É hora de unir as lutas contra os ataques do governo
No segundo turno de 2006, Lula pegou do baú a velha máscara de esquerdista e acusou seu adversário do PSDB de querer promover privatizações e ainda reverter sua política externa tão ‘progressista’. Não faltaram governistas ainda auto-intitulados de esquerda que, do alto de seus altos cargos e gordos salários, encontraram aí a justificativa para continuar com e no governo.
Mais uma vez, a máscara caiu. É preciso muita cara de pau para receber o carniceiro Bush e manter as tropas brasileiras no Haiti e ainda falar em política externa ‘progressista’.
PAC – novo pacote para a mesma política
Da mesma forma, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma continuação das políticas neoliberais privatistas do primeiro mandato. Muitos dissimulados falaram em “retomada do papel do Estado na promoção do desenvolvimento” e outras esperanças cínicas.
O papel do Estado no PAC é o de isentar os empresários do pagamento de impostos e garantir o lucro das empreiteiras através das parcerias público-privadas. Os juros continuam nas alturas, a dívida continua sendo paga pontualmente aos especuladores e o funcionalismo vai ter que amargar na prática um congelamento salarial.
Lula dá continuidade à s contra-reformas
Não há nenhuma ruptura ou inflexão no modelo econômico com o PAC. O governo ainda pretende avançar na reforma da previdência e numa reforma trabalhista gradativa e indireta, como já vem fazendo com a super-receita, o super-simples, etc.
Diante dessa quadro, só há uma resposta possível para quem pretenda defender os interesses dos trabalhadores: organizar a luta contra esses novos ataques do governo Lula e seus parceiros nos governos estaduais e municipais.
A construção da unidade da resistência é uma obrigação das direções combativas nos sindicatos e movimentos sociais. Essa unidade precisa ser construída no dia a dia das lutas em cada setor, mas também em grandes iniciativas nacionais de mobilização unitária.
O Encontro nacional de 25 de março precisa se desdobrar em um plano de ação unificado para as mobilizações durante todo o ano.
O ‘abril vermelho’ das ocupações de terra, as manifestações e iniciativas do funcionalismo, as mobilizações dos batalhões pesados da classe trabalhadora podem criar condições para uma grande mobilização unitária que derrote o governo.
Construindo uma nova direção
É possível ultrapassar o freio imposto pela CUT e UNE governistas e trazer para a luta sua base social na perspectiva da construção de novas alternativas.
O futuro da classe trabalhadora estará sendo jogado nas próximas semanas e meses. Da postura da esquerda e das direções combativas dos movimentos sociais, construindo a unidade contra o governo e suas políticas, dependerá o destino de milhões de brasileiros. Precisamos estar à altura desses desafios.
• Construir a unidade da esquerda e dos movimentos sociais independentes do governo e dos patrões!
• Derrotar as reformas neoliberais e os ataques do governo Lula e dos governos estaduais!
• Levantar um programa alternativo que garanta o desenvolvimento com justiça social e respeito ao meio ambiente: não pagamento da dívida aos grandes capitalistas e nacionalização com controle democrático dos trabalhadores dos principais setores da economia!