PSOL de luta: pela Frente de Esquerda nas eleições e nas ruas!
Este é o PSOL que construímos! Nós e todos os militantes socialistas e combativos que pretendem construir uma alternativa para estas eleições que consiga se colocar inclusive para além dela, com forte enraizamento nas lutas sociais travadas pelos trabalhadores em todo o país.
Este ano é um ano de eleições municipais e caberá ao PSOL a tarefa de se colocar como uma alternativa para o conjunto dos trabalhadores oprimidos pela politica petista, da sua base aliada e do tucanato.
A nossa tarefa é nacionalizar as questões e os principais problemas: a precarização do trabalho, a ausência de moradia digna, educação de qualidade, saúde, transporte em todas as municipalidades. A tarefa da burguesia e do lulismo é fragmentar e minimizar os grandes problemas, se utilizando de um discurso que privilegia a dinâmica local na tentativa de dissociar os problemas com a politica nacional e geral para todo o país.
Caberá aos militantes do PSOL que se colocarão como candidatos nesta eleição, levar este debate para a população, denunciar a politica governista e da burguesia de mais cortes, de mais desemprego e de mais ataque aos trabalhadores. O recrudescimento da crise internacional não nos isenta das consequências. O ano de 2012 já se iniciou com mais cortes no orçamento público, mais de 60 bilhões, levando a inúmeras greves locais e nacionais, assim como medidas do governo de ataque ao direto de greve e criminalização dos movimentos sociais.
Neste sentido, é mais urgente do que nunca que as municipalidades reflitam esta alternativa, que consigam se diferenciar do Governo Dilma e da direita tradicional. A Frente de esquerda classista com PSTU e PCB se faz ainda mais necessária. A aliança nas urnas e nas ruas da esquerda brasileira é a única forma de superarmos os ataques que sofremos e os que ainda estão por vir.
O último Diretório Nacional (DN) do PSOL aprovou com maioria um marco de alianças (foram algumas votações mais os votos variaram entre algo em torno de 34/33 contra 23/24), com partidos da base governista (PV, PT, PC do B, PPS e PDT), incluindo legendas de aluguéis que se colocam distantes da frente classista defendida pela minoria (PCB e PSTU). Trata-se de uma tentativa clara de transformar as exceções discutidas neste DN em um novo padrão e concepção de alianças eleitorais para o PSOL.
Apesar destas alianças terem sido apresentadas como exceção, a nossa tarefa é impedir que isso se torne uma regra, que externalize uma leitura equivocada da conjuntura atual, privilegiando a disputa eleitoral, taticista, e o jogo institucional como um saída para a esquerda socialista no Brasil.
O mundo esta nos dando provas de que não há espaço para titubear neste cenário. Não é possível ficar em “cima do muro”. O agravamento da crise internacional fez com que na Grécia, depois de 17 greves gerais, um partido de esquerda como o Syriza saltasse de 4,6% para 26,9% dos votos nas eleições de 2012.
O exemplo grego nos mostra o quanto uma politica correta, de clara oposição aos partidos burgueses, de chamada de unidade da esquerda combativa e de negação dos planos de austeridade, que ataca os trabalhadores e juventude, foi capaz de chegar a ser o segundo partido mais bem votado na Grécia em 17 de Junho.
Este mesmo exemplo mostra também os limites da institucionalidade, onde a direita tradicional, com todos os problemas, vence as eleições com 29,7% dos votos. O Syriza deverá agora se preparar para continuar a luta nas ruas e para apresentar uma alternativa clara de poder e de governo não apenas aos trabalhadores gregos, pois sem duvida esta é uma lição para o conjunto da esquerda mundial.
Evidente que se trata de uma conjuntura muito distinta da realidade brasileira, todavia é um exemplo de como não podemos esperar a pior conjuntura para aí sim começarmos a nos organizar. Temos que construir as bases para que em momentos de assensos das lutas sejamos reconhecidos como uma alternativa pelos trabalhadores.
No Brasil, devemos tirar lição deste processo. Apesar da politica econômica do Governo Dilma tentar impedir que a crise chegue ao Brasil de modo mais feroz é evidente que mesmo para a burguesia esta politica de incentivo ao crédito não funcionará da mesma forma que em 2008, as famílias ainda estão endividadas, o índice de “calote” de 6% foi o maior nos últimos anos, dentre outros. Sabendo disso o governo já implementa uma série de pacotes anti-crise de ataque aos trabalhadores.
Neste cenário o que precisamos é estar preparados para enfrentar uma situação onde a crise nos obrigará a apontar uma clara alternativa ao projeto capitalista. É necessário que tenhamos um partido que consiga reunir os setores mais combativos da sociedade e que seja reconhecido como representante dos interesses dos trabalhadores e do povo pobre deste país. Certamente o PSOL não conseguirá se colocar como um projeto alternativo aos partidos tradicionais, ao lulismo e ao conjunto da burguesia, se capitular as alianças pragmáticas, eleitorais que de nada nos ajuda a fortalecer a luta da classe trabalhadora nas fábricas, nas escolas, nas ruas.
Precisamos mostrar para parte da direção deste partido que não é necessário ampliar as aliança para disputar o cenário eleitoral. Isso já foi visto e comprovado no Rio de janeiro, onde elegemos 4 parlamentares, na cidade de Niterói na eleição passada onde atingimos um dos maiores índices do partido em eleições regionais, em São Paulo onde elegemos o Ivan valente, assim como em outras cidades e Estados.
Nestas eleições devemos convocar a militância do PSOL às ruas, construir campanhas de candidatos (as) socialistas que se coloquem através de um programa alternativo e de defesa dos interesses dos trabalhadores e da juventude. Construir campanhas que se oponham a direita tradicional, ao coronelismo regional e ao lulismo, que juntos orquestram os ataques ao conjunto da classe trabalhadora. Isto possibilitara os alicerces para uma campanha forte, independente e classista do PSOL em 2014.
Nestas eleições, pela primeira vez o PSOL terá chances reais de eleger prefeitos, como no caso do Edmilson em Belém e de ter bons resultados, podendo nos levar a boas surpresas como no caso do Marcelo Freixo no Rio de Janeiro. Isso nos impõe ainda mais responsabilidades em mostrar como os socialistas governam dentro do capitalismo, e em reforçar nossas bandeiras classistas, para fortalecer a luta do conjunto da classe trabalhadora, e de denúncia deste sistema.
Campanhas como a que apresentamos e apoiamos enquanto LSR, do Paulo Eduardo Gomes, Renatinho e Nicole na cidade de Niterói, Jonathan de Oliveira em Rio das Ostras-RJ, do Robério Paulino em Natal-RN, da Raquel Guzzo em Campinas-SP , do Afonso Silva em Taboão da Serra-SP, do Dimitri Silveira em São Paulo dentre outras, são exemplos de campanhas militantes, combativas, onde o chamado a Frente de Esquerda para que se apresente nas eleições é o mesmo para que estejam pressentes nas ruas e na luta diária da classe trabalhadora!