8 de março: Na luta pela vida de milhões de mulheres trabalhadoras!

Para nós mulheres socialistas, o ‘8 de março’, dia internacional da mulher, é uma data para reviver e retomar a luta pela emancipação das mulheres. Nossas lutas por direitos democráticos devem estar diretamente relacionadas com uma luta maior, pois a libertação plena de nós mulheres só será possível com a libertação de toda a humanidade oprimida e explorada. Por isso, a luta conseqüente pelos direitos das mulheres é também parte da luta pelo socialismo.

No Brasil vivemos um quadro bastante dramático em relação à situação de vida das mulheres trabalhadoras. Segundo dados do IBGE, as mulheres representam hoje 51,2% da população brasileira, sendo 46% destas negras. As mulheres brasileiras representam hoje 57% dos trabalhadores no mercado informal (42% dos trabalhadores hoje se localizam no mercado informal), a taxa de desemprego é 58% maior para as mulheres se comparada com a dos homens, e entre as mulheres negras é ainda 20% maior do que entre as mulheres brancas.

São as mulheres, sobretudo as negras as mais atingidas pelo acirramento e implementação das políticas neoliberais.

Está tramitando este ano no Congresso o projeto de uma reforma trabalhista. Com esta reforma as leis seriam totalmente flexibilizadas.
Direitos como licença maternidade, férias e décimo terceiro, não seriam mais assegurados ao conjunto da classe. Um retrocesso capaz de condenar a mulher ao espaço do privado, da reprodução, do cuidar dos filhos. Para além de ignorar que as mulheres hoje são chefes de família e, dentre estas, 20,8% não tem acesso a creches. A ofensiva neoliberal e a implementação das reformas atingem as mulheres brutalmente.

Outra ameaça aos direitos das mulheres trabalhadoras é a reforma da previdência. Uma das propostas discutidas é a de igualar a idade mínima de aposentadoria entre homens e mulheres. Hoje as mulheres
são compensadas pela dupla jornada de trabalho podendo se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens.

Em 2006/2007 foram inúmeros os casos de mulheres que sofreram violência. Alguns destes casos foram parar em rede nacional. Em grande parte as mulheres eram atacadas pelos seus maridos ou parentes próximos e na maioria dos casos a mulher já havia dado queixa na delegacia de polícia, evidenciando a inexistência de mecanismos que garantam a eficácia de políticas de combate à violência sexista.

Isso evidentemente é fruto também da barbárie capitalista que se instaura atingindo de maneira mais acentuada as mulheres.