Conflito entre Geórgia e Rússia traz desastre para os trabalhadores da região

No exato momento em que se iniciam as Olimpíadas na China, atraindo a atenção da mídia mundial, o conflito sobre o reconhecimento da república da Ossétia do Sul na Geórgia transformou-se em um confronto militar aberto.

O presidente pró-americano da Geórgia, Mikhail Saakashvili, mandou tropas para atacar Tsikinvalli, a capital da Ossétia do Sul, além de outras cidades, levando à morte, segundo o presidente da Ossétia do Sul, de mais de mil pessoas. Pelo menos 15 soldados das “tropas de manutenção de paz” da Rússia, baseadas na Ossétia do Sul, foram mortos.

Em resposta, a Rússia enviou tanques e começou ataques aéreos, não somente contra tropas da Geórgia, mas também, segundo Saakashvilli, bases aéreas, portos e até áreas civis fora da Ossétia do Sul. Sakashvilli declarou que a Geórgia está em “estado de guerra” e está mobilizando reservistas.

Muitos habitantes da Ossétia do Sul vão, sem dúvida, ver a intervenção das tropas russas como uma maneira de defender a população pacífica da Ossétia do Sul contra a agressão do exército georgiano. Contudo, as experiências dos conflitos étnicos sangrentos na ex-Iugoslávia e outros lugares mostram que o uso de tropas não garante a vida de cidadãos pacíficos. A “missão de manutenção da paz” russa na Ossétia do Sul fracassou, e o conflito atual ameaça envolver repúblicas não reconhecidas na região, como Abkhazia e Nagorno-Karabakh. O Cáucaso enfrenta a ameaça de uma guerra regional total, com o possível envolvimento de outras potências mundiais.

Os que estão no poder da Rússia e da Geórgia vão usar esse conflito para seus próprios fins. O Kremlin vai culpar georgianos comuns, e o regime de Saakashvilli vai culpar russos comuns, e o povo, como sempre, vai sofrer. No próximo período vai haver uma campanha de racismo contra georgianos na Rússia. Mas são esses mesmos donos do poder que são os culpados pelas mortes e destruição. Vão tentar dividir os povos da Geórgia, Rússia e Ossétia do Sul em linha étnicas. Não podemos deixar que eles defendam seus interesses às custas do povo comum.

Chamamos a todos os trabalhadores e ativistas na Rússia, Geórgia e Ossétia do Sul, e, é óbvio, em todos os países, para exigir que os ataques militares sejam imediatamente suspensos. Os trabalhadores não podem confiar em ações fora de seu controle pelos seus governos ou na intervenção de forças alheias para resolver o conflito – eles podem só confiar nas suas próprias forças.

• Pelo fim imediato dos ataques militares e a retirada das tropas militares da Ossétia do Sul.

• Pelo direito da Ossétia do Sul, e de outras repúblicas não reconhecidas, de autonomia sem intervenção militar.

• Por ações unidas dos povos trabalhadores da Geórgia, Rússia e Ossétia do Sul para derrubar os governos beligerantes que fazem guerra contra povo comum.

• Por governos que defendem os interesses dos trabalhadores, superar a pobreza e garantir a paz na região – por uma federação socialista democrática do Cáucaso. 

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