Porque entramos na LSR: Relato de militantes em Sobral-CE
Antes de começarmos a militar, tínhamos algumas palavras em mente quando pensávamos no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Algumas delas eram “radicais”, “esquerda” e “revolucionários”. Pensávamos elas como um todo unitário, sem divisões, divergências ou até mesmo contradições. Afinal, o PSOL é um só, né? Como nos enganávamos!
Ao conhecer melhor o PSOL, por dentro, já filiados, vimos não ser tão homogêneas as posições, discussões e figuras públicas do partido. Havia alguns grupos defensores mais do eleitoralismo político, outros eram a concretização coletiva das bandeiras defendidas pela organização. Mas foi só ao sentir onde nos encaixaríamos nesse emaranhado todo de concepções, posturas e métodos que procuramos um grupo dentro do PSOL que melhor lesse a realidade e se apresentasse com um todo unitário, coeso e forte dentro da linha programática socialista, revolucionária e radical.
Cidade conservadora
Sobral é uma cidade conservadora e muito religiosa. Luta é o que não falta, mas elas precisam ser mostradas. Nosso papel enquanto LSR na cidade vai ser esse: mostrar a necessidade da luta e lutar junto!
Aqui, o índice de morte da juventude pobre e negra é alto; milhares de trabalhadores são explorados numa empresa que tomou conta da cidade; empresa de transporte público tem um monopólio, fazendo cartel claro e deixando todas as pessoas que querem viajar pagando altos preços nas passagens e sendo mal atendidas; faltam mais espaços culturais e os dogmas cristãos reinam nas decisões na cidade.
Precisamos de uma política coerente e que se mostre como alternativa para as pessoas dessa cidade. Na LSR encontramos isso. Sabemos que não é apenas lutar contra as opressões isoladamente que se resolve o problema e, sim, lutar contra o causador delas. Nossa luta é ideológica, não podemos ser reducionistas e nos limitar apenas a lutas pontuais.
Programa classista
O programa da LSR é um programa classista que deixa bem claro a contradição entre capital-trabalho. E Sobral necessita de um programa assim. Por isso, entramos na LSR e, por isso, decidimos lutar nessa cidade de forma coerente e, realmente, revolucionária.
É aí que entra a Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR). Ela se mostrou como referência para nós dentro do PSOL. Como aquele todo unitário, coeso e forte. E trotskista, claro! Corrente de forte conteúdo classista, internacionalista e com clara direção e atenção ao fortalecimento da luta das mulheres. Do centralismo democrático ao sólido feminismo, a LSR nos conquistou. Conquistou mais dois quadros no estado do Ceará para construir essa organização, que é a seção brasileira do Comitê por uma Internacional dos trabalhadores (CIT), presente em quase 50 países distribuídos em todos os continentes do globo.
Por que somos trotskistas! Por que somos radicais! Por que somos revolucionários! Por que somos feministas! Por que somos negras e negros! Por que somos LGBT! Por que somos trabalhadoras e trabalhadores! Por que somos a juventude! Por que somos e amamos a revolução!
“… por que graças a ti, não termino em mim mesmo.”
(Ao Meu Partido – Pablo Neruda)