Sociedade racista e universidade elitizada – Repúdio aos que oprimem, apoio aos que combatem a opressão!

Banheiros do campus da Unesp em Bauru (SP) foram pichados com citações racistas. A ação, descoberta na sexta-feira (24/07) pela administração da universidade, atacou as mulheres negras e também o coordenador do núcleo negro da universidade para a pesquisa, Juarez Tadeu de Paula Xavier. A LSR (que atua no PSOL e é seção brasileira do Comitê por uma Internacional dos Trabalhadores) vem por meio desta moção de repúdio se solidarizar com todos os alvos do racismo dentro e fora da universidade.

Tenhamos o cuidado de não caracterizar este fato como isolado: ele é impulsionado pelos resquícios da escravidão que a sociedade capitalista preserva e por um ambiente universitário extremamente elitizado e tecnicista, que não se ocupa em pensar as mazelas da realidade brasileira. Por isto, caracterizamos este ato como fascista e racista, uma expressão do colonialismo contra os negros e contra as mulheres negras.

Acreditamos que só estaremos livres da opressão com a derrubada do capitalismo, pois o racismo e o machismo – que aparecem combinados neste episódio, por exemplo – servem para manutenção de relações de poder e de um exército de reserva composto por uma mão de obra menos qualificada que não entra na universidade. Creditar o ingresso na universidade ao mérito, aliás, é uma das formas de ocultar a origem da desigualdade social e da discriminação racial contra os negros que, no geral, vivem em uma condição econômica inferior aos brancos (para não falar das mulheres negras…). Ingressar em uma universidade pública passando pela catraca social do vestibular não é tarefa fácil pra quem vive na periferia e estudou em escolas públicas precarizadas – como é o caso da maioria da população negra. Não se trata de mérito, mas de segregação social e racial.

Assim, o ambiente universitário vem sendo cada vez mais propício à explicitação do racismo e outras formas de opressão contra a população pobre. Uma sociedade racista, meritocrática, opressora e excludente só pode resultar em uma universidade elitizada e distante da população.

Por isto, nos solidarizamos com o professor Juarez e com todos os ‘Juarezes’ dentro e fora da universidade, que sofrem cotidianamente com o racismo, principalmente se forem pobres e, mais ainda, se forem mulheres e pobres.

Estamos juntos! Que os racistas não saiam dos banheiros e sejam evacuados pela privada!

A saída é coletiva! Só com organização e unidade podemos combater o racismo e a opressão de classe!

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