Como ficam as LGBTs trabalhadoras e periféricas nessa crise?
Nesse cenário de crise, de ajuste fiscal e desigualdade econômica, o que vemos para as LGBTs trabalhadoras e moradoras das periferias é um agravamento das condições de vida.
As pessoas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans*) são aquelas que fogem das normas de heterossexualidade (identidade sexual de quem apenas se relaciona com o gênero oposto) e de cisgeneridade (identidade de gênero de quem se identifica com o gênero que foi lhe dado ao nascer).
Desde o começo do ano, já foram vários os casos de violência e assassinatos de pessoas LGBTs. Nas periferias, os casos são ainda mais comuns e invisibilizados pelos governos e pela mídia. Os relatos de violência se espalham nas comunidades LGBT, nos espaços de militância e nas redes sociais. Junto a isso, vê-se um número crescente de suicídios entre os jovens LGBTs.
O cenário de violência LGBTfóbica explícita, a realidade que exclui e silencia as demandas e questões de quem foge à heterossexualidade e à cisgeneridade, além da política de cortes sociais que enfraquecem as poucas ferramentas que existem para amparar quem está em situação de risco, levam muitas LGBTs a acreditar que a única saída é a morte.
Além de tudo isso, governos, Congresso e outras instituições ainda tentam cercear cada vez mais nossos direitos e nos marginalizar. Por isso, é extremamente necessário que as LGBTs se organizem diante dessa barbárie!
São vários os ataques da bancada conservadora do Congresso, que tenta empurrar projetos que dificultariam ainda mais o nosso acesso a serviços básicos, como saúde e educação – é o caso do Estatuto da Família, por exemplo. Esses mesmos deputados também dificultam e combatem projetos como a Lei de Identidade de Gênero “João W. Nery”, que garante direitos básicos às pessoas trans*, como o reconhecimento de seus nomes sociais e identidade.
Organizar a resistência anti-LGBTfóbica entre trabalhadores e estudantes! Construir campanhas por uma educação não sexista, anti-racista e anti-LGBTfóbica!
Temos visto que muitos trabalhadores de educação estão sendo perseguidos por direções e secretarias por fazer debates e atividades que tratam sobre gênero e sexualidade. Não podemos aceitar caladas essas perseguições! Essa situação pode se agravar ainda mais depois das votações em diversas câmaras que excluíram nos planos municipais de educação o debate de gênero nas escolas.
Construir campanhas contra o assédio moral e a opressão de LGBTs nos espaços de trabalhos!
Muitas LGBTs tentam esconder sua identidade ou passam por situações de perseguição no trabalho por conta da sua identidade de gênero ou orientação sexual. Vários postos de trabalhos nos são negados mesmo quando essas pessoas têm a formação e a qualificação exigidas para o cargo.
Precisamos construir uma alternativa de esquerda para a luta e representação das LGBTs!
O Governo Federal, em uma política de corte de gastos, extinguiu as secretarias de Políticas para Mulheres, Direitos Humanos e Igualdade Racial. Essa é uma expressão de como a burguesia e seus governos não têm como prioridade a luta contra a opressão. Num cenário de crise, todos os programas e projetos são cortados ou abandonados para que o lucro dos empresários continue. A saída é a unidade entre os setores oprimidos e explorados! A luta contra a LGBTfobia, o machismo e o racismo também é a luta da classe trabalhadora!