Connex despede líder sindical

Apelo de solidariedade de metroviários de Estocolmo, Suécia

A direção da empresa multinacional Connex demitiu Per Johansson, o coordenador do sindicato de metroviários de Estocolmo (Seko 119, setor de metroviários do sindicato nacional de serviços e comunicação – Seko), que organizou 700 motoristas de metrô no dia 29 de setembro. O “crime” dele foi criticar publicamente os problemas de segurança e ambiente de trabalho no metrô e dos novos trens. Várias vezes a crítica do sindicato teve respaldo da autoridade responsável para fiscalizar a segurança e ambiente nos locais de trabalho. O diretor do Connex na Suécia, Pelle Svensson, explicou para a mídia a demissão do Per Johansson: “Pode-se constatar que foi conduzida uma campanha política que não tem espaço num mercado desregulado com atividades submetidas à concorrência. Simplesmente foi uma propaganda contra a empresa”.

Esse ataque a direitos sindicais merece ser condenado por sindicalistas no mundo inteiro. O sindicato de Per Johansson apela por mensagens de protesto contra essa tentativa de quebrar uma liderança combativa do sindicato.

Per Johansson estava agindo com total respaldo da executiva do sindicato quando ele criticava a falta de segurança nos trens de Connex, que tem a licitação do sistema metroviário de Estocolmo. Ele não só defendia a segurança dos motoristas de trem, mas também dos milhões de pessoas que usam o transporte público.

A decisão de demitir e imediatamente suspender Per Johansson do trabalho foi tomada numa breve reunião dos três principais diretores da empresa, incluindo o diretor executivo nacional, Pelle Svensson. Antes de notificar o sindicato a decisão, uma carta a imprensa foi colada em todas estações anunciando que Per Johansson estava demitido. Ele foi acusado de ser “desleal com empresa” e, segundo a direção da empresa, de ter gritado para outros empregados da empresa (isso se refere ao fato de Per Johansson ter criticado fura greves que passaram um piquete numa greve anterior).

A executiva da Seko 119 não tem dúvidas sobre a verdadeira razão da demissão. A luta da subsede contra a falta de segurança resultou em manchetes na mídia. Mas isso foi feito só depois do sindicato ter levantado as questões da empresa. Vária falhas de segurança foram reveladas depois de um incêndio em uma estação e de um suicídio na via de trem.

“A Connex tem ignorado sistematicamente as notificações de órgãos estatais como a Autoridade de Segurança no Trabalho e o órgão que controle o sistema ferroviário”, diz Per Johansson.

“Eles tentam nos intimidar, fazer-nos ficar calados, porque eles sabem que Per Johansson agiu como nosso representante”, diz Moncef Jerbi, coordenador de uma das subsedes da Seko 119.

A empresa estava preparada para protestos, com um memorando de 4 páginas com o título “Mensagem e estratégia: caso PJ”. No primeiro ponto consta que a empresa quer separar o assunto de segurança da demissão. O documento inclui frases completas para ser usadas pelos representantes da empresa em entrevistas.

A executiva descobriu que a empresa tem dossiês registrando atividades dos empregados. No dossiê do Per Johansson tinha artigos com ele no jornal socialista semanal Offensiv.

A executiva nacional do sindicato Seko condenou a demissão, mas é importante que a ação do sindicato não se confine em ações legais. A empresa tem dado sinais de tentar pagar para se livrar do Per Johansson, ou aceitar ele de volta se renunciar o cargo sindical. Mas esse não é o único caso de empresas tentando se livrar de sindicalistas combativos. “Esse caso vai muito além da minha pessoa”, diz Per Johansson.

Os metroviários conduzem agora uma campanha reivindicando a anulação da demissão do Per Johansson, apelando por mobilização do movimento sindical, e pela anulação da privatização do metrô.

Mensagens (em inglês) de protesto:

Pelle Svensson, diretor de Connex:

pelle.svensson@connex.se

Cópias para:

Políticos da região de Estocolmo responsáveis pelo transporte público.

anna.berger.kettner@politik.sll.se?

ingela.nylund-watz@politik.sll.se

Seko 119:

liljeholmen@klubb119.org?

Offensiv:

offensiv@socialisterna.org

Mensagens em português pode ser mandadas para o Socialismo Revolucionário (seção brasileira do CIO) para tradução:sr-cio@uol.com.br

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