A ascensão do Militant: Trinta anos do Militant 1964 – 1994
Combatendo o Fascismo
O assassinato de Stephen Lawrence em abril no sudeste de Londres foi o 4º assassinato racial na área em 3 anos. Era o local onde o fascista British National Party (BNP) tinha seu quartel general. A morte de Stephen em Eltham– ele foi esfaqueado 2 vezes: uma no ombro e outra na cabeça – foi completamente sem provocação. Em 1992, Rohit Duggal, de 16 anos foi golpeado até a morte por uma gangue de jovens brancos na mesma rua onde Stephen Lawrence foi morto. Entre agosto de 1990 e maio de 1991, 863 incidentes de ataques e perseguições racistas foram reportadas ao Comitê de Ação de Greenwich Contra Ataques Raciais. A Juventude contra o Racismo na Europa (YRE) exigiu o fechamento da “livraria” do BNP, em sua sede. A ênfase que o Militant deu à YRE veio de baixo, com John Bulaitus, nosso organizador em Londres, particularmente a favor desta iniciativa. A YRE iniciou o chamado para um ato de massas em 8 de maio, com o objetivo de fechar a sede dos fascistas.Esta exigência foi dirigida em particular para a Câmara Conservadora de Bexley que se recusou a ceder à pressão exercida contra eles antes do assassinato de Lawrence.
A manifestação de 8 de maio foi a maior mobilização anti-racista em uma década – mais de 8 mil marcharam. Significativamente, mobilizou uma ampla camada de jovens negros que marcharam junto com trabalhadores e jovens brancos contra o quartel general dos fascistas. A polícia assaltou os manifestantes,tentando criar a impressão de uma “turba” incontrolável, e desenfreada. A manifestação, contudo, foi muito bem disciplinada e efetivamente dirigida pela YRE. Foi isso que impediu feridos sérios, possíveis mortos, infligidos pela polícia que queria um motim. Foi um ardil para impedir grandes manifestações contra o BNP.
A Aliança Anti-Racista (ARA)se recusou a participar numa manifestação conjunta em Welling, preferindo uma marcha no mesmo dia, totalmente ineficaz, através de Londres central. A Liga Anti-Nazi, controlada pelo SWP, também se recusou a se unir num ato conjunto não-sectário. Fizeram uma manifestação uma semana depois do vitorioso ato de 8 de maio. Ela atraiu não mais de 2 mil pessoas com apenas uns poucos negros. O Militant Labour também estava na dianteira na campanha para a libertação de Winston Silcott, falsamente condenado após os motins de Tottenham. Se estimava que mais de 700 pessoas eram trancafiadas por crimes que não cometeram.
Um destes era Oliver Campbell, de 22 anos, cumprindo sentença por um assassinato que não cometeu. Este era um dos mais descarados exemplos de perversão da chamada “justiça britânica”. Outros incluíam os M25 Three, cumprindo sentenças de assassinatos que não cometeram, e que não poderiam ter cometido. Nos três casos, as vitimas eram negras. Este era apenas um dos aspectos de racismo na Grã-Bretanha que assumiu uma grande importância no curso de 1993.
