Assassinato e prisões – Impedir a brutal repressão sobre o MTST!

O assassinato de Pepé (José Carlos de Moraes), no dia 4 de março, bem diante da sede da Associação de Moradores da Comunidade Serra do Sol, entidade que ele presidia, é a mais nova e terrível ação contra os movimentos sociais.

A ocupação Serra do Sol, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, sofria com as constantes ameaças de despejo por parte do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e seu Secretário de Habitação Jorge Bittar (PT).

Para mostrar ao prefeito e seu secretário que resistiriam, as famílias da ocupação marcaram um Ato em frente à sede da prefeitura. Na véspera da manifestação, o movimento foi surpreendido por um homem que descarregou vários tiros em Pepé.

Pepé era um dos coordenadores do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no Rio de Janeiro e vem se somar a extensa lista de militantes dos movimentos sociais assassinados durante o governo Lula.

Repressão aumenta onde PT está no governo

O que é certo nisso tudo é que a repressão ao MTST vem se intensificando e, o que é pior, constatamos que a repressão vem aumentando exatamente em prefeituras onde o PT governa ou participa do governo.

Na cidade de Mauá, cidade administrada pelo PT, por exemplo, durante um Ato na sede da prefeitura no dia 19 de fevereiro, a Guarda Civil Metropolitana reprimiu violentamente as famílias do acampamento Terra e Liberdade. O saldo final foi de 79 militantes presos, um esfaqueado pela Guarda, um com traumatismo craniano e vários outros feridos.

No final de 2008, no município de Embu , o prefeito do PT Geraldo Cruz deu ordens expressas à Guarda Municipal para despejar os manifestantes da praça localizada em frente a sede da prefeitura. Só não ocorreu uma tragédia, pasmem, por causa da intervenção da polícia militar que não permitiu a ação violenta da guarda.

Nas cidades de Sumaré (PT), Campinas (PDT e PT), Taboão da Serra (PSB e PT) e em Itapecerica da Serra (PMDB e PT) há uma intensa campanha de criminalização do MTST com multas, interditos proibitórios e um amplo esforço no sentido de desqualificar as lideranças do movimento.

Um dos argumentos utilizados por setores da esquerda para apoiar a reeleição de Lula, baseava-se numa avaliação de que esse governo não reprimiria os movimentos sociais. Ledo engano, pois o que vemos desde então é uma ofensiva orquestrada pela elite, mídia, governos e judiciário criminalizando os movimentos sociais que ainda insistem na via da ação direta como meio legítimo para obter conquistas sociais e manter direitos.

Criminalização dos movimentos sociais

Desde então chovem prisões, assassinatos, interditos proibitórios e uma ampla campanha de achincalhamento dos movimentos sociais, sindicatos e militantes de esquerda. Tudo isso com o beneplácito de Lula e do PT.

Numa conjuntura de ataques aos direitos, demissões em massa e aumento da pobreza, os trabalhadores só terão a alternativa de partir para a luta. Isso com certeza suscitará a intensificação da repressão jurídico-militar do Estado dos patrões criminalizando os que lutam.

É necessária uma ampla campanha de solidariedade entre sindicatos, movimentos sociais do campo e da cidade, partidos de esquerda, intelectuais, associações de direitos humanos no intuito de evitar que assassinatos como o de Pepé se repitam.

Punição de todos os culpados já! 

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