Demissão em massa na Sabesp
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é uma empresa de economia mista, mas que deveria pertencer e ser gerida pelo povo de São Paulo. Hoje ela é comandada com mãos de ferro pelo Governador José Serra, do PSDB. Este governo vem promovendo um grande ataque contra os trabalhadores e trabalhadoras da maior companhia do ramo na América Latina.
A empresa tem três frentes de demissões: os aposentados, os pós-88 (admissões ocorridas entre 1988/92 sem concurso público, 973 ao todo) e 2% da categoria (Acordo Coletivo). Com isso toda categoria é mapeada e chantageada, passível de ser demitida.
Ocorreram demissões de pessoas com problemas de saúde, pré-aposentados, aposentados, trabalhadores com estabilidade, diretores do sindicato, ex-diretores, lideranças sindicais, delegados sindicais, etc.
A categoria inteira vem passando por um processo de assédio moral coletivo. São trabalhadores e trabalhadoras que têm uma tradição e uma trajetória de muita luta e resistência, mas que estão apavorados com tal situação.
O sindicato, SINTAEMA – Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente, dirigido pela CTB, ASS e Articulação, não tem feito quase nada na tentativa de barrar esse perverso processo de aniquilação. Nenhuma demissão foi revertida.
A Diretoria do sindicato assinou o Acordo Coletivo permitindo a demissão de 2% dos trabalhadores. Mas os aposentados, PDV/PDI, justa causa, demissão de iniciativa do trabalhador, óbitos, etc, ficam todos fora dos 2%. Isso significa que a Sabesp pode e demite muito mais.
Hoje entendemos que a política da diretoria do sindicato não passa de uma extensão da empresa. Ou se preferir, a direção do sindicato vive sob uma intervenção da empresa.
A Sabesp é uma companhia que atua em 368 municípios do estado de São Paulo. Tinha 19 mil trabalhadores e trabalhadoras até 2005. Hoje, têm menos de 16 mil funcionários. Por outro lado, os trabalhadores terceirizados passam dos 20 mil. Isto é, a Sabesp pratica uma política clara de substituição de mão-de-obra própria e qualificada por uma mão-de-obra precarizada, mal remunerada e superexplorada.
No ano passado foi feito um concurso público para contratar 1.771 trabalhadores(as). Até agora foram chamados pouco mais de 300 concursados. Sem perspectiva de chamar os demais. Há uma demanda muito grande de serviços a serem prestados para a população. Enquanto isso a periferia e as favelas sofrem com a falta de saneamento ambiental.
O governo de José Serra e o PSDB estão liquidando todas as estatais, sem nenhuma resistência da CUT, CTB, UGT, CGTB, Força Sindical, NCST, que dirigem a maioria dos sindicatos.
Por isso construímos a Oposição Alternativa, para reconquistar o sindicato para uma linha de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.