Unificação SR e CLS na reta final
Desde o início da construção do PSOL, os militantes do Socialismo Revolucionário e do Coletivo Liberdade Socialista trabalham juntos na defesa do partido militante e classista.
Na preparação para o I Congresso do PSOL, marcado para 2006 e realizado no ano seguinte, construímos juntos a tese “Não ao retrocesso” que criticava o recuo político que a direção do partido provocou em relação às intenções do encontro de fundação do partido.”. E com o tempo, começamos também a ter uma intervenção mais conjunta no movimento, como na Conlutas e nas lutas do movimento social.
Dessa experiência conjunta, oficializamos, durante o congresso do SR em 2007 e na presença de representantes convidados do CLS, a política de buscar a construção de uma organização unificada – que deu passo concreto em maio de 2008 com a constituição de um comitê de unificação.
As bases da unificação
A unidade entre o CLS e o SR é baseada na experiência concreta e também no acordo programático. Citamos aqui trecho da carta aberta que lançamos no congresso da Conlutas sobre as bases para a fusão: “a) Defendemos um programa revolucionário anticapitalista para o país… b) A nova organização será uma corrente militante, presente e voltada para a intervenção nas lutas dos trabalhadores e jovens, no campo e na cidade… c) Nos guiaremos pelo internacionalismo proletário e militante… d) Nossa concepção de socialismo rejeita o modelo de partido único e pressupõe democracia e a mais ampla liberdade para todos aqueles que constroem a nova sociedade… e) Contra o sectarismo, a intolerância e a fragmentação da esquerda causada por políticas sectárias de autoconstrução, defendemos uma nova cultura política e uma moral e ética revolucionárias no relacionamento entre os socialistas…”
Desde então a nossa intervenção tem sido cada vez mais sintonizada, com uma campanha eleitoral conjunta em São Paulo, plenárias conjuntas em São Paulo e Minas Gerais e vários panfletos conjuntos (sobre o massacre de Gaza, a crise, 8 de março…)
Durante a plenária nacional do SR no primeiro dia da Escola latino-americana do CIO votamos um documento que confirma o processo de fusão apontando que “A construção do processo de unificação com o CLS é uma tarefa central de nossa Organização para o próximo período. Estamos falando em construir uma Organização nova, dissolvendo os atuais SR e CLS e construindo uma síntese político-organizativa superior.” Ou seja, não se trata somente de uma soma de duas organizações, mas também abre a possibilidade de um salto qualitativo e ampliação para novas regiões.
Escola Latino-americana
A participação de companheiros (as) na Escola Latino-americana foi importante, tanto por contribuírem para os debates realizados lá, como para aprofundar o conhecimento do Comitê por uma Internacional Operária, já que temos acordo que a construção de uma alternativa internacional é uma tarefa vital para socialistas e a que nova organização nascerá como a nova seção do CIO no Brasil.
No fim de março vai ser realizado um seminário nacional unificado para discutir propostas de documentos que vão servir como base para um congresso de unificação em maio: um documento de caráter programático (Carta-programa), um documento de caráter organizativo (Estatuto), um documento que aponte os planos de trabalho para o próximo período. Além disso, serão discutidas propostas de nome da nova organização.
É um passo sólido e corajoso que deve inspirar os socialistas discutir abertamente e honestamente em busca da unidade política. Num período importante que se abre, esperamos que a unificação dos socialistas não seja exceção.