48 horas de greve no metro de Londres: luta contra a privatização, demissões e a precarização do transporte público!

Na noite de 29 de abril, os funcionários do metrô de Londres iniciaram uma greve contra o processo de precarização do sistema de transporte público. O metrô de Londres é um dos mais antigos sistemas de transporte público do mundo, assim como uma das maiores malhas ferroviárias, com 11 linhas distribuídas por toda a cidade e com quase 270 estações.

É também uma das redes mais caras e lucrativas. Por conta de um sistema complexo de cobrança de passagem, a cidade é dividida em nove zonas tarifárias (“fare zones”) e, quanto mais central é a zona, mais cara é a passagem. A cada entrada em uma zona diferente, paga-se uma nova passagem. Por isso, os trabalhadores e trabalhadoras londrinos precisam organizar seus roteiros combinando ônibus e metrô/trem para otimizar os custos.

Utilizando o “Oyster Card” (espécie de bilhete único), os trabalhadores compram passagens mensais que, se utilizadas apenas nas Zonas 1, 2 e 3, dão um valor total de 141,40 libras. Isso é equivalente a mais ou menos 565 reais. Ou seja, o lucro acumulado é, simplesmente, enorme!

No entanto, o governo vem aplicando medidas de precarização e cortes, como a demissão de trabalhadores da segurança e dos bilheteiros dos guichês nas estações e a utilização de trabalho voluntário não-remunerado. Tal situação provocou a primeira greve de 48 horas do ano, nos dias 4 e 5 de fevereiro. Foi possível paralisar os ataques de precarização, como o uso de voluntários para trabalhar nas estações.

Porém, com o argumento de modernização, o primeiro-ministro David Cameron e o prefeito de Londres, Boris Johnson, querem instalar mais máquinas para recarregar créditos nos bilhetes “Oyster Card” e utilizar isso como desculpa para demitir cerca de mil funcionários.

Evidentemente, a perspectiva é de mais privatização e precarização do serviço de transporte público em Londres, já que, com as demissões, o plano é retomar o uso de trabalhadores não-remunerados no lugar de trabalhadores qualificados, sem gastar com salários e direitos que os trabalhadores conquistaram com muita luta.

Assim, nos dias 29 e 30 de abril, os trabalhadores paralisaram nove das onze linhas de metrô. A perspectiva é de retomar a greve nas próximas semanas, caso o governo não atenda as reivindicações de garantia de trabalho e direitos dos trabalhadores do metro. Apesar das declarações do primeiro-ministro e do prefeito de Londres tentarem dividir os trabalhadores, a greve conta com o apoio de cerca de dois terços da população londrina e a perspectiva é unir forças para a nova jornada de paralisações.

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