A melhor defesa é o ataque! Boulos e Guajajara com um programa anticapitalista e socialista!
A melhor defesa é o ataque! Para os trabalhadores e o povo, não basta saber esquivar-se dos golpes. Mesmo quando algum recuo é necessário, ele só tem sentido se servir para preparar um contra-ataque.
É preciso saber ir para cima do agressor no momento e da forma corretos sob pena de, em algum momento, cansados e menos atentos, sermos atingidos em cheio e nocauteados.
A defesa dos mais básicos direitos conquistados pelos trabalhadores e o povo é uma das tarefas centrais do atual momento.
Além disso, precisamos defender nossos direitos trabalhistas, o direito à aposentadoria, o direito a serviços públicos adequados, ao emprego, salário e condições de trabalho.
Para garantir isso, temos que fincar pé em nossos direitos democráticos, liberdade de organização e mobilização, o direito à livre expressão de nossas ideias sem perseguição e criminalização.
Até mesmo o direito de expressão política, apresentação de candidaturas, está em jogo, como no caso da prisão de Lula.
Mas, essa resistência precisa estar colada a uma alternativa que ofereça outros rumos, radicalmente diferentes, para o país.
Não vamos nos defender dos ataques dos governos, da direita e dos patrões a partir da defesa do atual estado de coisas.
A palavra de ordem da mudança, da mudança radical, tem que ser nossa e não de nossos inimigos que só querem fazer o país andar para trás, mudar para pior.
Por isso, é importante a unidade com todos os que queiram lutar contra a direita, os patrões e os ataques aos nossos direitos, incluindo os partidos do campo Lulista que governou o país e hoje foi jogado para a oposição.
Mas, isso não basta. Não podemos abrir mão de nos diferenciar programaticamente desse projeto conservador de esquerda que o PT representa.
A garantia de direitos democráticos e sociais só se conquista na luta, com organização de base e unidade da classe trabalhadora e de todos os explorados e oprimidos.
Só se conquista também se esta mobilização estiver armada com um programa e um projeto político de superação da atual ordem política e econômica.
O que representa a chapa Boulos e Guajajara
É por isso, que a apresentação de uma pré-candidatura presidencial como a de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, assume uma importância fundamental no contexto brasileiro.
Não porque existam ilusões de que através dessa eleição presidencial se conseguirá a solução de nossos problemas. Mas, sim porque é preciso apresentarmos uma alternativa que nenhuma das forças políticas tradicionais pode ou quer apresentar.
Guilherme Boulos é um representante das mais legítimas lutas populares contra o governo Temer e os ataques aos nossos direitos.
A marca de sua militância política não é a negociação de cúpula e os acordos com os inimigos do povo, como fez o PT no governo. Mas, sim a organização de base dos trabalhadores, a luta direta, as ocupações e mobilizações massivas.
Como dirigente do MTST, Guilherme traz para a disputa presidencial a voz dos sem-teto, dos trabalhadores mais pobres, precarizados e que hoje são aqueles mais duramente castigados pela crise, desemprego, ataques aos direitos e a destruição dos serviços públicos.
Sônia Guajajara, por sua vez, é a primeira mulher indígena a compor uma chapa presidencial na história do Brasil, uma história marcada pelo massacre consciente e criminoso dos povos indígenas que se mantém até os dias de hoje.
A pré-candidatura de Sônia representa uma tapa na cara do grande capital nacional e internacional, das mineradoras e agronegócio que destroem o meio ambiente e massacram os povos originários.
Nessa luta, a participação de Sônia Guajajara na chapa presidencial com Guilherme Boulos demarca claramente o projeto que defendemos daqueles que foi assumido pelo PT no governo, que promoveu a construção da usina de Belo Monte, por exemplo, um dos maiores ataques aos povos indígenas e ao meio ambiente em nosso país.
Uma aliança da esquerda radical e dos movimentos sociais
A chapa Boulos e Guajajara representa uma aliança política de esquerda, radical e inédita entre partidos de esquerda como o PSOL e o PCB e movimentos sociais dos mais combativos como o MTST (sem-teto) e a APIB (povos indígenas).
A mensagem que Boulos e Guajajara devem transmitir é de que só a luta muda a vida. A campanha eleitoral deve assumir a forma de campanha-movimento, organizando os trabalhadores e os oprimidos em geral, fazendo o trabalho de base e criando as condições para o aprofundamento e continuidade da luta independentemente do que saia das urnas em outubro.
Para ser consequente, essa campanha precisa apresentar um programa que ligue as demandas legítimas do povo com bandeiras e caráter anticapitalista e socialista, medidas que radicalizem a democracia e criem as condições para o controle dos trabalhadores e do povo sobre a economia e o sistema político.
Junte-se à campanha de Boulos e Guajajara! Junte-se ao PSOL e sua aliança de esquerda com os movimentos sociais! Colabore na construção do programa e na organização da luta!
Guilherme Boulos
(entrevista para BBC Brasil, 26-04-18)