1° de Maio é da classe trabalhadora! Independência de classe em luta para derrotar Bolsonaro!

Neste 1o de Maio é necessário reafirmar a independência de classe e a Frente Única como forma de derrotar Bolsonaro, enfrentar a pandemia e impedir mais ataques dos patrões e seus políticos. 2022 está muito longe, a luta é agora!

O 1ode Maio deste ano chega em um péssimo cenário para a classe trabalhadora. A pandemia se mantém em alta, matando mais de 3000 brasileira/os todos os dias e já chegando no total de 400 mil mortes. Bolsonaro a estimula deliberadamente e os governos estaduais e municipais não fazem minimamente o dever de casa de aplicar amplamente as medidas para combatê-la. O aumento dos preços, a fome e o desemprego refletem uma crise econômica que é profunda e de longo prazo. Por outro lado, estamos em um período em que a classe trabalhadora no mundo todo tem mostrado a sua capacidade de responder coletiva e massivamente nas ruas ao caminho de desordem e destruição que o capital e seus governos está nos levando. Dos EUA ao Mianmar, do Chile ao Sudão, Bolívia, Hong Kong, Líbano Belarus, Índia, Argentina, dentre outros, a classe trabalhadora mostrou nos últimos anos que a luta coletiva e organizada é a saída para a crise e o futuro funesto que nos reservam.

E o Dia Internacional da/os Trabalhadora/es, o nosso Maio, é o momento quando lembramos  a história dessa luta, desde 1886, quando os mártires de Chicago foram executados pelos patrões e pela Justiça burguesa por lutarem pelos direitos da classe trabalhadora. Esta data foi estabelecida pela II Internacional Socialista em 1889 e, desde então, o dia 1ode Maio virou dia de greve internacional, uma demonstração de que os patrões não poderiam continuar reprimindo a luta da nossa classe. Como não podiam mais impedí-la, transformaram em feriado e mudaram para o insosso nome de Dia do Trabalho. Também, a ideia do 1ode Maio é resgatar a organização independente da/os trabalhadora/es, já que ficava demonstrada, a cada luta, a incompatibilidade entre os interesses dos patrões e os nossos.

Pois é nesse período histórico dramático em que o capital se mostra totalmente incapaz de dar qualquer saída para a sociedade e o povo, que a independência da nossa classe deve ser a prioridade. Mas o ato do dia 1ode Maio nacional convocado pelas centrais sindicais aponta para outro lado, trazendo confusão e despolitização para as fileiras da nossa luta. Com a justificativa de que precisamos derrotar Bolsonaro e, para isso, devemos juntar todos contrários a ele, estão convidados para discursar no ato, além de nomes importantes do PT, PCdoB e PSOL, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já confirmado, Arthur Lira, Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara e do Senado, o deputado Rodrigo Maia, o governador João Dória e o presidenciável Ciro Gomes.

“Queremos fazer o contrário do que faz o Bolsonaro que nunca conseguiu unificar o Brasil para combater a pandemia.”, afirma Vagner Freitas, o vice-presidente da CUT. Faltou explicar se essa “união do Brasil” pretende combater de fato a pandemia, com vacina para todos e condições para que o povo faça o lockdown, ou manter os lucros da indústria farmacêutica e dos empresários, se pretende privatizar os Correios e fazer a Reforma Administrativa ou defender os direitos, os empregos e o serviço público. A “união do Brasil” com a burguesia não sobrevive ao primeiro ponto do programa da classe trabalhadora!

Na luta para derrotar Bolsonaro, podemos até bater panelas ou qualquer outra ação pontual junto com a burguesia, dita progressista. Mas é preciso reafirmar sempre a independência de classe como princípio para organizar a nossa luta e defender um programa para a sociedade, ainda mais no 1ode Maio, data tão importante e simbólica. Os interesses de cada classe são inconciliáveis e, nos projetos de conciliação, como ocorreu nos governos do PT, a/os trabalhadora/es ganharam migalhas, enquanto os superricos lucraram como nunca e setores reacionários foram ganhando espaço. Para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo, defendemos o fortalecimento da tática da Frente Única da classe trabalhadora, forma de organização histórica da nossa classe que enfrentou o fascismo, conquistou direitos e foi base para grandes revoltas e revoluções.

É necessário agora defender uma Frente Única para as lutas e para derrubar Bolsonaro. Cada dia dele no poder, significam mais mortes, crise e ataques aos nossos direitos. Com a anulação das condenações de Lula, amplos setores tem se entregado à espera imobilizante de uma rendenção nas urnas em outubro de 2022. Não dá para esperar! Não sabemos se haverá eleições em 2022, se Lula será candidato, que programa e com quem ele estaria, se muitas outras explosões na conjuntura e crises profundas não acontecem até lá. Apontar todas as nossas armas mais uma vez para a institucionalidade e as eleições é repetir os erros do passado, como foi em 2017 e 2018. Além disso, é a luta organizada que vai construir um programa da nossa classe, inclusive para candidaturas às eleições. A luta para derrotar e derrubar Bolsonaro, Mourão e sua agenda neoliberal é agora!

Chamamos a toda/os a lutar neste 1ode Maio, participando do ato virtual classista convocado pela CSP-Conlutas e a Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, das 11h às 13 horas, e da atividade virtual do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes de Luta pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas, às 14h. Além disso, diversas atividades presenciais de solidariedade, carreatas e atos simbólicos estão sendo convocadas. Procure em sua cidade e participe, com os devidos cuidados e distanciamento social.

  • 1ode Maio é da/os trabalhadora/es! Não à conciliação de classes, pela independência para a organização e luta da classe trabalhadora!
  • Frente Única da classe trabalhadora em luta para derrotar e derrubar Bolsonaro, Mourão e a agenda neoliberal!