O medo do Kremlin mostra sua fraqueza – a solidariedade é nossa força
Mais uma vez, quando ele estava saindo de sua cela em Moscou, Matvey Alexandrov, apoiador da “Sotsialicheskaya Alternativa” (Alternativa Socialista, ASI na Rússia), foi preso. Ele enfrentará mais 30 dias na prisão.
Ele já cumpriu duas sentenças, uma de 25 dias depois de ter sido detido panfletando pelo Dia Internacional das Mulheres e depois por 15 dias, por participar de um dos protestos anticorrupção em janeiro.
O regime de Putin está demonstrando todos os sinais de fraqueza. Ele sofreu com a queda de 3% no PIB em 2020, que embora não seja tão acentuada como em muitos países devido ao isolamento social limitado imposto, a inflação está alta e o salário real continua a cair.
De acordo com o órgão estatal de estatísticas, a taxa de mortalidade em “excesso” com relação à média anual desde o início da pandemia, é de 422 mil – com um adicional de 30 mil só em fevereiro. Isto é pelo menos três vezes a taxa de mortalidade oficial pela Covid admitida pelo Ministério da Saúde. A terceira onda está se espalhando rapidamente pela Europa e o Kremlin teme que isto, além da crise econômica, seja mais que os trabalhadores e a juventude russos possam suportar.
Os protestos prolongados em Belarus no ano passado serão apenas um pálido reflexo do que aconteceria se os protestos se espalhassem pela Rússia da mesma forma.
Agora está evidente que o novo “crime” pelo qual eles vão acusar Matvey é a participação em uma das outras manifestações de janeiro. Ele enfrenta pelo menos mais 30 dias na cadeia. Eles estão fazendo isso por apenas uma razão – para tentar assustar os ativistas. Mas os socialistas não vão se assustar desta forma.
Em particular, estamos fortalecidos pela onda de solidariedade internacional que recebemos em apoio a Matvey. Foram realizadas piquetes nas embaixadas e consulados russos em Bruxelas, Viena, Londres, Nova York, Dublin, Cidade do Cabo, Berlim e São Paulo. O deputado Mick Barry levantou a questão no parlamento irlandês. A bancada do PSOL no Congresso brasileiro assinou uma carta de protesto. Em Cracóvia, nossos camaradas poloneses organizaram um piquete e foram removidos pela polícia armada. Muitas cartas de apoio e fotografias de solidariedade de sindicatos, ativistas da juventude e feministas socialistas foram recebidas.
Nas fotos, de cima para baixo e da esquerda para a direita: Piquetes em Viena, Londres, Dublin, Nova York, Cracóvia, Bruxelas, Cidade do Cabo, Berlim e São Paulo.