Derrotar Bolsonaro e seus cúmplices neoliberais!

Nos últimos anos foram intensos os ataques sobre a classe trabalhadora: contrarreforma trabalhista, contrarreforma da previdência, novo marco regulatório do saneamento (o relator é do PSDB), desrespeito às leis ambientais, aos direitos sociais, coletivos e individuais. Esses ataques foram implementados pela ultradireita com participação ativa da direita tradicional.

Sabemos que alguns setores da direita tem se posicionado contra a ameaça contínua de Bolsonaro de promover um golpe de estado. Mas, somente em causas pontuais que há desacordo entre eles. Não é porque Doria ou Rodrigo Maia falam agora contra Bolsonaro que eles sejam nossos aliados. Pelo contrário, todas as contrarreformas foram feitas com os votos dos parlamentares da ultradireita (bancada da bala, da bíblia e do boi), mas também da direita tradicional (PSDB, DEM, PMDB, entre outros). Pelo visto, esses dois setores só estão em disputa pelo poder. Mas, sempre unidos contra os trabalhadores.

Não podemos nos enganar com quem se diz contra Bolsonaro, mas vota favorável a seus projetos! Por isso, é preciso derrotar Bolsonaro, mas não podemos ter a menor ilusão na direita neoliberal tradicional.

Lamentamos que existam setores da esquerda que parecem ter se esquecido da manobra da direita e Temer para assumir o lugar de Dilma na presidência e pretendem cometer o mesmo erro de fazer aliança com setores golpistas.

Derrotar a ultradireita não pode ser feito com o fortalecimento da direita e do sistema que abriu espaço para o crescimento do bolsonarismo.

Para derrotar Bolsonaro e sua políticas neoliberais é necessário, antes de tudo, investir na organização da luta, das greves e mobilizações. Apostar todas as fichas na disputa eleitoral e conter a luta nas ruas para não desagradar supostos aliados eleitorais de direita é um erro grave. Já vimos isso em 2018.

Por isso, é necessário em primeiro lugar apostar na mobilização popular. É preciso que se faça um amplo esforço da esquerda para apresentar uma alternativa política que assuma um programa contra as privatizações, pela revogação das contrarreformas trabalhista e previdenciária, por uma auditoria da dívida pública e estatização dos bancos.

Aqui em São Paulo, é necessário tirar o PSDB, que está há décadas no governo, atacando os trabalhadores. Mas, precisamos tomar cuidado com as alternativas de direita, que no fundo, são iguais ao PSDB ou até piores.

Diante disso, é correto a construção de um programa que bata de frente com as políticas do PSDB e do conjunto da direita, como: fim das concessões dos parques estaduais; reestatização da Sabesp; investimento público na Cetesb, Universidades e instituições de pesquisa (como o Butantã);  investimento público na educação e saúde. Fim das terceirizações.

Devemos utilizar as eleições para, inclusive, apontar uma saída para além dos limites impostos pela burguesia.

Por isso, é muito progressiva a candidatura do nosso camarada Guilherme Boulos, representando um polo à esquerda.

Defendemos que o Sintaema se prepara para a luta contra Bolsonaro e Doria e não fique a espera de um resultado eleitoral favorável. Mas, defendemos também que o Sintaema levante esse programa com as reivindicações dos trabalhadores e exija que as candidaturas de esquerda se comprometam com ele.

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