Beto Richa instala aparato ditatorial no Paraná
A semana iniciou com uma retomada da greve geral dos servidores públicos do Paraná. Impulsionados pela paralisação dos professores e funcionários da educação básica, aderiram ao movimento todas as universidades estaduais, agentes penitenciários e servidores da saúde. São mais de dez sindicatos parados.
O que motivou os trabalhadores a retomarem a greve geral foi o envio à Assembleia Legislativa (ALEP), por parte do governo Beto Richa (PSDB), de um projeto que prevê o uso do fundo previdenciário dos servidores públicos para pagamento de despesas do Estado – despesas que deveriam ser pagas com o dinheiro do caixa do próprio Estado, utilizando assim R$1,5 bilhão ao ano do fundo poupado pelos servidores.
Em fevereiro, os servidores barraram projeto semelhante ocupando a Assembléia Legislativa, obrigando Richa a se comprometer a discutir o projeto com o Fórum dos Servidores antes de reenviá-lo à ALEP.
Como Richa não quer negociar e não quer sair desmoralizado (como ele e seu secretário de segurança, Fernando Franschini, saíram do movimento de fevereiro), organizaram um aparato policial digno dos tempos do regime militar.
E ontem, dia 28 de abril, após terem atacado os servidores acampados nas proximidades da ALEP no meio da madrugada e prenderem os carros de som do movimento grevista, a polícia e a tropa de choque atacaram os trabalhadores que tentavam chegar à praça com um novo carro de som.
A cena foi digna de filme: atiradores de bombas nos telhados do Tribunal de Justiça, spray de pimenta, balas de borracha. Mas, mesmo assim, os servidores resistiram e conseguiram ocupar a praça.
Hoje, dia 29, os deputados prometem votar o projeto e a repressão deve ser maior. Mas os servidores vão resistir!
Foto: Gazeta do Povo