Apesar da magnífica manifestação de 8 mil pessoas em 8 de maio fora da sede do BNP em Welling, ela não foi fechada. Um grau sem precedentes de pressão foi exercida sobre os vereadores – um vereador Liberal afirmou ter recebido 100 cartas e telefonemas do povo local que queria se livrar do BNP. A câmara Conservadora de Bexley, contudo, permaneceu impassível. Portanto, a idéia de outra manifestação a ser organizada em 1993 começou a ganhar apoio. Para discutir os próximos passos todas as organizações anti-racistas – YRE, ARA, ANL, junto com organizações como a Associação de Trabalhadores Indianos (IWA) –foram trazidas juntas sob a bandeira da família de Stephen Lawrence para discutir o estágio seguinte da campanha. Na 1ª reunião deste comitê, os representantes da YRE propuseram um ato nacional unido para passar pela sede do BNP em 16 de outubro. Em resposta a isso os membros da ARA propuseram uma marcha por Londres central, que depois foi apoiada pelo representante da ANL. A YRE não tinha intenção de organizar um ato em competição com outro organizado pela ARA e a família de Stephen Lawrence.No interesse da unidade, a YRE propôs se organizar um ato em Bexley numa data posterior para evitar conflitos com a iniciativa da ARA no centro de Londres. Isso apesar do fato de que a YRE pensava que um ato pelo centro de Londres pudesse ser vista como errando o alvo. Contudo, na reunião seguinte da campanha, a ANL deu uma completa cambalhota. Sem qualquer discussão ou consulta, seus representantes anunciaram que iriam marchar para o QG do BNP HQ em 16 de outubro. Panfletos e cartazes foram produzidos e transportes já já contratados. A YRE chamou pela unidade. Ela pediu à ARA para reconsiderar e se encontrar com a ANL e tentou persuadi-las a mudar a data do seu ato. Ambos os grupos se recusaram a mudar de idéia. Nós declaramos:
Ao anunciar seu ato como um fato consumado,a ANL e seus apoiadores do Socialist Workers’Party mais uma vez agiram por seus próprios interesses e não pela unidade do movimento anti-racista. Façe à recusa de reorganizar seu ato numa data posterior e já que a tarefa chave e fechar o BNP,o Militant Labour acredita que os anti-racistas e anti-fascistas devem mobilizar para um giro massivo para o ato em Bexley.(1)
Beackon eleito em Millwall
Em setembro o fascista BNP assegurou uma pré-eleição vitoriosa no distrito de Millwall em Tower Hamlets. Isso foi como o estalar de um trovão para despertar trabalhadores e jovens para a ação. Até mesmo o líder do Sindicato dos Transportes Bill Morris chamou para o TUC organizar uma manifestação contra o racismo e fascismo. A vitória do BNP resultou de anos de negligência da direita Trabalhista na área, uma recusar de seguir a via de Liverpool e Lambeth e não levar a cabo os cortes Conservadores. O racismo era então estimulado pelas ações escandalosas dos Liberais que dominavam a Câmara de Tower Hamlets que descaradamente editava panfletos racistas como um meio de manter o controle na área. Poucos dias antes da eleição de Beackon, houve um covarde ataque racista a um jovem asiático, Quddus Ali, em Tower Hamlets. Ele foi deixado criticamente ferido e com lesão cerebral. Isso naturalmente provocou indignação. Uma vigília foi chamada no Hospital de Londres onde Quddus lutava por sua vida. Foi atendida por mais de mil, a maioria jovens asiáticos.Sem provocação, a polícia atacou a manifestação, como um observador comentou:
Estive nas linhas de piquete em Wapping, na greve dos mineiros e no ato da YRE em Welling este ano, mas nunca tinha visto a polícia ‘atravessar’ de modo tão indiscriminado. (2)
Infelizmente, não houve uma organização efetiva na vigília. Não foi a YRE mas a ANL que a chamou. Trabalhadores municipais marcharam imediatamente quando a vitória do BNP foi anunciada. Duzentos de um total de pessoal de 600 atenderam uma reunião de emergência convocada por sindicalistas no dia seguinte do resultado eleitoral.Phil Maxwell, vereador Trabalhista de Tower Hamlets, chamou por um boicote completo a Beackon, o novo vereador BNP. O resultado eleitoral também galvanizou a YRE a organizar jovens contra os vendedores do jornal do BNP em Brick Lane. No domingo, 19 de setembro, 100 membros da YRE ocuparam o espaço na rua Bethnal Green onde o BNP normalmente vendia.Às 9da manhã 6 ou 7 fascistas apareceram e começaram a provocar os antifascistas. Eles vestiam uma Union Jack [a bandeira do Reino Unido] e cantavam hinos fascistas. A polícia protegeu os Nazis, dando a eles fotos dos anti-Nazis. Os fascistas tentaram provocar um confronto. Depois de uma hora 200-300 antifascistas da YRE, ANL e pessoas do local se reuniram. Os supostos “bravos” do Combat 18 correram por suas vidas quando os antifascistas e anti-racistas rompiam as linhas policiais para pegá-los. Num movimento diversionário, os membros da YRE entraram em ação:
