Dilma faz o jogo da velha direita! É preciso derrotar Dilma/Renan e sua agenda de ataques!

Existe uma grande unidade contra o povo envolvendo o governo Dilma (PT), os tucanos Geraldo Alckmin e Aécio Neves e o PMDB de Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha.

Eles passam a perna uns nos outros, mas no principal estão juntos. Querem jogar todo o peso da crise nas costas dos trabalhadores.

Todos defendem a “Agenda (contra o) Brasil”. Pretendem promover o liberou geral nas terceirizações. Querem mais cortes na saúde, educação e moradia. Vão aumentar a idade mínima para a aposentadoria. Promovem a privatização do SUS e ajudam os planos de saúde privados.

Além disso, querem permitir mais destruição do meio ambiente em benefício do agronegócio, mineradoras e empreiteiras. Estimulam o massacre das populações indígenas revendo os critérios para a demarcação de suas terras.

Sem falar nos ataques que vieram antes, como as restrições ao seguro-desemprego, pensão por morte, etc.

O governo corta os gastos sociais e afunda o país na recessão para garantir o pagamento dos juros e serviço da dívida pública aos megaespeculadores. É a “bolsa banqueiro” que os governos do PT mantiveram dos governos anteriores.

Somente o que se pagou de juros da dívida nos seis primeiros meses de 2015 (mais de 225 bilhões de reais) já é bem mais do que tudo o que se gastou com o “Bolsa Família” (168 bilhões de reais) desde sua criação em 2003, ou seja, em 12 anos!

Patrões, banqueiros e governo federal e estaduais estão juntos usando a crise para aumentar a exploração e retirar direitos que conquistamos com muita luta.

Já estamos sentido isso na carne. Demissões em massa e desemprego crescente. Arrocho nos salários e alta nos preços de praticamente tudo. Tarifaço e piora nos serviços públicos. Sucateamento da saúde educação.

Governo e velha direita atacam direitos democráticos

Os trabalhadores, a juventude, os sem-teto e sem-terra não estão calados diante disso. Muitas greves e mobilizações já estão acontecendo.

Os trabalhadores do setor público federal, os metalúrgicos da GM e outras montadoras e vários outros setores estão em greve ou se preparam para mobilizações. O sentido original das manifestações de 20 de agosto também foi o de lutar contra isso.

É por isso que eles, Dilma e a velha direita, juntinhos, estão também atacando nossas liberdades democráticas.

Dilma pediu urgência para a votação no Congresso do que chamam de “Lei antiterrorismo” que na prática funciona para reprimir os movimentos sociais. Querem fazer com que quem ocupa terra na luta por moradia ou ocupa fábrica na luta contra as demissões pegue até 30 anos de prisão!

Na Câmara Federal, todos eles votaram juntos a favor dessa famigerada Lei – do PT ao PSDB e DEM, passando pelo PMDB e outros. Com a exceção do PSOL, todos os partidos tiveram deputados votando a favor desse absurdo.

Como pode o governo Dilma e o PT falar em defesa da democracia e promover esse verdadeiro golpe contra os trabalhadores e os movimentos sociais organizados?

E ainda querem que alguém se levante em defesa do governo?

Não há como defender o governo Dilma

O governo Dilma está caindo pelas tabelas porque é um governo contra o povo. Um governo que insiste em aplicar as políticas exigidas pelos empresários da FIESP e FIRJAN, banqueiros como Trabuco do Bradesco e a própria Globo.

Dilma acha que vai conseguir se sustentar satisfazendo a sanha da classe dominante. Esse é o sentido do acordo que fez com Renan Calheiros em torno da “Agenda Brasil”.

Mas, com esses ataques Dilma só está perdendo mais e mais força. Logo será cuspida para fora pelos mesmos que hoje defendem o ajuste econômico antipopular que o governo aplica.

É por isso que não podemos ter ilusões na possibilidade de convencer ou apenas pressionar o governo Dilma a mudar de política. É preciso derrotar esse governo tomando as ruas, nas greves e ocupações. Só assim conquistaremos nossos direitos e reivindicações. Obrigando-os a recuar com a força das ruas.

Por mais que haja conflitos e divisões nas altas cúpulas do poder, a direita também compõe o governo Dilma e essa direita não é melhor do que a que está na oposição.

