Essa é a bandeira do Comitê por uma Internacional Operária! Junte-se a nós!

Participamos no Fórum Social Mundial porque nos recusamos a aceitar um mundo onde:

As sete pessoas mais ricas do planeta detêm mais riqueza que os 48 países mais pobres do mundo, segundo relatório da ONU de 1998.

Mais de 815 milhões de pessoas passam fome e 55% das 12 milhões de mortes de crianças todo ano são causadas pela desnutrição.

Cerca de 2,5 bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia e espera-se que, mantendo-se a atual situação, o número de pessoas que vivem abaixo do nível de pobreza absoluta (menos de um dólar por dia) crescerá em um milhão por ano durante os próximos 15 anos.

Somente nos EUA – o país mais rico do mundo – 45 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza; 40% da população não têm acesso à assistência médica e existem mais de dois milhões de pessoas amontoadas nas prisões. Na maior economia do mundo, a média salarial semanal decaiu 15% nos últimos 25 anos enquanto a produtividade aumentou cerca de 33%. A jornada de trabalho cresceu em média 184 horas (quatro semanas e meia) durante as últimas três décadas enquanto o salário ficou igual ou até diminuiu.

Os EUA também é um país onde os 1% mais ricos detêm 40% da riqueza privada e 50% da riqueza financeira do país. Esta camada é mais rica que 95% de toda a população norte-americana junta.

Os gastos militares atingem o patamar de 800 bilhões de dólares por ano. Somente os EUA já gastaram mais de 87 bilhões de dólares com a invasão do Iraque.

A epidemia de AIDS já matou mais de 25 milhões de pessoas e estima-se que matará ainda outros 68 milhões nas próximas décadas.

Esse é o retrato do capitalismo, um sistema baseado numa busca incansável do lucro a qualquer preço. Essa situação terrível e a absoluta falta de perspectivas para milhões de jovens mundo afora não são resultado do acaso ou de uma suposta desigualdade natural entre os seres humanos. Ela é construída socialmente e o sistema que a sustenta e provoca precisa ser derrubado e substituído para que a humanidade avance.

A única alternativa real e viável ao capitalismo é o verdadeiro socialismo. Um sistema que acabe com a propriedade privada dos grandes meios de produção e conseqüentemente com o lucro como motor da economia e da sociedade.

Com as empresas controladas democraticamente pelos trabalhadores organizados, uma economia planejada em escala internacional seria possível e a economia estaria a serviço das pessoas, melhorando as condições de vida e de trabalho, garantindo a defesa do meio ambiente, acabando com as desigualdades e terminando de vez com a era de crises, guerras e barbárie do mundo de hoje.

Utopia ou única alternativa possível?

Para alguns isso não passa de utopia, um sonho impossível. Mesmo na esquerda e nos movimentos sociais existem aqueles que acham mais realista tentar reformar o capitalismo, melhor o sistema sem esperar grandes rupturas e transformações profundas.

Na verdade, essa é a grande utopia reacionária: achar que o capitalismo pode ser melhorado. Na prática, aqueles que pensam assim acabam trabalhando dentro do sistema e aos poucos vão se adaptando a ele, acostumando-se com suas mazelas. Nada muda de fato e o que muda retrocede logo depois. Não é esta a conclusão que tiramos depois de dois anos de governo Lula e outras falsas experiências de governos ditos não neoliberais.

O verdadeiro socialismo, aquele que se diferencia de forma clara das experiências de ditadura stalinista no Leste Europeu e na antiga União Soviética, não só é possível como também é necessário.

No lugar da ditadura do mercado e sua anarquia e caos, uma economia planejada baseada numa verdadeira democracia dos trabalhadores, com organizações democráticas em cada local de trabalho, bairro, estudo, etc, servindo de base para um verdadeiro governo dos trabalhadores, seria possível.

Temos hoje 500 mega empresas multinacionais que controlam 45% da produção mundial e empregam 46 milhões de trabalhadores. Essas empresas atuam em escala global e planejam sua atuação nessa escala. Porém o fazem a partir da busca incansável do maior lucro. Se estas empresas fossem estatizadas e não houvesse mais a busca do lucro, poderíamos perfeitamente estabelecer um planejamento internacional de sua produção, administração e controle. Um planejamento baseado na participação organizada dos trabalhadores e na definição de metas que atendessem a grande maioria do povo e não um punhado ridículo de ricaços.

Essa alternativa concreta à globalização capitalista é o outro mundo possível tão aclamado no Fórum Social Mundial e nas mobilizações anti-globalização por todo o mundo. Essa bandeira precisa ser levantada com força pelas novas e velhas gerações de ativistas e lutadores da classe trabalhadora e outros setores oprimidos.

Essa é a bandeira do Comitê por uma Internacional Operária! Junte-se a nós!

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