para infiltrar no BNP… [nós] começamos a cantar Rule Britannia e fomos para seu contingente de cerca de 30. Quando chegamos um fascista numa camisa verde disse: “Olá, rapazes, bem feito.” Os anti-racistas pela rua gritavam “escória Nazi” para nós! Estávamos agora no meio do contingente. Só gritamos “sim” e apenas um Nazi manteve sua posição. Edmonds [o deputado líder fascista, subseqüentemente preso por atacar com uma garrafa de vidro uma jovem trabalhadora negra] correu por sua vida, seus lábios tremendo. Seu segurança, um skinhead gordo com tatuagens na testa, também corria. (3)
Brick Lane
A vitória em Brick Lane deu mais estímulo para a campanha contra o BNP. Mais de mil manifestantes apareceram em 26 de setembro e o BNP nunca chegou em Brick Lane para sua usual venda de jornal. Subseqüentemente foi revelado que 50 Nazis foram presos no caminho para a venda. O fato da polícia intervir deste modo, em si era um reflexo da campanha altamente vitoriosa lançada pelos anti-racistas e anti-fascistas. Esta campanha alcançou todas as camadas da comunidade, incluindo fãs de futebol. Depois de um jogo do Leyton Orient, por exemplo, um apoiador do Militant Labour foi ameaçado por um grupo de fascistas do BNP num pub.Uma ação determinada da YRE localmente, ao lado de outros clubes de futebol em Londres, pôs os racistas e fascistas na defensiva. Em 3 de outubro um ato anti-racista e anti-fascista de 3 mil pessoas, com um grande contingente da comunidade asiática, marchou pelo sudeste londrino.A manifestação foi iniciada pela Youth Connection representando a juventude asiática. A YRE levou as questões do racismo e fascismo a todas as arenas onde a juventude era ativa. Em outubro um álbum, By Any Means Necessary, foi produzido com várias bandas famosas doando faixas. O disco foi idealizado por membros e simpatizantes da YRE em Liverpool onde algumas das bandas realizaram um festival anti-racista de sucesso no August Bank Holiday, atendido por 20 mil jovens.
16 de outubro em Welling
Tudo isso culminou, em 16 de outubro, numa magnífica manifestação de 50 mil pessoas que jogou pelas ruas de Welling numa tentativa determinada de fechar a sede dos Nazi. Esta ação rivalizava com algumas das maiores manifestações antifascistas e anti-racistas do passado como a de Cable Street, a marcha por Deptford nos anos 70 e a 1ª manifestação de 8 de maio. Ela foi chamada sob a bandeira da “Unidade”, simbolizando a ação unificada das principais organizações anti-racistas e antifascistas. O ato foi levado pela bandeira da “Unidade” e atrás estavam Leon Greenman, sobrevivente do Holocausto, junto com parentes dos assassinados por racistas e fascistas.Mas à medida que os 50 mil manifestantes se reuniam, o delinear dos futuros transtornos foi simbolizado pelos cavalos e a tropa de choque que enfileiravam-se nas colinas, “como uma cena de um moderno filme de cowboy. Em cada lado das barreiras de rua, vans da policia e tropas de choque se enfileiravam ns lados.”(4)
Houve uma intensa discussão sobre a rota entre os organizadores da manifestação e a polícia nos dias que antecederam o ato. Os membros da YRE nas reuniões de organização e o comitê de organização de antemão alertaram que a polícia provavelmente iria atravessar. Portanto, medidas tinham que ser tomadas para salvaguardar o ato. A YRE advogou uma organização adequada, com organizadores identificáveis e por um sistema de comunicação que os permitisse estar em contato pelo rádio. Os líderes da ANL/SWP ridicularizaram esta idéia como uma tática “Exército de papai”. Incrivelmente, chegaram a dizer que os coletes dos organizadores e walkie-talkies pareciam militaristas e “intimidadores”. Contra a polícia armada até os dentes, com escudos e de cavalos, defendiam sentar na rua e uma política de permitir o ato “defender a si mesmo”. Mas graças à enorme coragem dos organizadores, dirigidos pela YRE e unidos a manifestantes comuns e alguns corajosos membros de base do SWP/ANL, o desastre que se seguiria ao previsível ataque policial foi evitado.
