Mil trabalhadoras fazem piquete em fábrica em Xangai
Cerca de mil predominantemente jovens trabalhadoras exigindo pagamento de horas extras, gratificações e benefícios, protestaram em frente duas fábricas de eletrônicos em Xangai por três dias. As fábricas da Shanghai Yihsin Industry Company, pertencente ao grupo cingalês Huan Hsin Group, pararam a produção deixando os trabalhadores na mão. Esse é o exemplo mais recente de ação dos trabalhadores na China revoltados com o fechamento e demissão dos trabalhadores devido à recessão econômica.
“Eu sei que a economia está mal, mas ninguém de nós pode aceitar ser mal-tratada por nossos patrões,” Disse o organizador do protesto Ding Xiaohua à AFP.
Os protestos se iniciaram no dia 08 de dezembro em duas das seis fábricas da Xangai Yihsin Industry Company no subúrbio de Minhang. Em uma delas, os trabalhadores fizeram um piquete na porta. A agência de notícias Reuters comentou que “as manifestações dessa semana estão sendo vistas como o primeiro grande protesto em Xangai, a capital comercial da China.” As fábricas produzem partes de laptops e impressoras para as gigantes Siemens, Sony e Lucent Technologies, que estão fazendo drásticos cortes com o aprofundamento da crise do capitalismo global.
Trabalhadores reclamam que devem receber um bônus de 1,200 yuan (175 dólares) por trabalhar em temperaturas acima de 40 graus durante os meses de verão. Mas eles receberam apenas o salário regular de cerca de 960 yuan ($140). Além disso, eles afirmaram que o seguro saúde não está sendo pago pela empresa. Eles dizem que desde que a produção parou, os patrões lhes disseram para fazer treinamento ou trabalhar em empresas do mesmo grupo. Mas eles se recusaram a fazer isso sem serem pagos.
Gangsters e polícia
Os trabalhadores disseram que alguns documentos foram apreendidos pela polícia no segundo dia de protesto. Também disseram que estão sendo ameaçados desde o inicio dos protestos. Uma trabalhadora da fábrica mostrou marcas de pisadas em seu celular. Ela também disse para o Canal News Asia que alguns de seus colegas apanharam de gangsters na segunda.
“É muito simples, mas eles não nos pagaram,” explica Yuan Lei, de 21 anos.