Lutar contra a direita e por mais direitos é também lutar contra o governo Dilma. Só teremos força para derrotar a direita no Congresso e nos governos estaduais se não cairmos na armadilha de achar que o governo Dilma precisa ser defendido.

Entidades governistas desvirtuam e atacam o sentido do ‘20 de agosto’

Além da repressão direta, o governo também quer conter os trabalhadores descaracterizando e sufocando suas mobilizações independentes e criando confusão.

As manifestações do dia 20 de agosto foram originalmente convocadas pelo MTST em acordo com várias entidades e movimentos dispostos tanto a combater a direita no Congresso como também as políticas de ajuste do governo Dilma.

Trata-se da unidade de ação ampla contra os ataques, venham eles de onde vierem. Aí vale envolver até mesmo entidades cujas direções são governistas, como é o caso da CUT ou da UNE, que tiveram que responder à pressão de suas próprias bases. Não se trata de uma Frente política com esses setores e sim unidade na luta com um mesmo objetivo.

Mobilizações assim já aconteceram nos dias 15 de abril e 29 de maio. O mesmo deveria acontecer no dia 20 de agosto.

Porém, as entidades governistas resolveram dar um golpe nas mobilizações de 20 de agosto. Em muitos estados, romperam com a convocatória original que se colocava contra o ajuste do governo e a direita e passaram a convocar manifestações em defesa do governo.

Dilma, Lula e a direção da CUT temem a explosão de um movimento de massas contra a “Agenda Brasil” que negociaram com a direita no Congresso e os banqueiros e empresários. Por isso, o PT usou seu espaço na TV para mentir e descaracterizar as manifestações de 20 de agosto.

Essa manobra desesperada só serve para dividir os trabalhadores e gerar confusão. É isso que eles querem.

A LSR defendeu que o conjunto das forças políticas de oposição de esquerda ao governo Dilma e à velha direita junto com o MTST, CSP-Conlutas, Intersindical assumissem a tarefa de garantir o caráter original do 20 de agosto e fizessem frente às entidades governistas.

Mesmo sem a participação de parte da esquerda socialista, em muitos estados o MTST e a esquerda farão Atos separados dos governistas da CUT, CTB, UNE e MST. Onde o peso da esquerda é maior, como em São Paulo, faremos um único Ato com claro perfil de combate aos ataques do governo Dilma.

A LSR só participara dos Atos onde o MTST e a esquerda estão organizando e onde a pauta dos governistas não prevalece. Condenamos os Atos do dia 20 organizados em torno da pauta governista.

Mas, o dia 20 não resolverá nossos problemas. É preciso que se construa um plano de ação para apoiar os trabalhadores em greve no serviço público federal e nas montadoras e para derrotar a “Agenda Brasil”. Esse plano tem que culminar em uma greve geral construída pela base.

Nesse processo de lutas contra os ataques, a esquerda socialista que não se vendeu ou se rendeu aos governos do PT e da velha direita deve construir uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores como base para uma futura alternativa de poder para a classe trabalhadora.

A LSR defende:

  • Abaixo a “Agenda Brasil” de Dilma, Levy, Renan e o grande capital! Não ao ajuste fiscal de Dilma e os governadores contra o povo!
  • Barrar as demissões! Estabilidade no emprego e redução da jornada sem redução de salários! Não ao falso “Programa de Proteção ao Emprego” que só beneficia os patrões!
  • Fora Cunha e sua pauta reacionária no Congresso contra mulheres, população LGBT, negros e negras!
  • Abaixo a “Lei antiterrorismo” do PT e PSDB que criminaliza os movimentos sociais! Pelo direito de organização e manifestação!
  • Que os ricos paguem pela crise! Auditoria e não pagamento da dívida pública aos grandes capitalistas!
  • Derrotar nas ruas, com greves e ocupações os ataques do governo Dilma e da velha direita! Todo apoio aos trabalhadores em greve! Unificar as lutas e construir uma greve geral pela base!
  • Por uma Frente de Esquerda e dos Trabalhadores envolvendo PSOL, PSTU, PCB, MTST, CSP-Conlutas, Intersindical e outros setores independentes do governo e dos patrões.

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