Manifestação de estudantes mostra a ira contra os ataques

GRÃ BRETANHA A ira dos estudantes e dos jovens contra os planos de cortes na educação e o aumento nas mensalidades das universidades era evidente na manifestação em Londres no dia 10 de novembro.

Com 52 mil estudantes, foi a maior manifestação estudantil dos últimos 30 anos. Os estudantes vinham de ônibus alugados desde as regiões mais afastadas da Escócia, onde a cobrança de mensalidades ainda não foi introduzida.

Essa manifestação, que acontece só seis meses após as eleições, foi descrita pelo The Guardian como “a maior e mais dramática resposta às medidas de austeridade do governo”.

Todos menos os super-ricos vão ser afetados pelas medidas brutais no orçamento de emergência lançado pelo governo conservador-liberal. Os cortes na bolsa-aluguel podem forçar centenas de milhares a abandonar suas casas. Cortes nos orçamentos municipais podem deixar centenas de milhares de idosos sem o cuidado que necessitam.

Mas os cortes na educação estão entre os mais cruéis. As mensalidades das universidades públicas vão quase triplicar ao mesmo tempo em que 80% dos gastos com o ensino serão cortados. Os estudantes também serão afetados pelos cortes nas bolsas-estudo.

A maioria dos estudantes, sentindo a sua força coletiva, estava determinada a garantir a continuidade da luta.

Os “Estudantes Socialistas” distribuíram dez mil panfletos defendendo a organização de greves e protestos no dia 24 de novembro, quando o governo iria discutir a questão das mensalidades. Os “Estudantes Socialistas” tem um histórico de luta contra as mensalidades nas universidades públicas desde que foram introduzidas.

Infelizmente a União Nacional dos Estudantes (NUS, em inglês) não tinha nenhuma estratégia para a luta. A direção da NUS esperava uma pequena passeata que duraria no máximo meia hora! Eles também não organizaram funcionários para a passeata e não estavam preparados quando um grupo começou a entrar na sede do partido conservador.

O Partido Socialista considera ocupações como uma parte legítima e importante da construção do movimento contra os cortes, além de outras táticas. Para ser eficiente, porém, as ocupações devem ser baseadas em decisões democráticas, bem organizadas e vinculadas a uma pauta de reivindicações.

Isso para prevenir ações como a de uma pessoa que erroneamente jogou um extintor do telhado, colocando os estudantes abaixo em perigo. A ocupação foi algo espontâneo e a mídia escolheu focar na ação de alguns ao invés da ação de milhares.

O próximo passo para construir um movimento de massas que possa barrar os ataques do governo conservador-liberal será com os sindicatos se unindo à luta dos estudantes. Um sinal do que seria possível foi mostrado recentemente quando uma greve no metrô de Londres deixou a cidade paralisada.

Você pode gostar...