Brutal repressão a trabalhadores da educação em Oaxaca
No domingo, dia 19, as redes sociais se viram inundadas por pavorosas imagens da repressão sofrida por professores que bloqueavam uma estrada no estado mexicano de Oaxaca. Policiais federais usando rifles com munição verdadeira, helicópteros, carros blindados, todo o peso do Estado jogado para reprimir a greve do professorado. Até o momento, as notícias falam de doze professores mortos, além de um repórter que cobria os eventos, além de mais de 100 feridos.
Há mais de um ano, os professores mexicanos na maioria dos estados realizam uma greve e manifestações contra a proposta de reforma educacional do presidente Henrique Peña Nieto, que prevê cortes nos direitos trabalhistas do magistério, além de avaliações de desempenho e outros ataques à liberdade de cátedra.
Nos últimos anos, os movimentos sociais mexicanos têm sido alvo de uma sistemática campanha de repressão do governo federal e estaduais. Em muitos casos, os políticos “terceirizam” a repressão para o crime organizado – basta ver os 43 manifestantes estudantis mortos por traficantes depois de serem entregues a eles por policiais estaduais. Isso mostra o grau de degeneração que o Estado mexicano vem sofrendo nos últimos anos.
Mas mesmo essa aliança entre governos e traficantes não tem sido o bastante para deter a mobilização social. Camponeses, professores rurais e das cidades, estudantes e outros têm mostrado uma grande disposição de luta, como mostra os recentes protestos de Oaxaca, e têm conseguido elaborar estratégias de luta capazes de fazer frente à repressão.
A greve dos professores têm atraído a simpatia geral da população, em especial dos estados mais pobres e rurais do sul. Oaxaca atualmente está em estado de sítio e o governo tem dificultado o acesso da imprensa. O número de mortos pode crescer, mas é improvável que a greve nacional dos professores diminua.
Os próximos dias verão um aumento dos protestos. É imprescindível que ações internacionais de solidariedade furem o bloqueio midiático e ajude a fortalecer o movimentos dos trabalhadores da educação no México.