A polícia
A tática policial para os preparativos para a manifestação era muito simples: “Prever distúrbios de antemão e ter tudo pronto para o dia.” (5) Eles afirmaram que 2 mil calejados “extremistas” estavam dispostos à violência. Histórias sobre uma pequena minoria pronta para atacar a sede do BNP e queimá-la foram disseminadas por Condon, o chefe de polícia para Met. Quando a marcha chegou na junção das ruas de Upper Wickham Lane e Lodge Hill, os manifestantes foram confrontados com uma situação incrível. Cada rua foi bloqueada pela policia e o choque com escudos e cassetetes. Nenhuma tentativa foi feita para dirigir a marcha para Lodge Hill (a rota preferida da polícia). Ao invés, os cavalos e a polícia se alinharam à frente do ato na entrada da Lodge Hill. A rua para a fortaleza do BNP estava cheia da tropa de choque mas diferente de qualquer outra rua não havia barreiras. Porque estava claro que a cavalaria seria capaz de atacar os manifestantes sem ter que remover obstáculos de barreira. À medida que a manifestação parou, a tropa de choque atacou a multidão. Um organizador de Glasgow comentou:
Fiquei face a face com a polícia e muitos tiraram os números de identificação de seus braços. Logo vi porque. A polícia atacou a manifestação e muitas pessoas foram esmagadas contra os balaústres. As pessoas fugiam em pânico dos golpes da polícia. Uma pessoa caiu, depois outra em cima dela, e mais outra. Logo havia pilhas de corpos no chão.As pessoas gritavam:”Deixem-nos em paz” e “Não consigo respirar”. Gritei para a polícia: “Para trás. Tem pessoas morrendo aqui.” Eles apenas iam adiante. Puxávamos pessoas e os púnhamos em segurança.Algumas delas estavam realmente perto da asfixia – nossos organizadores salvaram vidas. Enquanto tudo isso acontecia, a polícia ainda atacava, batiam nas pessoas, subindo nos corpos para alcançar as pessoas atrás de nós. (6)
Claramente a polícia estava seguindo o script escrito por seus mestres Conservadores cujo objetivo era simplesmente retratar as pessoas da marcha como “violentos fascistas de esquerda”.
