Não ao retrocesso do PSOL Campinas

Nota da LSR sobre as prévias eleitorais no PSOL Campinas

Impedir o avanço da extrema direita e do bolsonarismo é inegavelmente uma das principais tarefas da esquerda para o próximo período, mas é necessário alguns cuidados.

A Direção majoritária do PSOL Campinas, Fortalecer o PSOL, tem priorizado para estas eleições municipais, a articulação de uma frente com os “históricos partidos do campo democrático e popular”, tendo o PT como interlocutor central, sabotando deliberadamente as pré-candidaturas existentes, o debate interno da militância e a construção do próprio partido.

Admitimos que em algumas situações específicas, seja possível discutir a formação de uma chapa eleitoral com o PT, mas este processo não pode ser colocado como um fim em si, de modo a prescindir do programa e de possiblidades concretas de disputar as consciências em torno de um projeto mais avançado. Esta situação de Campinas é inaceitável, sobretudo por ter o PSOL nomes e condições para realizar a disputa do pleito no 1° turno. Qualquer aliança eleitoral composta pelo PSOL deve estar vinculada a um programa que atenda as necessidades e arme a classe trabalhadora. Defendemos sim alianças, sobretudo aquelas que se dão nas ruas, nas lutas, sem empurrar a sujeira para debaixo do tapete, fazendo os balanços necessários, balanços estes que inclusive explicam o surgimento do próprio partido.

Não podemos esquecer a experiência dos Governos do PT na cidade e o papel cumprido pelo mesmo no Governo do Dr. Hélio e do PCdoB, no Governo Jonas. Assim como não podemos criar nenhuma condição para o processo de recomposição da direita tradicional. Nenhuma unidade será construída passando por cima de erros históricos do petismo e do mito do pacto social. Aliança sem balanço é desrespeitar a memória e possibilitar a repetição de erros do passado.

Certamente não devemos desconsiderar o cenário de crise profunda que enfrentamos, sobretudo os desafios de disputar com a direita e extrema direita. Contudo, impedir o avanço do bolsonarismo, passa pela construção de uma outra política, apontando para uma ruptura com este sistema que não consegue mais produzir e garantir a vida.

Não podemos nos furtar do papel histórico que o PSOL deve cumprir. A conjuntura exige do partido em Campinas a retomada de sua construção coletiva, algo bem diferente da paralisia e burocratismo do último período. A construção de uma candidatura deve impulsionar a vida política interna, com debates de base sobre programa, organizados de modo democrático, mesmo diante da pandemia. O papel da direção é animar e estimular o debate e não forjar meios para garantir a sua politica.

A reunião do Diretório Municipal da última terça feira 07/07, evidencia que o PSOL em Campinas caminha a passos largos para um grande retrocesso. Não é aplicando a “política da maioria”, cerceando a participação da militância no debate, sabotando as pré-candidaturas dos companheiros Toninho Alves e do Alexandre Mandl e costurando as “escondidas” uma frente eleitoral com o PT, que daremos as respostas necessárias para o conjunto da classe trabalhadora.  Os encaminhamentos referentes às prévias e tentativa de aprovar a estratégia eleitoral do partido, por meio de mecanismos burocráticos, sedimentam os elementos de retrocesso.

Em tempos de extrema direita, pandemia e uma das mais profundas crises do capitalismo, se faz urgente, para o PSOL Campinas, apresentar nestas eleições municipais uma candidatura própria, que expresse uma real alternativa de esquerda para classe trabalhadora. O PSOL deve apresentar um programa capaz de dialogar com as necessidades do povo e que aponte os caminhos para barrar os ataques. Um programa capaz de derrotar o bolsonarismo deve estar diretamente conectado às lutas sociais. Negros e negras, mulheres, LBGTs, juventude, o conjunto da classe, precisa se enxergar na nossa plataforma. As candidaturas do PSOL devem canalizar todo o sentimento antissistêmico e de revolta, organizar as lutas, estas que serão fundamentais para garantir as nossas vidas no próximo período.

Não somos aqueles que estão esperando 2022 para solucionar os nossos problemas e derrotar o bolsonarismo. As eleições municipais devem ser parte do processo de luta contra a extrema direita e a recomposição da direita, assim como potencializar o debate e a construção de um projeto realmente alternativo a tudo que está aí. Não podemos usar o socialismo apenas em dias de festa!

  • Avançar na direção de um partido democrático e socialista para as lutas
  • O Partido Socialismo e Liberdade é uma conquista da esquerda brasileira que não se rendeu e não se vendeu.
  • Defendemos que o PSOL tenha candidatura Própria.
  • Prévias no PSOL Campinas
  • Democracia interna no partido.
  • Por um programa que dialogue com as reais necessidades da juventude, negros e negras, LGBT, mulheres, ou seja, com o conjunto da classe trabalhadora: por uma cidade que nos caiba – nossas vidas importam!

Liberdade Socialismo e Revolução (LSR) – CAMPINAS
Seção brasileira da Alternativa Socialista Internacional – ASI

Você pode gostar...