Congresso da UNE: não vá se perder por aí…
Em meio à crise capitalista no Brasil e no mundo, acontecerá o 51º Congresso da UNE (ConUNE) entre os dias 15 e 19 de julho, em Brasília. Serão mais de mil entidades estudantis representadas, com a presença de cerca de 10 mil estudantes discutindo os rumos para a juventude e para o movimento estudantil.
O cenário é propício para que aprofundemos a organização da juventude em torno de lutas como a defesa do ensino público de qualidade, pelo passe-livre, defesa da meia-entrada nos espaços culturais e tantas outras demandas.
Além disso, o momento é inspirador, pois os estudantes da USP dão exemplo da combatividade do movimento estudantil na luta contra o ensino à distância como “fórmula mágica” (e sucateada) para se aumentar o acesso dos jovens à universidade.
Á primeira vista pode parecer que poderemos ter um bom Congresso da UNE. Mas, a realidade não é bem assim!
Mas o que a UNE tem feito?
Enquanto lutas importantes são travadas, a direção majoritária da UNE (PCdoB e PT) está mais preocupada com os milhões de reais que o governo federal destinou e vai destinar aos cofres da entidade do que realmente encampar as lutas.
Só para o projeto de construção da sede da UNE no estado do Rio de Janeiro já foram destinados cerca de 10 milhões de reais, sem que tenha havido uma prestação de contas séria da entidade sobre esta verba. Como diz o ditado, quem paga a banda, escolhe a música. Assim, o que vemos é a direção majoritária da UNE defender tudo que vem do governo Lula. Fazem, mais uma vez, do ConUNE o palco de uma festa chapa-branca pra celebrar o adesismo ao programa neoliberal de Lula.
Há mais de 18 anos na direção da entidade, a UJS (PCdoB) se especializou em fazer dos espaços congressuais mera formalidade, sem que haja democracia na construção e participação dos estudantes. A começar pela tiragem de delegados que não reflete a dinâmica do movimento estudantil, já que são eleições sem debates, totalmente afastada da realidade da juventude.
Apesar deste quadro não podemos nos furtar de debater com os estudantes que estão conhecendo o movimento estudantil pelos braços da UNE.
Faremos o debate fraterno, discutindo, apresentando propostas em busca de um movimento estudantil democrático e combativo, que seja autônomo de partidos e governos.
Não entraremos na picuinha barata da disputa estéril por cargos na UNE. Isso só divide a oposição de esquerda da UNE. Somos favoráveis à construção de uma oposição da UNE que se dê sobre marcos programáticos e sem sectarismo.
Não queremos cargos, queremos luta! Precisamos de uma plataforma de ação nacional na defesa do passe-livre, da meia-entrada, de defesa de direitos trabalhistas para a juventude e tantas outras bandeiras, pois no contexto da crise os ricos querem que a juventude seja a salva-guarda de seus lucros.
Vamos pra luta, seja onde for!