Forte reação dos governos e latifundiários ao Terra Livre em Alagoas

Foram duas reintegrações de posse, uma rural e uma urbana, em um mês. Mas a base está revoltada e se reorganizando, pronta para novas lutas!

O Terra Livre fincou sua bandeira em Alagoas no fim do ano passado com uma ocupação de terreno urbano para fins de moradia no município de Murici, a 50 km de Maceió. Desde então, a ocupação urbana Che Guevara, em Messias, com 300 famílias, decidiu em assembleia que integraria o movimento, além de dois acampamentos de sem terras. Em Capela, uma ocupação de fazenda com 300 famílias também aderiu ao Terra Livre, pelo seu caráter independente, de combate aos governos, especialmente o de Dilma, e fortemente democrático. No início de fevereiro, ocorreu uma nova ocupação urbana com 50 famílias em Paripueira.
300 famílias despejadas

No dia 14 de janeiro, 300 famílias foram despejadas da Fazenda Pitombeiras, em Capela, de uma grande fazenda onde está a planta de uma usina falida há décadas. Quem quer a fazenda para arrendar para plantação de cana é, nada mais nada menos, o parlamentar mais rico do Brasil: João Lyra. O Grupo João Lyra pediu a reintegração e o juiz, Ayrton Tenório, deferiu o pedido com demonstrativo de propriedade de apenas 10% da área! Ou seja, novamente terras griladas e exploradas pelos latifundiários. A usina tem dezenas de processos trabalhistas nas costas, além de denúncias comprovadas de trabalho escravo, diretamente ligadas a João Lyra. Hoje, as famílias estão acampadas na beira da estrada, se organizando para dar a volta por cima.

Novo despejo

No dia 18 de fevereiro, 300 famílias foram despejadas violentamente de um terreno urbano nas margens da BR-101, pedido feito pela própria prefeitura de Messias. A ocupação, que estava consolidada, para fazer cinco anos, foi destruída pela PM, com espancamentos, prisões, impedimento da cobertura da imprensa e impedimento de reuniões dos despejados. Proibiram o direito básico de ir e vir e de conversar! Sabiam que o povo se organizaria para continuar lutando.

A Prefeitura, que tem o dever de dar alternativas habitacionais às famílias, sequer dialogou com o movimento. Ela tem como plano instalar um polo industrial no terreno. As famílias estão dispersas, assimilando a derrota parcial, mas voltarão a se organizar pelo direito ao teto.

O Terra Livre está crescendo em importantes lutas, como essas em Alagoas. O caráter “campo e cidade” desta regional mostra a importância da unidade da classe e de suas frações para ter força para resistir aos ataques do capital e construir uma alternativa socialista. 

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