Assembléia Popular define agenda emergencial

Convocar um Encontro Nacional e Organizar Ações de apoio ás lutas em curso

Com a participação de cerca de 300 pessoas oriundas do movimento estudantil, sindical, popular, intelectuais e de Pastorais sociais aconteceu sábado 9 de julho a ASSEMBLÉIA POPULAR, uma experiência acertada e vitoriosa.Uma experiência, que resgatou a velha e boa “prática” da organização dos finais dos anos 70 de dar vez e voz á base.

Divididos em sete grupos de 40 a 60 pessoas pautadas em uma agenda que buscasse a dar respostas às questões definidas anteriormente, e após um debate reafirmando os consensos e pontuando as divergências na busca de entendimentos comuns que permita construir pontes de ligação entre a prática e a ação entre os participantes a partir de 4 pontos, a saber:

1- Qual a origem da crise do governo Lula?

2- Qual o projeto de transformação que o Brasil precisa?

3- Quais as tarefas dos movimentos sociais neste momento?

4- Quais os caminhos da reconstrução da Esquerda no Brasil?

Essa metodologia permitiu que o debate fosse mais amplo e que se desse voz aos participantes oriundos das bases sociais.

No segundo momento se deram à palavra ás organizações presentes e ainda uma série de intervenções livres.

A seguir apresentaremos algumas das questões levantadas. Dividimos entre questões consensuais, divergências e questões de posicionamentos políticos apresentados pelas organizações, portanto fazem parte do debate a busca de dar inicio a construção de uma síntese que facilite e dê centralidade ao debate no sentido de buscar estabelecer pontes de dialogo entre o conjunto das organizações da Esquerda Socialista, uma necessidade diante da brutal crise política que o Brasil passa, em especial com as graves crises de denúncia contra partidos da base aliada do governo Lula e que exatamente neste momento em que estivemos reunidos pega em cheio o PT.

QUESTÕES CONSENSUAIS

A atual crise política e a degeneração do Estado que permite a corrupção faz parte do modelo capitalista de organização, a partir do controle do mesmo por parte da burguesia. Lula ao assumir o governo e não tomar nenhuma decisão de dar poder e controle aos trabalhadores fez uma clara opção em dar continuidade de relações promíscuas na gestão pública, ou seja, a continuar através do loteamento de cargos e relações fisiológicas com partidos sabidamente de direita e ligados á corrupção nas últimas décadas no país.

Cabe á Esquerda Socialista levantar a bandeira da ética, pois o PT a partir das evidências de corrupção do dinheiro público deixa claro que abandonou essa bandeira. Portanto deveremos denunciar as corrupções ocorridas e denunciadas por FHC nas privatizações, na reeleição e com a mesma contundência as ocorridas no governo Lula (PT).

Devemos exigir a revogação de todas as reforma votadas pelo “Congresso do mensalão”, como a da previdência, a Lei de falência, a regulamentação dos transgênicos, etc.

Devemos retomar o debate da questão da reforma sindical, e o papel da CUT , em especial com a indicação de Luis Marinho para o Ministério do Trabalho.

BANDEIRAS DE LUTA

A exigência de mudanças na atual política econômica e no modelo econômico continua no centro da agenda, uma vez que está ancorada no superávit primário que inviabiliza qualquer investimento e muito menos ao atendimento das reivindicações dos trabalhadores em especial ao funcionalismo público em greve há mais de um mês.

O centro das mobilizações deverá conter as questões que estabeleça diálogo com a realidade e as lutas concretas realizadas pelos trabalhadores.

· Exigir a mudança do modelo econômico de submissão ao FMI

· Exigir cadeia aos corruptos e corruptores

· Defesa dos salários e do emprego

· A Luta pela anulação das reformas votadas pelo Congresso do mensalão

Outras consignas poderão ser acrescidas, no entanto não é aconselhável fazer uma lista de supermercados, pois quanto mais sucinto for às mensagens maior poder de entendimento terão com o conjunto da população a qual queremos dialogar.

