Oposição pela Base’ para mudar o sindicato e resistir a Serra
O SINDSEP se construiu no final dos anos 80 a partir das várias associações que representavam o funcionalismo municipal da cidade de São Paulo. Mas foi enfrentando os governos de Jânio Quadros, Maluf e Pitta que o SINDSEP construiu sua autoridade entre os trabalhadores municipais.
Essa autoridade, porém, foi jogada na lata do lixo quando o sindicato, durante o governo de Marta Suplicy do PT (2001 a 2004), ficou completamente atrelado à administração. Aceitou sem pestanejar as propostas anti-trabalhadores empurradas goela abaixo do funcionalismo pela administração municipal.
As políticas do governo Marta e a conivência da direção do SINDSEP é que abriram caminho para a vitória de Serra e a continuidade dos ataques, dessa vez por parte da gestão tucana.
O SINDSEP nada fez quando o PT aprovou a criação das autarquias hospitalares, também conhecidas como PAS II, mesmo tendo um forte componente privatista nessa proposta e criando também relações trabalhistas prejudiciais aos trabalhadores destas autarquias. Tinha muitas semelhanças com o PAS I de autoria do Maluf, que dividiu as regiões da cidade e distribuiu as unidades da saúde para a gestão de Cooperativas que desrespeitavam os direitos trabalhistas e favoreciam as maracutaias comandadas por vereadores corruptos.
Além de nada fazer para garantir as reivindicações do funcionalismo, o SINDSEP apoiou as Mesas de Negociações do SINP (Sistema de Negociação Permanente) que assinou três acordos até hoje não cumpridos.
Apoiou ainda os Planos de Cargos e Salários propostos pela administração, que rebaixaram salários, dividiram a categoria e introduziram ainda uma avaliação de desempenho que permite até demissões.
Exatamente igual às outras administrações, a gestão de Marta também não atendeu às nossas reivindicações, não concedeu reajustes salariais, perseguiu e puniu trabalhadores.
No ano passado, em 2004, enquanto o funcionalismo se levantava, a diretoria do SINDSEP se calava e fazia corpo mole para não “prejudicar” a campanha eleitoral do PT.
A direção majoritária do SINDSEP é da Articulação Sindical, a mesma corrente política ligada ao governo federal, que fez a reforma da previdência e está fazendo a reforma sindical/trabalhista e universitária. No entanto, alguns diretores são membros da corrente ‘O Trabalho’ que se diz contra estas contra-reformas, mas que, por exemplo, não moveram uma palha para construir a manifestação em Brasília no dia 25/11/2004.
A grande maioria da direção já está encastelada há mais de dez anos no SINDSEP. São burocratas que dão golpes como deixar de convocar o Congresso em 2003, expulsar de forma burocrática aqueles que têm divergências com a linha política majoritária e por aí vai..
Neste mês de março deste ano, haverá eleições para a diretoria do SINDSEP. Nós estamos na CHAPA 2 – OPOSIÇÃO PELA BASE, que tem companheiros do PSOL, PCB, PSTU, PT e independentes.
Estamos defendendo que o SINDSEP seja independente, democrático e de luta e que não seja atrelado a nenhuma administração. Queremos reorganizar a categoria para resistir aos ataques de Serra. Faremos debates na base sobre o papel da CUT e lutaremos para viabilizar a construção de um fórum de luta das entidades representativas do funcionalismo.
E neste momento que o governo Serra e Lula agem para retirar direitos e aumentar os tributos e alíquotas do IPREM e perseguir os lutadores, é importante que o sindicato seja de fato um instrumento de luta dos trabalhadores.