema financeiro e das grandes empresas que controlam a economia, sob controle e gestão de representantes de trabalhadores. 
  • Construir candidaturas do PSOL em aliança com partidos e organizações da esquerda socialista e movimentos sociais combativos e que levante um programa anticapitalista e socialista!
  • Por uma saída anticapitalista e socialista da classe trabalhadora para a crise!adora para a crise!

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