Forte reação dos governos e latifundiários ao Terra Livre em Alagoas
Foram duas reintegrações de posse, uma rural e uma urbana, em um mês. Mas a base está revoltada e se reorganizando, pronta para novas lutas!
No dia 14 de janeiro, 300 famílias foram despejadas da Fazenda Pitombeiras, em Capela, de uma grande fazenda onde está a planta de uma usina falida há décadas. Quem quer a fazenda para arrendar para plantação de cana é, nada mais nada menos, o parlamentar mais rico do Brasil: João Lyra. O Grupo João Lyra pediu a reintegração e o juiz, Ayrton Tenório, deferiu o pedido com demonstrativo de propriedade de apenas 10% da área! Ou seja, novamente terras griladas e exploradas pelos latifundiários. A usina tem dezenas de processos trabalhistas nas costas, além de denúncias comprovadas de trabalho escravo, diretamente ligadas a João Lyra. Hoje, as famílias estão acampadas na beira da estrada, se organizando para dar a volta por cima.
Novo despejo
No dia 18 de fevereiro, 300 famílias foram despejadas violentamente de um terreno urbano nas margens da BR-101, pedido feito pela própria prefeitura de Messias. A ocupação, que estava consolidada, para fazer cinco anos, foi destruída pela PM, com espancamentos, prisões, impedimento da cobertura da imprensa e impedimento de reuniões dos despejados. Proibiram o direito básico de ir e vir e de conversar! Sabiam que o povo se organizaria para continuar lutando.
A Prefeitura, que tem o dever de dar alternativas habitacionais às famílias, sequer dialogou com o movimento. Ela tem como plano instalar um polo industrial no terreno. As famílias estão dispersas, assimilando a derrota parcial, mas voltarão a se organizar pelo direito ao teto.
O Terra Livre está crescendo em importantes lutas, como essas em Alagoas. O caráter “campo e cidade” desta regional mostra a importância da unidade da classe e de suas frações para ter força para resistir aos ataques do capital e construir uma alternativa socialista.