Um chamado às mulheres trabalhadoras em Goiás: Nossas Vidas Importam!

A violência contra a mulher tem aspectos culturais que são produto de décadas de hegemonia de poder nas mãos de coronéis, militares e empresários. Estes produziram uma cultura em que é fácil tratar mulheres como propriedade e até mesmo matá-las. Por isso, enfrentar a violência contra a mulher significa, também, investir na prevenção, efetivar uma educação não sexista e promover campanhas de comunicação que combatam o machismo estrutural. Também é parte disso, a construção de uma rede de cuidado e apoio às mulheres.

Infelizmente, tudo isso ficou impossível com o “enxugamento da máquina pública”. Em Goiás, o funcionamento de centros de referência, casas abrigos e delegacias especiais está sendo desmantelado.

Apesar de Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado (DEM) serem homens que representam o que há de mais podre na política, eles conseguiram canalizar a insatisfação do povo com “tudo isso que tá aí”, e seguem aprofundando ainda mais a exploração e opressão sobre as trabalhadoras e trabalhadores, implementando uma agenda de retrocessos nos direitos sociais.

Discurso de ódio legitima a violência

Através de seus discursos de intolerância e ódio, Bolsonaro e Caiado autorizam a violência institucional e social contra a população pobre, LGBT+, quilombola, indígena, e das mulheres. Por culpa deles houve um recrudescimento na violência do Estado contra a população e um aumento no número de feminicídios: enquanto no Brasil houve um crescimento de 4% na comparação entre 2017 e 2018, o crescimento no estado de Goiás, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, foi de 11%.

O aumento dos casos de feminicídio tem relação direta com a piora da condição de vida da classe trabalhadora. Por trás dele, está o aumento do desemprego e da dependência das mulheres. Também está a inexistência de equipamentos públicos como escolas, assistência estudantil, saúde, lazer. A precarização da vida e o aumento da desigualdade social formam um solo fértil para maior vulnerabilidade. São as mulheres negras que mais morrem, pois elas são as mais impactadas pelo desemprego (o dobro em relação aos homens brancos) e, quando assalariadas, em relação ao homem branco, recebem também menos da metade.

Diante do crescimento da extrema direita, dos ataques aos direitos da mulher, dos altos índices de feminicídio, e do acirramento da luta de classes que se intensificou nos últimos tempos, a Liberdade Socialismo e Revolução em Goiânia, decidiu fazer um convite às mulheres trabalhadoras para organizarem uma Coletiva de mulheres que se paute no feminismo socialista.

Através da realização de panfletagens, durante uma campanha nacional da LSR de enfrentamento à violência contra a mulher no dia 25 de novembro de 2019, convidamos as mulheres ao lançamento público da Coletiva Feminista Nossas Vidas Importam, para participarem de uma roda de conversa sobre o Protagonismo das mulheres, povo negro e LGBT+ nas lutas pelo mundo. Após o lançamento, a Coletiva tem feito reuniões quinzenais, intercalando entre atividades de planejamento de ações e formação. 

Luta anticapitalista

A Coletiva prioriza a participação das mulheres trabalhadoras e mães com crianças na definição de sua agenda. Atualmente, com mais de 10 mulheres ativas que pretendem reafirmar a força histórica das mulheres e ligar a luta feminista com a luta para além do capitalismo. 

Estamos preparando intervenções para as lutas de 2020. Após o carnaval já realizamos uma atividade de conscientização das lutas das mulheres, através da distribuição de 90 cartazes em áreas de grande circulação em Goiânia, com denúncias e chamados para a luta. 

O próximo passo será atuar no Dia Internacional da Mulher em atos públicos que estão sendo construídos por diversos coletivos, organizações e movimentos sociais nos dias 08 e 09 de março, com a participação das companheiras do campo que irão pautar a questão da agroecologia, a vida das mulheres e do planeta.

Coletivo para lutar

Os avanços da extrema-direita e do conservadorismo fazem com que as organizações populares sejam ainda mais essenciais para a defesa das liberdades democráticas, dos direitos sociais e de nossas vidas! Dessa forma, a Coletiva Feminista Nossas Vidas Importam é composta por mulheres comprometidas com a luta contra a opressão racial, de gênero e de classe. Nascemos nesse contexto de luta por nenhum direito a menos e revolução já!

Instagram:
@cfnossasvidasimportam

Email:
cfnossasvidasimportam@gmail.com

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