Organização
Eventualmente, o chefe organizador da YRE negociou com o chefe da tropa de choque para retirar suas tropas 30-40 jardas além para impedir mais conflito. Todos os organizadores então deram-se os braços para assegurar que o ato estava protegido. Muitos membros da ANL trabalharam de mãos dadas com os organizadores da YRE. Julie Waterson, a chefe organizadora do ato,estava na linha de frente com os organizadores da YRE até ser golpeada pela polícia, mas não havia nenhum líder da ANL à vista depois disto. Foi deixado para a YRE tentar defender o ato e negociar com a polícia para retirar suas forças. A maior parte da manifestação procurava por uma direção e apenas os organizadores da YRE tinham alguma idéia de como amenizar a situação e assegurar a segurança dos que marchavam. Apenas com o heroísmo dos organizadores, com a YRE dando a direção principal, mulheres assim como homens, foi possível através da rigorosa disciplina organizacional, impedir a polícia de continuar um tumulto de larga escala. No fim do ato, quando os manifestantes foram dispersados, a polícia, em especial a tropa de choque, atacou de um modo covarde por trás. Muitas lições foram aprendidas naquele dia. Claramente os membros do Militant Labour e da YRE eram os únicos que tinham alguma idéia séria de como organizar tal ato. Os membros do Socialist Workers’ Party ridicularizaram sua abordagem séria e no dia zombaram dos organizadores pedindo para que estes levassem os “pirulitos” (cartazes da ANL) para dentro da juventude Bengali, logo atrás, que se ressentia da abordagem da ANL/SWP. Não obstante na esteira da manifestação o Militant chamou pela “frente unida de todas organizações anti-racistas com os sindicatos e o movimento trabalhista envolvidos.” Isso poderia levar os fascistas de volta para o esgoto”. Ao mesmo tempo a atividade anti-fascista deveria ser ligada com um programa de empregos, habitação, educação, etc. (7)
O ato de 16 de outubro representou um ponto de inflexão. Eu estava na África do Sul na época, na casa de um trabalhador africano em Soweto, quando as cenas apareceram na TV. A coragem dos jovens e trabalhadores na manifestação combatendo o racismo teve um poderoso efeito sobre os trabalhadores africanos engajados numa luta similar para derrubar os últimos vestígios do violento e racista regime do apartheid. A verdade sobre o “motim policial” de 16 de outubro inevitavelmente apareceu, mesmo nas altamente censuradas reportagens que apareceram na imprensa capitalista.
Também revelou para a classe dominante a determinação das forças anti-racistas de esmagar o BNP. Também levou para o domínio público o verdadeiro caráter do BNP e preparou o terreno para o descrédito e subseqüente derrota de Beackon em 1994 e o vitorioso fechamento do QG do BNP em julho de 1995.
Contudo, nada disso seria possível sem a ação e direção determinada fornecidas por organizações como a YRE que, evitando as ciladas sectárias da ANL/SWP, procurou construir o movimento mais amplo possível da juventude e trabalhadores contra a ameaça racista e fascista. Isso é claro, tanto para esse movimento quanto para outros, como a luta contra o Ato de Justiça Criminal.O método do SWP era construir organizações que poderiam atrair inicialmente aqueles que estavam preparados para lutar, mas eles não fizeram nenhuma tentativa séria de construir estruturas efetivas com total democracia e o direito dos membros de controlar estas organizações. Sua preocupação principal não era como melhor atrair para a luta numa questão particular mas como recrutar, do modo mais rápido possível, novos membros para sua organização. Sua tática “partido de atacantes” inevitavelmente os botou em colisão com os que queriam perseguir uma campanha mais efetiva e construir formas mais duráveis de organização.
O Militant Labour apoiou a tática mais efetiva de levar adiante as lutas dos trabalhadores. É claro, estava interessado em construir sua própria organização como um meio de levar o movimento da classe trabalhadora até uma conclusão. Sem o Militant, a luta em Liverpool ou a batalha contra o poll tax não teriam sido tão vitoriosas como foram. Mas contrapor a necessidade de construir sua própria organização aos interesses gerais dos trabalhadores em luta é falso e contra-produtivo. Essa era e continua a ser, contudo, a abordagem do SWP. Daí sua abordagem de “gafanhoto” nas questões. Apesar do prejuízo acumulado pela “intelligentsia de esquerda” contra o Militant até mesmo alguns deles foram obrigados a comparar favoravelmente a tática flexível e unificadora da YRE, sob a influência do Militant Labour, à estreita abordagem sectária do SWP/ANL.
1 Militant 1146 20.8.93
2 Militant 1149 17.9.93
3 Militant 1150 24.9.93
4 Militant 1154 22.10.93
5 ibid
6 ibid
7 Militant 1155 29.10.93