Greve dos trabalhadores da IMBEL continua forte!
Os trabalhadores da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) de Itajubá-MG estão em greve por tempo indeterminado desde 14 de abril. Mais de 70% dos 970 trabalhadores estão parados.
A categoria luta por um reajuste de 15% nos salários, além de abono e revisão do Plano de Cargos e Salários (PSC).
Antes da greve, houve duas paralisações de quatro horas. Mesmo assim, a direção da empresa e o governo federal não tiveram a disposição de negociar pra valer com os trabalhadores.
Após início da greve, a IMBEL apresentou uma proposta que apenas atualiza a correção da inflação (IPCA) do período, que foi de 6,15%.
Trabalhadores de outras unidades da IMBEL também estão parados
Em virtude da intransigência da direção da empresa, os trabalhadores das outras quatro unidades da IMBEL – Juiz de Fora-MG, Rio de Janeiro-RJ, Magé-RJ e Piquete-SP – acabaram seguindo o exemplo dos operários de Itajubá-MG e também entraram em greve por tempo indeterminado.
Para garantir a unidade na luta de todos os sindicatos, foi realizada uma reunião em Lorena-SP, que formou um Comitê de Greve Unificado.
Apesar da IMBEL ter assumido compromisso de não demitir e respeitar o direito de greve em uma reunião na Diretoria Regional do Trabalho (DRT), a realidade tem sido bem diferente.
Além de anunciar o desconto dos dias parados e benefícios sociais como o ticket alimentação, há sim, ameaças de demissão. Um dos ameaçados é um companheiro da LSR, Rubens Laurelli, trabalhador do setor administrativo da IMBEL e diretor do Sindicato.
A partir desse ataque, propusemos que o Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá-MG, a Federação Democrática dos Metalúrgicos de Minas Gerais e a CSP-Conlutas realizem uma campanha imediata de denúncia e de respeito ao direito de greve dos trabalhadores da IMBEL.
Essa campanha passa por formalizar a denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho, Organização Internacional dos Trabalhadores (OIT) e divulgação no site da CSP-Conlutas.
Solidariedade à greve da IMBEL
Mas para que essa greve seja vitoriosa, é necessário o apoio do conjunto dos movimentos sociais e dos partidos no campo dos trabalhadores.
A direção da empresa, seguindo as determinações do governo Dilma, tem reafirmado que não apresentará nenhuma proposta de reajuste acima da inflação.
Este posicionamento da IMBEL está em sintonia com a política econômica do governo federal que prevê para este ano, um ajuste fiscal de 44 bilhões de reais. Destes, 3,5 bilhões de reais serão cortados do Ministério da Defesa, ao qual a IMBEL é subordinada.
Uma ação unificada em Brasília é necessária
Nós, da LSR, temos defendido a necessidade de uma ação em Brasília-DF, no Ministério da Defesa, no Planejamento e na Secretaria Geral da Presidência, com a representação de todos os sindicatos, para pressionar o governo Dilma diretamente.
A LSR tem jogado um papel importante na greve dos trabalhadores da IMBEL de Itajubá-MG. Temos companheiros que são diretores e trabalhadores de base do Sindicato dos Metalúrgicos de Itajubá-MG, filiado à CSP-Conlutas.
Por termos vários companheiros que além de serem diretores do sindicato são trabalhadores da empresa, conseguimos realizar um bom trabalho de base de preparação para a greve.
A greve dos trabalhadores da IMBEL é justa e correta, pois, como bem mostraram os garis do Rio de Janeiro, a luta é a única forma da categoria sair vitoriosa!
Além disso, temos buscado a solidariedade ativa de outros movimentos sociais e de partidos no campo dos trabalhadores, como é o caso do PSOL.