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO

Decidimos pela organização de um Fórum permanente de debate e de organização das ações;

Ficou estabelecida uma Comissão de Organização do “Fórum da Assembléia Popular”. Será formado por pelo menos uma pessoa de cada organização e entidade que esteve presente na ASSEMBLÉIA POPULAR, sendo este aberto a novas adesões.

A primeira reunião ocorrerá já na quarta feira dia 13 de julho, nesta data, também ocorrerá à primeira reunião unificada com os funcionários públicos que preparam a organização de um Ato em frente ao banco central no dia 20 de Julho, da qual a ASSEMBLÉIA POPULAR, não só acampou, bem como se propõe a organizar e integrar a convocação.

ENCONTRO NACIONAL

Frente á grave crise nacional e, a necessidade de nacionalizar o debate entre a esquerda Socialista, a ASSEMBLÉIA POPULAR definiu organizar um Encontro Nacional, apontando as datas entre a última semana de julho e a primeira de agosto. Caberá a Comissão de a ASSEMBLÉIA POPULAR discutir sua convocação.

MARCHA NACIONAL E MOVIMENTOS DE RUA

A ASSEMBLÉIA POPULAR discutiu a necessidade de Organização de uma marcha Nacional que unifique e dê resposta às lutas em curso. Neste debate foi informado que o Conlutas marcou uma Marcha para o dia 17 de agosto e pelo fato de já ter distribuído 2,5 milhões de jornais divulgando não teria condições de desmarcar.

A discussão da participação ou não na Marcha foi remetido ás entidades participante, uma vez que havia defensores que entendem serem necessárias ações urgentes de apoio ás lutas em curso, no entanto também não propuseram outras datas.

Foi discutida a necessidade de organização de atividades “de rua” para denunciar a atual política econômica e a corrupção. A primeira atividade de rua será dia 20 ás 14:00 em frente Banco Central na avenida paulista na cidade de são Paulo. As demais atividades e ações deverão ser marcadas pela comissão de organização da ASSEMBLÉIA POPULAR.

MANIFESTOS:

Foram apresentados e aprovados vários manifestos de solidariedade durante a ASSEMBLÉIA POPULAR, dentre eles:

– Todo apoio aos trabalhadores em Greve, em especial do funcionalismo público.

Manifesto de repúdio á corrupção (Anexo)

– Moção de repúdio á intervenção da Justiça do trabalho na organização sindical, com a aplicação de multas aos sindicatos.

– Moção de apoio à luta dos trabalhadores Bolivianos e a estatização das empresas de gás daquele país.

– manifesto exigindo a retirada das tropas do Haiti

MATERIAL DE DIVULGAÇÃO

Deverá a comissão tirada na ASSEMBLÉIA POPULAR confeccionar um jornal divulgando suas ações e datas de mobilizações, bem como as questões consensuadas na ASSEMBLÉIA POPULAR, como forma de fazer um chamado á necessidade de unificação das pautas, agendas e ações da Esquerda Socialista.

A idéia que esse material sirva para motivar as entidades e personalidades a também realizarem as ASSEMBLÉIAS POPULARES.

SOBRE A COMUNICAÇÃO:

Será distribuída a listagem dos participantes para todos que compareceram e a idéia é criar um grupo de interação e divulgação das atividades comuns e divulgação de atividade de entidades que estejam dentro desse campo de debate de Reconstrução da esquerda socialista.

Contatos e divulgação, enviar para : socialistas@agrupamentos.com.br

Entidades Presentes: Representantes da Pastoral Operária e de Moradia de várias regiões; vários sindicatos de trabalhadores da iniciativa privada e pública membros de oposições sindicais, Representantes de diversos Núcleos de Ação e reflexão socialista, Partidos. P-SOL, PSTU, PCB e militantes do PT, Parlamentar Cordeiro do P-SOL de Carapicuíba, alternativa sindical Socialista- Frente de Esquerda da CUT, Revista critica social e Nação Brasil,Movimento Terra,Trabalho e Liberdade (MTL),Asssociação pelo desenvolvimento da Imprensa alternativa representantes da Liga Estratégia Revolucionária, Liga Bolchevique Internacionalista e várias representações d e grêmios de estudantes, alunos e professores.