Barrar o golpe nas ruas, derrotar Bolsonaro e reconstruir uma alternativa socialista!

Derrotar o golpe em preparação pelo Bolsonarismo é a tarefa central para os trabalhadores conscientes e o povo oprimido que resiste ao inferno cotidiano da inflação, desemprego, fome, racismo, sexismo e violência sob esse governo de extrema direita e a crise capitalista.

As atuais direções majoritárias da esquerda e centro-esquerda acham que isso se fará através da defesa das atuais instituições do regime político e de uma contundente vitória eleitoral dos “democratas” contra os “fascistas”.

Com Lula e Alckmin à cabeça, seguem construindo alianças eleitorais e compromissos com políticos burgueses, de direita e centro-direita, e apostam todas as suas fichas na capacidade do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral em conter qualquer abuso por parte da extrema-direita bolsonarista.

Acreditam que quanto mais parecerem inofensivos, moderados, previsíveis e dispostos a compromissos e acordos amplos, mais poderão convencer a classe dominante brasileira e imperialista de que são uma opção melhor do que Bolsonaro e os inevitáveis tumultos e incertezas para os negócios que este trará consigo.

Essas mesmas direções, no entanto, fracassaram ao aplicar a mesma política diante do golpe institucional de 2016, no episódio da prisão de Lula e na disputa político/eleitoral de 2018 que levou Bolsonaro à presidência. 

Confiaram nas instituições, apostaram nas eleições e evitaram jogar a resistência para as ruas e para a luta direta da classe trabalhadora e do povo de forma efetiva. Mais do que isso até, fizeram esforços conscientes para convencer mesmo as camadas mais críticas e ativas dos trabalhadores e do povo de que a saída eleitoral, desprovida de maiores conflitos, era o único caminho possível.

Para quem quer derrotar a extrema-direita bolsonarista, impedir maiores retrocessos e avançar nas conquistas para os trabalhadores e o povo, essa estratégia se mostrou errada e não deveria ser repetida mais uma vez. O papel da esquerda socialista nestas eleições é também o de dizer isso em alto e bom som e não submergir alegremente no oba-oba do ufanismo da campanha de Lula/Alckmin.

Da nossa parte, mesmo ainda defendendo a necessidade de uma alternativa socialista com independência de classe no primeiro turno das eleições, podemos entender o raciocínio de milhões de trabalhadores que votarão já no primeiro turno em Lula (tapando o nariz para Alckmin) para derrotar Bolsonaro. Para esse grande contingente, aparentemente, é o que resta a fazer.

Mas, alertamos. Isso não é suficiente! 

A luta contra Bolsonaro é também uma luta contra o golpe de Estado (aberto ou furtivo, direto ou sinuoso) que está em gestação. E essa é uma luta que não se ganha nas salas acarpetadas do TSE, se ganha nas ruas, na luta organizada e de massas de todos aqueles que sofrem e sofrerão ainda mais com os ataques neoliberais e o regime autoritário que Bolsonaro quer implantar.

Bolsonaro não é cachorro morto e não pode ser encarado dessa forma. Mesmo se não conseguir uma vitória eleitoral em função da enorme rejeição ao seu governo, ele ainda tem base social e política suficiente para acumular forças nas eleições, questionar o resultado eleitoral e manter-se vivo como força de extrema-direita com influência de massas.

Poderá encontrar terreno fértil para sua pregação demagógica de extrema-direita se, do outro lado, como adversários eleitorais ou mesmo no governo, encontrar as forças de esquerda e centro-esquerda colocando-se como grandes defensores das instituições falidas do sistema político e econômico atual. 

A luta contra o golpe e o Bolsonarismo, agora e no futuro, tem que se dar resgatando-se a organização de base e mobilização popular e dos trabalhadores. 

Tem que se dar também oferecendo-se a amplos setores de massas uma perspectiva de transformação radical da sociedade numa direção oposta ao Bolsonarismo, na direção do fim das desigualdades sociais, da garantia de direitos e de um sistema político baseado em uma democracia de verdade, não a farsa que temos hoje.

A barbárie bolsonarista é resultado do fracasso do sistema político e econômico atual. O papel da esquerda não é o de ser a maior defensora desse sistema contra uma mudança para pior representada pelo bolsonarismo. Nosso papel é o de oferecer uma perspectiva anticapitalista e socialista como alternativa.

Nós da LSR estaremos ombro a ombro com cada trabalhador ou trabalhadora e com a juventude na luta contra Bolsonaro e o golpe que está em gestação. 

Lutaremos pela organização na base de comitês de luta contra o golpe e pelo Fora Bolsonaro em cada bairro, escola, universidade e local de trabalho. 

Trabalharmos pela unificação das lutas por salário, emprego, direitos, contra as privatizações e ataques do governo em um grande movimento de massas também em defesa dos nossos direitos democráticos e contra o golpe bolsonarista.

No primeiro turno das eleições defenderemos uma alternativa política de independência de classe e socialista. Votaremos com críticas e independência política em Lula no segundo turno para derrotar Bolsonaro eleitoralmente. Mas, sempre, através de nossos candidatos pelo PSOL e nossa luta cotidiana, levantaremos a necessidade de um programa anticapitalista e socialista nas eleições e nas lutas da classe trabalhadora e dos povos oprimidos.

Junte-se a nós para derrotar o golpe, derrubar Bolsonaro e reconstruir uma alternativa socialista no Brasil.