Nota de repúdio à agressão machista sofrida por uma estudante na Unifesp Baixada Santista

Na última noite de 22/03 uma estudante foi agredida pelo professor Roberto Tykanori Kinoshita, durante uma manifestação de um processo de mobilização dos estudantes que resultaria na atual greve estudantil do campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo, contra o corte de cerca de 500 bolsas de auxílio permanência na universidade.

Na ocasião, por discordar do método de luta coletiva – um piquete, com suspensão das aulas – o professor imobilizou a estudante agarrando seus braços e a empurrou em direção ao corredor.

Nada justifica tal ação. Nada atenua a agressão. Nem possíveis diferenças com o método, nem mesmo a história militante do professor (que fez parte do conhecido movimento antimanicomial em Santos, que resultou no fechamento da Casa de Saúde Anchieta no fim da década de 80).

Aliás, por seu passado ativista, o professor Tykanori deveria se sensibilizar com a situação de 500 estudantes pobres que podem ter de deixar a universidade pública – ainda tão elitizada. Em vez de se opor a qualquer manifestação que impedisse a sua aula, justamente por saber do histórico acima citado, é que o mais coerente e condizente seria estar preocupado em organizar os seus pares docentes para se juntarem à mobilização que luta contra a precarização da universidade pública. Da mesma forma como os estudantes fizeram em 2012, quando aderiram à greve geral das universidade federais que tinha como principal pauta a reestruturação da carreira docente.

Quando a incoerência de impedir a luta coletiva junta-se à violência machista, o mínimo que se espera de uma universidade onde portas são defendidas com tanto zelo, é que ela cumpra o seu papel e apure os fatos numa sindicância interna tripartite.

Não toleraremos qualquer violência machista!
Não vai ter cortes! Vai ter luta!
Nenhum direito a menos!

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