Nota da LSR sobre a candidatura própria do PSOL 2018
Nessa conjuntura de crise econômica e política, de governo ilegítimo e de duro ataque aos direitos conquistados pela classe trabalhadora, à exemplo da reforma da previdência e trabalhista, a classe trabalhadora tem respondido tomando as ruas.
O 8 de março, o 15 M e dia 31 de março mostraram que é possível barrar esse pacote de maldades. A mobilização crescente tem feito deputados recuarem e o governo já considera que a Reforma não será aprovada como gostaria. Isso ainda não é suficiente. Temos que fazer algo ainda maior: organizar a greve geral no dia 28 de abril.
Organizar as lutas é tarefa central neste momento e um novo elemento é a disposição crescente, de trabalhadoras, trabalhadores e juventude. A publicação da lista de Fachin e das delações da Odebrecht deixam mais claro ainda como está podre todo esse regime político quem tenta implementar ataques duros contra o povo trabalhador. Isso reforça nossa convicção que a luta contra esse ataques também tem que ser uma luta pelo Fora Temer e por eleições gerais já.
Por isso, entendemos que a luta deve ser combinada com a construção de uma alternativa política ao sistema capitalista. Nesse sentido, foi um importante avanço as notas da executiva do PSOL de 1 de abril sobre a Greve Geral e a candidatura própria para as próximas eleições, deixando claro que o PSOL não embarcará no projeto “Lula 2018”.
A candidatura de Lula 2018 significaria uma reedição do fracassado projeto de conciliação de classes e levaria a uma nova derrota. Foi esse projeto, onde o PMDB era o principal aliado do PT, que preparou o caminho para Temer, quando o governo Dilma perdeu a “governabiliade” para aplicar as contrarreformas, apesar de ter tentado fortemente. Assim se abriu o caminho para o aprofundamento dos ataques pelo governo ilegítimo de Temer. Nesse sentido, é urgente a construção de um campo capaz de se diferenciar do lulo-petismo e de apresentar uma real alternativa para o Brasil.
Essa real alternativa deve ser construída de modo coletivo e pela base, dentro do PSOL, com outros partidos da esquerda coerente e com o conjunto dos movimentos sociais combativos, a exemplo do MTST, tendo como objetivo a construção de uma Frente de Esquerda Socialista.
O nome do Chico Alencar foi apresentado como sendo parte deste processo coletivo. Sem dúvida o camarada pela sua trajetória e luta tem plena condição de expressar esse processo através de um programa combativo que indique o quanto o lulo-petismo não representa a saída para essa crise, senão a continuidade da politica neoliberal, de cortes, ajustes fiscais e ataque aos direitos da grande maioria da população.
Porém, temos uma conjuntura marcadas por mudanças bruscas e novos nomes podem surgir. Qualquer que seja o/a candidato/a, deve expressar as lutas para derrotar os ataques de Temer e um programa que seja capaz de aglutinar as demandas dos trabalhadores, que faça frente às contrarreformas, apresentando propostas para uma saída pela esquerda da crise: não pagamento da dívida pública e taxação das grandes fortunas, fim da privatizações e política de austeridade, não a retirada de direitos, pela geração de empregos e ampliação dos serviços públicos, com um plano de emergência de investimentos em com transporte, saneamento, moradia, saúde e educação, estatização das grandes empresas e bancos, começando pelas empresas envolvidas nos escândalos de corrupção, sob controle e gestão democrática dos trabalhadores, e defesa de políticas públicas para combater as opressões de negras e negros, mulheres e a população LGBT.