Vote Boulos/Erundina 50 para derrotar os tucanos e os ataques da direita
Estamos vivendo um momento histórico em São Paulo! A ida de Guilherme Boulos e Luiza Erundina para o segundo turno já é uma vitória de enorme proporção para todo o Brasil! Mostramos que não vamos aceitar o autoritarismo e ódio do Bolsonarismo e que temos uma alternativa de esquerda à velha política de privatizações e cortes dos tucanos.
Nos dois anos em que o Bruno Covas (PSDB) foi prefeito ele apenas continuou os ataques neoliberais contra trabalhadores iniciados por seu padrinho político João Dória (PSDB), que abandonou a prefeitura para seguir com seu projeto político pessoal. Foram quatro anos de retrocessos e ataques, reduzindo linhas de ônibus, cortando drasticamente o programa Leve Leite, reduzindo o passe livre estudantil e impondo a lei da Sampaprev, um ataque catastrófico aos trabalhadores e trabalhadoras dos serviços públicos!
Como se não bastasse, a pandemia do Covid 19 só escancarou as desigualdades na cidade mais rica da América Latina. O sistema capitalista em crise se mostrou totalmente incapaz de responder à crise sanitária e isso não foi diferente aqui. O sistema público que já estava em crise antes da pandemia chegou à beira do colapso, e enquanto trabalhadoras e trabalhadores perderam seus empregos e suas vidas, os banqueiros e a elite ficaram ainda mais ricos. Para eles e os tucanos que os representam, o lucro sempre ficou acima das nossas vidas
Nesse período, a polarização aumentou e vimos nas ruas de São Paulo e do país, grupos de apoiadores do Bolsonarismo saindo para chamar o fechamento do congresso e um novo AI-5. Mas os atos da extrema direita se mostraram muito inferiores ao chamados por trabalhadores, a juventude e os movimentos sociais, que, inspirados no levante nos EUA, saíram para mostrar que Vidas Negras Importam! Também lutas importantes como aquelas de profissionais da saúde, metroviários e trabalhadores de apps se manifestaram para defender e conquistar direitos.
As eleições municipais ocorreram nesse contexto. Aqui em São Paulo ficou claro que a batalha seria contra o BolsoDoria, representados principalmente pela as figuras de Russomanno (Republicanos), o candidato apoiado pelo o Bolsonaro, e o Bruno Covas, apoiado pelo o Doria. Além disso, a direita se dividiu ainda mais com figuras como Joice Hasselmann (PSL) e Arthur do Val (Patriota) que brigavam entre si para conseguir uma parte do eleitorado conservador.
A campanha do Boulos e Erundina foi a única que realmente tinha a possibilidade de enfrentar tudo isso. A reorganização da esquerda na cidade fez com que o PSOL nessa campanha preenchesse o espaço deixado pelo PT, que não conseguiu se renovar. Com um programa mais radical do que 2018, que fala sobre socialismo, estatizações e revolução solidária, Boulos conseguiu se diferenciar entre todos os outros candidatos que se diziam defensores do povo trabalhador e da periferia. Junto com uma campanha cheia de criatividade e inovação, conseguiram rapidamente colocar essas mensagens para fora e engajar uma ampla camada da juventude e trabalhadores, não só no centro mas também nas periferias onde o PSOL nunca tinha chegado com peso.
E com isso o PSOL fez história. Não só chegando ao segundo turno, mas também triplicando sua bancada na câmara de vereadores, uma bancada de maioria de mulheres, negras, incluindo as primeiras mulheres trans e intersexo a serem eleitas na cidade com votações massivas.
Isso faz com que haja uma possibilidade real de Boulos e Erundina levarem a prefeitura e derrotarem o tucanismo na capital! Isso não será fácil. Toda a experiência de processos similares em outros países mostram que é necessário manter um ritmo de mobilização e ofensiva. As lições das eleições em países como EUA e no Reino Unido mostram que a classe dominante sempre se une contra qualquer ameaça ao status quo, como foi o caso do Jeremy Corbyn que foi constantemente atacado com mentiras, fake news e polêmicas quando foi líder do partido trabalhista. Bernie Sanders também foi constantemente atacado, sendo acusado de ser um perigoso radical socialista quando na realidade não passava de um reformista de esquerda que queria garantir algumas melhorias e direitos.
Precisamos estar preparados para esses ataques e, ao mesmo tempo, não rebaixar nosso programa por causa deles. Não podemos repetir os erros de outras figuras que, em momentos críticos, diluíram seu programa e suas posições em uma tentativa de ganhar um eleitorado mais moderado ou de agradar elementos da classe dominante. O que nos trouxe até aqui foram posições e propostas socialistas e precisamos mostrar que somos sim a esquerda anti sistêmica que vai lutar contra um sistema que nos explora, nos oprime e nos mata.
O programa de medidas progressivas de Boulos e Erundina, como construção de moradias sociais, aumento da qualidade e tarifa zero no transporte público, investimentos na saúde e educação, se confrontam diretamente com os interesses dos bancos e grandes empresas. Por isso, só poderá ser implementado com uma mobilização popular e a campanha do segundo turno deve servir para construir essa mobilização, que também será fundamental para barrar os ataques que virão, caso os tucanos vençam.
Neste segundo turno temos a chance de consolidar os avanços que o PSOL fez nas periferias da cidade e conseguir fazer uma virada de jogo não vista desde a eleição de Erundina em 1988. Para isso é necessário ir para cima, mobilizar e se jogar na luta para derrotar o tucanismo e sua agenda neoliberal! Agora é hora de levantar as bandeiras do socialismo e da liberdade e começar a reconquistar nossos direitos e fazer com que os super ricos paguem pela crise que eles criaram. Agora é Boulos e Erundina 50!